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O setor de saúde no Brasil está bem preparado para receber os cerca de 600 mil turistas esperados para a Copa do Mundo de 2014. A avaliação é do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Em entrevista à Agência Brasil, ele lembrou que a preparação envolveu o acompanhamento direto da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e das Olimpíadas de 2012, em Londres, além da experiência com grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, em julho do ano passado no Rio de Janeiro, e a Copa das Confederações, em junho último, em seis cidades brasileiras.
“Acreditamos que tudo o que está disponível no mundo e que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde está sendo aplicado aqui no Brasil. Vamos tentar prevenir tudo para que os turistas aproveitem a Copa em condições saudáveis. Eles estão aqui para se divertir. É pra isso que serve a Copa do Mundo. Mas, caso aconteça alguma coisa, estamos preparados para qualquer situação”, disse.
De acordo com o secretário, em 2011, foi constituída uma câmara técnica que envolve o próprio ministério e todas as 12 cidades-sede para um processo de validação de protocolos e normas aplicáveis a grandes eventos. No dia 28 de maio, a pasta inaugura o primeiro de um total de 13 centros integrados de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs), que vão funcionar como uma espécie de sala de situação para agrupar informações, fazer análises de risco e recomendar medidas a serem tomadas.
A estratégia do governo envolve a comunicação direta com os visitantes por meio do site saude.gov.br/viajante, onde informações como cuidados com a saúde e vacinas a serem tomadas estão disponíveis em português, inglês, espanhol e francês. Outra novidade é o aplicativo para smartphones e tablets denominado Saúde na Copa, que será lançado também em maio. Por meio dele, o turista pode consultar hospitais e farmácias mais próximos, além de informar como está seu estado de saúde.
“Temos que levar em conta que o Brasil já recebe, todos os anos, centenas de milhares de turistas. Não é uma situação inusitada, onde o Brasil precisa criar algo artificial. O que estamos procurando é consolidar as estruturas já existentes, ter uma melhor integração entre essas estruturas, de maneira que, não só para a Copa do Mundo mas para todos os eventos de massa, o Brasil esteja melhor preparado”, explicou Jarbas.
Dados do ministério mostram que uma minoria de torcedores necessita de algum tipo de atendimento de maior porte durante a Copa – apenas1% dos casos exige remoção para hospitais e outras unidades de saúde, enquanto 99% das pessoas são atendidas no próprio estádio. O secretário lembrou ainda que, dentro dos estádios e nas redondezas (raio de 2 quilômetros), o responsável pelo atendimento dos torcedores é a própria Fifa.
“De toda maneira, temos toda uma preparação para a assistência, caso se precise, como em um acidente com múltiplas vítimas. Tudo está preparado para que a rede Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], UPAs [unidades de pronto atendimento], hospitais de referência públicos e privados sejam imediatamente acionados. E, se necessário, até a Força Nacional do SUS [Sistema Único de Saúde]. Temos 30 equipes nas 12 cidades-sede capazes de complementar se o município e o estado acharem necessário”, destacou.
Jarbas voltou a descartar a possibilidade de surtos de dengue durante o campeonato, uma vez que a maior parte de casos da doença é registrada no período de janeiro a maio e não em junho ou julho. A pasta considera apenas a incidência de surtos de pequena gravidade, com de doenças transmitidas por alimento.
“Vamos aproveitar também para fazer algumas ações de prevenção, já que a maioria dos 600 mil turistas esperados são homens, jovens e solteiros. Vai haver todo um esforço de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e da aids, com distribuição de preservativos e oferta de testes rápidos nas cercanias dos estádios com equipes móveis”, concluiu.
SaudeWeb
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