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Recém-nascidos expostos a pelos de animais de estimação e ratos, fezes de baratas e uma variedade de bactérias domésticas no primeiro ano de vida podem estar mais protegidos contra alergias, chiado no peito e asma aos 3 anos de idade. A revelação é de um estudo publicado nesta sexta-feira no periódico Journal of Allergy and Clinical Immunology.
A pesquisa confirma dados anteriores de que crianças que moram em centros urbanos são mais propensas à asma e à alergia do que aquelas de zonas rurais, mas traz uma revelação: os pequenos cercados por alérgenos e bactérias antes do primeiro ano de vida estão mais protegidos contra essas condições do que suscetíveis a elas. Segundo os autores do estudo, a descoberta pode ajudar a criar estratégias para prevenir asma e alergia.
“Nosso estudo mostra que o timing de exposição inicial (aos alérgenos) pode ser crucial”, afirma Robert Wood, autor do estudo e chefe da Divisão de Alergia e Imunologia do Johns Hopkins Children’s Center. “Isso nos diz que não apenas muitas das nossas respostas imunológicas são formadas no primeiro ano de vida, mas também que certas bactérias e alérgenos desempenham um papel importante em estimular e treinar o sistema imune.”
O estudo foi feito com 467 recém-nascidos americanos, acompanhados por três anos. Os pesquisadores visitaram as casas dos bebês para medir a quantidade e tipos de alérgenos que os rodeavam. Eles analisaram as bactérias contidas na poeira coletada de 104 residências e fizeram testes periódicos de alergia e chiado em todos os nenês.
Segundo o estudo, o chiado do peito aos 3 anos mostrou-se três vezes mais comum entre crianças que cresceram sem exposição a pelo de gato e rato e fezes de baratas nos primeiros doze meses de vida, em comparação às que viveram em casas com todos essas sujeiras. O efeito protetor era mais eficiente nos bebês expostos aos três alérgenos do que a dois ou a um deles. Além disso, os pequenos moradores de residências com grande variedade de bactérias eram menos propensos a desenvolver alergias e chiado aos 3 anos.
Quando os pesquisadores compararam os efeitos cumulativos das bactérias combinadas com os alérgenos de ratos, baratas e gatos, eles perceberam outra diferença notável:. Aos 3 anos, 41% das crianças sem chiado e alergia tinham crescido em ambientes com as maiores incidências desses agentes. Contrariamente, apenas 8% dos que sofriam dos dois males tinham sido expostas a esses alérgenos no começo da vida.
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