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domingo, 20 de abril de 2014

Pesquisa da USP desenvolve aparelho que detecta dengue em 20 minutos

Novo aparelho permite diagnosticar a doença em apenas
20 minutos
Cientista espera que o novo método esteja disponível nos próximos dois anos
 
Um aparelho portátil e de baixo custo, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), é capaz diagnosticar com precisão os pacientes com o vírus da dengue em apenas 20 minutos, já a partir dos primeiros sintomas. A novidade está sendo possível porque um estudo mostrou alta concentração da proteína NS1, produzida pelo vírus.
 
Atualmente, o exame para detectar a doença só pode ser feito no sexto dia, o que faz com que ela seja confundida com outras infecções e nem sempre tratada da forma adequada. A demora no diagnóstico pode levar, especialmente nos casos de reincidência, à morte, como explica o Francisco Guimarães, professor responsável pelo estudo.
 
— O teste convencional não pode ser feito nos primeiros dias, porque ele mede a concentração de anticorpos. [O paciente] tem que ter quadro avançado de dengue. O novo aparelho detecta a proteína já nos primeiros dias.
 
O dispositivo, similar ao que é utilizado na medição de glicemia, funciona da seguinte forma: o anticorpo que reage à proteína NS1 é cultivado na gema do ovo. Em seguida, ele é colocado em alta concentração sobre uma membrana metálica, a qual em contato com o sangue infectado, reage eletricamente.
 
Guimarães destaca que a utilização de ovos de galinha para produzir os anticorpos foi uma das formas encontradas para baratear o custo do produto.
 
— A gente gerou fora do corpo humano, sem usar animal, e isso faz com que o preço fique muito baixo. Apesar de o corpo ter milhões de proteínas, só aquela do vírus da dengue se liga ao anticorpo.
 
O especialista ainda comenta o preço do aparelho, que deve custar entre R$ 100 e R$ 200.
 
— A ideia é que todo posto de saúde, mesmo em lugares mais remotos, possam fazer o teste rápido, sem que o sangue tenha que ser levado para grandes centros. Evita-se a demora no resultado, pois é um teste direto.

O professor espera que, em no máximo dois anos, o dispositivo esteja disponível para venda.
 
— Fizemos o protótipo, mas ele tem que passar ainda pela etapa de desenvolvimento do produto, de validação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], de produção e só então a etapa de venda. Esse é o prazo mais otimista.
 
A próxima fase da pesquisa é desenvolver biossensores que identifiquem o tipo de vírus da dengue.
 
R7

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