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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Cem pessoas emprestarão seus corpos a estudo para melhorar saúde pessoal

A ideia é acompanhar a transição do coração, do cérebro e do fígado da saúde à doença, explicou o presidente do Instituto de Sistemas Biológicos (ISB)
 
Cem pessoas concordaram em emprestar seus corpos para a ciência em um estudo inovador que vai pesquisar como melhorar a saúde pessoal, anunciaram cientistas nesta sexta-feira (14/2).

O projeto "The Hundred Person Wellness" (O bem-estar de cem pessoas), que começa no mês que vem, vai demandar um acompanhamento detalhado dos voluntários, que devem gozar de boa saúde no início do estudo.

Os cientistas começarão decodificando o DNA inteiro de cada participante. Logo, nos 25 anos seguintes, farão medições regulares de seus padrões de sono, ritmo cardíaco, bactérias estomacais, proteínas que marcam a saúde dos órgãos, amostras de sangue e atividade das células imunológicas, entre outras variáveis.
 
"O que é único dos humanos é a sua individualidade", afirmou Leroy Hood na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que se reúne em Chicago até 17 de fevereiro.

A ideia é "realmente acompanhar a transição do coração, do cérebro e do fígado da saúde à doença", explicou Hood, presidente do Instituto de Sistemas Biológicos (ISB) com sede em Seattle, Washington (noroeste dos EUA).

O foco do programa piloto de nove meses, cujo objetivo é se expandir para 100 mil pessoas nos próximos quatro anos e continuar seu acompanhamento durante três décadas, é melhorar o bem-estar individual tomando como base a constituição única de cada pessoa.

Medicina personalizada
Hood disse que os cientistas tentarão buscar "oportunidades de ação para cada indivíduo", como por exemplo, mudar sua nutrição para melhorar sua saúde ou evitar certo tipo de remédios potencialmente perigosos devido à composição genética.

O instituto de Hood orçou em 10.000 dólares o custo por participante e está financiando a pesquisa através de doações privadas, segundo um relatório divulgado na revista Nature desta semana e que descreveu o projeto como "incomumente exaustivo".

Também desafiou muitas convenções dos testes clínicos por não prever grupos de controle com os quais comparar os resultados e por se propor a intervir pessoalmente com os indivíduos à medida que o estudo se desenvolve.

Como exemplo de como uma intervenção assim pode funcionar, Hood citou o caso de um amigo que de repente se deu conta de que sofria de uma grave osteoporose aos 35 anos.

Foi feita uma análise de DNA e descobriu-se que ele tinha uma grave deficiência em um dos principais transportadores de cálcio, relatou Hood. Pouco depois, começou a tomar suplementos de cálcio e agora está com boa saúde. "Se alguém tem este transtorno, gostaria de saber antes de desenvolver a osteoporose", disse o pesquisador.

As primeiras 100 pessoas selecionadas para o projeto foram eleitas entre "locais e amigos", afirmou. Mas são necessários muitos mais representantes de todos os âmbitos da vida para a nova fase do estudo, à medida que este evoluir. A diversidade é uma parte "incrivelmente importante disso tudo", explicou Hood.

Os dados serão anônimos e colocados à disposição de pesquisadores qualificados para que possam determinar pela primeira vez qual marca na realidade um bom estado de saúde.

Um objetivo-chave é coletar grande quantidade de dados para analisar a transição de bem-estar à doença, prestando atenção às primeiríssimas mudanças que possam indicar o surgimento de uma doença.

Em um momento em que o monitoramento da saúde pessoal através de diversos dispositivos eletrônicos está no auge, Hood previu que os dados de seu projeto serão uma bênção para os investidores. "Será uma oportunidade como a do Vale do Silício", destacou.
 
Correio Braziliense

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