Bebidas adoçadas artificialmente conhecidas no mercado
como "light" ou "zero" ainda são vistas com desconfiança por uma parcela
de consumidores preocupados com a ingestão de ingredientes usados pela
indústria
Para a engenheira de alimentos Maria Cecilia de
Figueiredo Toledo, professora da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), não há motivos para preocupação: todos os adoçantes aprovados
para uso em alimentos no Brasil são seguros.
"Não há registro na literatura científica de danos à
saúde causados pelo uso desses adoçantes como parte de uma dieta
equilibrada. Pelo contrário, quando substituem o açúcar, esses aditivos
trazem benefícios não só para diabéticos, mas também para aqueles que
visam perder peso ou reduzir a ingestão calórica", comenta Maria
Cecilia, que trabalha há 35 anos com aditivos alimentares e é
especialista em adoçantes.
O motivo para tanta desconfiança, diz ela, são
informações equivocadas que circulam na internet associando esses
ingredientes a problemas de saúde.
A principal diferença entre o refrigerante zero e o
normal, explica Maria Cecilia, é que a versão regular contém açúcar e a
versão zero substitui esse nutriente por adoçante, o que faz com que ele
não tenha calorias.
"Em geral, a única fonte de calorias do refrigerante é o açúcar. Na
versão zero, ao excluí-lo, a bebida deixa de fornecer calorias para a
dieta", explica Maria Cecilia.
A engenheira da Unicamp explica ainda que todos os
adoçantes usados em alimentos e bebidas no Brasil foram aprovados por
comitês científicos de especialistas, que estabeleceram valores de
Ingestão Diária Aceitável (IDA) para cada um deles.
A IDA, expressa em mg/kg de peso corpóreo, representa a
quantidade máxima do aditivo que pode ser ingerida diariamente sem danos
à saúde humana.
"Em geral, é muito difícil ultrapassar esse limite, já que seria necessário o consumo de muitos litros da bebida", afirma.
A especialista cita os adoçantes que são mais comumente
utilizados em bebidas: sacarina, aspartame, ciclamato, acessulfame-K,
sucralose.
"A indústria costuma utilizar uma variedade de
adoçantes, e não apenas um, para desenvolver o sabor do produto. Essa
prática é positiva, pois diminui o consumo individual de cada
substância", detalha.
No caso do aspartame, por exemplo, a IDA estabelecida
pelo JECFA - Comitê de Especialistas vinculado à Organização para a
Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial da Saúde (OMS) -
é de 40mg/kg de peso corpóreo.
Isso significa que uma pessoa de 60kg pode consumir até 2.400mg de aspartame por dia, por toda a vida.
"Uma lata de refrigerante zero de 350ml costuma ter em
média 30mg de aspartame. Para alguém atingir o limite da ingestão de
aspartame, teria que consumir diariamente 80 unidades", calcula.
Algumas bebidas zero podem apresentar uma quantidade de
sódio maior do que a versão regular, em função do uso de adoçantes que
contêm sódio, como é o caso da sacarina de sódio e do ciclamato de
sódio.
"No entanto, ainda assim a quantidade de sódio é muito
baixa se comparada à de outros alimentos e, por isso, essas bebidas são
consideradas produtos com baixa concentração de sódio", esclarece.
Diferenças entre diet. light e zero:
EFE / Terra
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