Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS |
Estudos mostram que as melodias podem elevar o humor, dar mais disposição, distrair da dor e do cansaço, aumentar a resistência e reduzir a percepção do esforço
Faltam alguns minutos. As pernas começam a ficar cansadas, a respiração, cada vez mais ofegante, o corpo beira a exaustão. Mas eis que começa a tocar aquela música especial, com um ritmo agitado, e o trajeto parece ficar mais leve e fácil. Quando o atleta se dá conta, o exercício acabou. E com ânimo extra.
Para o publicitário e empreendedor de Santa Maria Diego Fantinel, 28 anos, é na batida acelerada da música eletrônica que ele encontra gás extra:
– O ritmo influencia na intensidade dos movimentos. Sempre corri escutando música, desde quando comecei, aos 14 anos. O meu pior problema é o cansaço mental. Quando faço um esporte por muito tempo, ele se torna chato. E a música ajuda que eu siga por mais tempo.
Há dois anos, ele levou para o tênis o hábito que já tinha na corrida. Foi uma forma de estar sempre acompanhado.
– Quando não arranjo ninguém para jogar, fico batendo bola sozinho. Aí, é muito monótono. Por isso, pensei em levar o fone. Agora, consigo dar uma relaxada e nem vejo a hora passar – afirma o jovem, que usa um fone sem fio para praticar tênis.
O uso da música na atividade física é tão frequente que estimulou pesquisas científicas.
O uso da música na atividade física é tão frequente que estimulou pesquisas científicas.
Aumenta a resistência
Estudos mostram que as melodias podem elevar o humor, dar mais disposição, distrair da dor e do cansaço, aumentar a resistência e reduzir a percepção do esforço.
– Os sons podem ser eficientes para produzir uma sincronização das ondas cerebrais e para a execução dos movimentos do corpo. Isso pode ser produtivo para o aumento do rendimento dos exercícios – explica o psicólogo Vinícius Ferreira, professor de neuropsicologia e integrante da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) e da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNeC).
Conforme o especialista, as melodias podem favorecer a liberação de noradrenalina, substância que prepara o corpo para o exercício, aumentando a capacidade respiratória e a frequência dos batimentos cardíacos.
– Há uma ligação direta com o sistema nervoso central por meio da audição. O efeito da sonoridade trabalha junto com a intensidade do exercício: quanto mais energia precisa, mais ritmo deve ter a música – diz Maria Amélia Roth, doutora em Ciências da Atividade Física e da Saúde e professora da Educação Física na UFSM.
De bem com a vida
– Os sons podem ser eficientes para produzir uma sincronização das ondas cerebrais e para a execução dos movimentos do corpo. Isso pode ser produtivo para o aumento do rendimento dos exercícios – explica o psicólogo Vinícius Ferreira, professor de neuropsicologia e integrante da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) e da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNeC).
Conforme o especialista, as melodias podem favorecer a liberação de noradrenalina, substância que prepara o corpo para o exercício, aumentando a capacidade respiratória e a frequência dos batimentos cardíacos.
– Há uma ligação direta com o sistema nervoso central por meio da audição. O efeito da sonoridade trabalha junto com a intensidade do exercício: quanto mais energia precisa, mais ritmo deve ter a música – diz Maria Amélia Roth, doutora em Ciências da Atividade Física e da Saúde e professora da Educação Física na UFSM.
De bem com a vida
Para o educador físico Clezio Gonçalves, doutor em Educação e Neurociências e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os efeitos da música nas atividades físicas são tão singulares que podem estimular ou comprometer o exercício. Ele explica que é preciso que a música atenda ao perfil e aos objetivos da pessoa:
– Daí a necessidade de se buscar as músicas adequadas ao estilo de vida do sujeito, tipo de atividade e objetivos.
A professora do Centro de Educação Física da UFSM Maria Amélia Roth tem outra opinião:
– A música não compromete a atividade em nenhum momento. Só depende do gosto de cada um. A ritimicidade é muito importante. É difícil seu corpo dançar samba se tocar valsa.
– Daí a necessidade de se buscar as músicas adequadas ao estilo de vida do sujeito, tipo de atividade e objetivos.
A professora do Centro de Educação Física da UFSM Maria Amélia Roth tem outra opinião:
– A música não compromete a atividade em nenhum momento. Só depende do gosto de cada um. A ritimicidade é muito importante. É difícil seu corpo dançar samba se tocar valsa.
Melhora até o humor
As canções também podem induzir o cérebro a liberar diversos neurotransmissores relacionados ao bem-estar, como a serotonina e a dopamina. A partir daí, a relação é direta: tudo fica prazeroso com bom-humor.
– O que define qual a substãncia que o corpo vai liberar é o tipo de melodia (se é mais relaxante ou mais dinâmica) e a expectativa que a pessoa possui do efeito que a música terá sobre seu comportamento – explica o psicólogo Vinícius Ferreira.
Mas, para isso, é preciso saber escolher a sua trilha sonora.
– O que define qual a substãncia que o corpo vai liberar é o tipo de melodia (se é mais relaxante ou mais dinâmica) e a expectativa que a pessoa possui do efeito que a música terá sobre seu comportamento – explica o psicólogo Vinícius Ferreira.
Mas, para isso, é preciso saber escolher a sua trilha sonora.
– O papel da música é elevar a energia do corpo nas atividades mais intensas. Para as mais relaxantes, ela baixa a energia, trazendo tranquilidade. Tudo depende do estilo da música – afirma Maria Amélia Roth.
A escolha da playlist também está ligada a aspectos culturais.
– Um samba, por exemplo, faz os brasileiros se mexerem muito mais que os alemães_ afirma o neurocientista Ivan Izquierdo da PUC/RS.
O necessário (e difícil) retorno
A primavera nem bem dá as caras, e as academias lotam. Todo mundo em busca do corpo perfeito para o verão.
Se você faz parte deste grupo, a reportagem lhe ajudará jogar a preguiça de lado e pensar duas vezes antes de abandonar os exercícios nos próximo inverno.
Engana-se quem pensa que aquela paradinha no meio do ano não terá grandes consequências. Cada semana longe dos exercícios físicos representa redução do condicionamento, força e do fôlego e diminuição da capacidade de perder medidas.
– A pessoa não pode achar que consegue levantar o mesmo peso ou correr na mesma intensidade de antes de parar o exercício. Independentemente de ter experiência, o retorno é um trabalho árduo: são duas semanas de treino para compensar cada semana parada – afirma o diretor da assessoria de corrida Trainer, de São Paulo, Fabio Alonso.
Engana-se mais uma vez quem acha que os resultados no retorno virão mais rápido do que aqueles que começam do zero, alerta o doutor em adaptação humana e atividade física da Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo, Aylton Figueira.
Se você faz parte deste grupo, a reportagem lhe ajudará jogar a preguiça de lado e pensar duas vezes antes de abandonar os exercícios nos próximo inverno.
Engana-se quem pensa que aquela paradinha no meio do ano não terá grandes consequências. Cada semana longe dos exercícios físicos representa redução do condicionamento, força e do fôlego e diminuição da capacidade de perder medidas.
– A pessoa não pode achar que consegue levantar o mesmo peso ou correr na mesma intensidade de antes de parar o exercício. Independentemente de ter experiência, o retorno é um trabalho árduo: são duas semanas de treino para compensar cada semana parada – afirma o diretor da assessoria de corrida Trainer, de São Paulo, Fabio Alonso.
Engana-se mais uma vez quem acha que os resultados no retorno virão mais rápido do que aqueles que começam do zero, alerta o doutor em adaptação humana e atividade física da Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo, Aylton Figueira.
As mudanças adquiridas pelo corpo com os exercícios só continuarão existindo se a pessoa mantiver o estímulo físico, mesmo nesse intervalo.
– Ao parar, o estímulo deixa de existir, e os benefícios, especialmente de força muscular, acabam se perdendo ou não se sustentam. A única coisa que permanece é a experiência da pessoa com aquele exercício prévio – afirma Figueira.
Se você está retornando a uma atividade física, não deixe de ler o texto abaixo.
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