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Fumo aumenta risco de dor lombar e doença do disco invertebral
Normalmente citado como o causador de diversas doenças respiratórias, do coração e por provocar câncer, o cigarro também pode ser responsável pelo aparecimento de dores nas costas. Ele aumenta o risco de dor lombar, doença do disco intervertebral e complicações pós-operatórias depois de cirurgias de coluna.
Segundo o fisioterapeuta especialista em coluna vertebral e presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC), Helder Montenegro, isso ocorre porque a fumaça do cigarro reduz a circulação sanguínea nos platôs (amortecedores naturais) do disco invertebral.
— Essa diminuição dificulta a chegada de nutrientes na região, fazendo com que os discos ressequem e se desgastem — descreve.
Esse fator contribui para o surgimento de hérnia de disco, um processo em que o disco intervertebral sofre uma ruptura no anel fibroso.
— Com a ruptura e posteriormente a saída do núcleo pulposo, as raízes cervicais que são incumbidas pela inervação de membros superiores, ficam comprimidas, causando as dores, diminuição da força e atrofia da musculatura — descreve Montenegro.
Além disso, a nicotina e outras substâncias encontradas no cigarro reduzem o diâmetro dos pequenos vasos, inibindo o aporte de oxigênio que as células recebem através do sangue.
— A vasoconstrição (processo de contração dos vasos sanguíneos) dificulta na cicatrização de cirurgias e também interferem na estabilização de fraturas, pois reduz a produção de colágeno pelo corpo — alerta o especialista.
Montenegro explica, ainda, que como o desgaste da coluna é um fator progressivo, quanto mais cedo a pessoa começar a fumar, maiores são as chances de desenvolver problemas na coluna.
— O corpo sofre um desgaste natural de suas articulações a partir dos 35 anos, porém, o tabagismo acelera esse processo. Além disso, a obesidade, a má alimentação e a ausência da prática de atividades físicas podem agravar o problema — informa.
É importante ressaltar que dores persistentes na coluna ou na perna por mais de três meses devem ser avaliados pelo médico.
— A princípio o tratamento é clinico realizado com medicação analgésica, anti-inflamatório e fisioterapia. No entanto, em situações mais graves, são indicados procedimentos cirúrgicos — finaliza.
Zero Hora
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