Foto: Charles Guerra / Agencia RBS |
Quem sofre com alergias respiratórias provavelmente não tem vivido dias muito agradáveis desde o início da primavera, em 22 de setembro. Sintomas como coceira e irritação no nariz, coriza e muitos espirros são comuns nesta época do ano, principalmente entre as pessoas que têm rinite alérgica. A explosão de pólen, fenômeno típico da estação, é o gatilho para o início das reações.
— O pólen liberado pelas flores entra em contato com a mucosa respiratória e provoca crises. Os pacientes mais sensíveis podem até manifestar asma — explica o coordenador técnico do projeto Brasil Sem Alergia, o médico alergista Marcello Bossois.
Alguns cuidados podem ajudar a evitar os efeitos da chegada da primavera. Entre as medidas mais simples está forrar o colchão e o travesseiro com material impermeável para evitar o contato com outros causadores de alergias, como ácaros e mofos, que também estão presentes em carpetes, cortinas e brinquedos de pelúcia. O uso de produtos químicos de limpeza como amaciantes e desinfetantes também irrita a mucosa nasal e deve ser freado durante a estação – uma boa alternativa são os produtos biodegradáveis. Um aliado para a diminuição das alergias é o ar-condicionado, pois retém as partículas prejudiciais em seu filtro.
– O que não pode ser usado de forma alguma são os descongestionantes nasais. O paciente acaba desenvolvendo uma rinite medicamentosa, respira muito bem durante determinado tempo, mas o inchaço nasal aumenta. Isso provoca mais coriza, o que faz com que a pessoa faça mais aplicações. É um ciclo vicioso – alerta Bossois.
Mas o uso de soro fisiológico está liberado. Lavar o nariz várias vezes ao dia com o líquido diminui o efeito do pólen e da poeira nas vias respiratórias.
Incidência é alta na região Sul
As maneiras mais comuns para identificar se uma pessoa sofre de rinite alérgica são o exame de sangue e o teste de pele. No segundo método, um médico alergista faz um pequeno furo no braço do paciente e pinga uma gota de extrato de pólen para medir o nível de reação do tecido cutâneo.
Para quem mora na região Sul, a chance de apresentar o problema é ainda maior. Aqui, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, cerca de 12% da população apresenta alergia a pólen na primavera – o que os médicos chamam de rinite sazonal. O clima da região é mais propício ao desenvolvimento das flores, aumentando a incidência das alergias.
— O número de atendimentos na primavera aumenta muito em função de problemas alérgicos. A variação de temperatura também contribui — afirma a farmacêutica Mariana Siqueira Santos, coordenadora de um estudo do Hospital de Clínicas sobre rinite e resfriados.
Se a doença for constatada, uma boa alternativa é a vacina contra o pólen. O tratamento é feito entre um e três anos com aplicações semanais e tem efeito durante uma década.
Como evitar o problema
— Forre colchão e travesseiro com material impermeável para evitar contato com outros causadores de alergia, como ácaro e mofo
— Evite tapetes, carpetes, cortinas e brinquedos de pelúcia no quarto
— Diminua o uso de produtos químicos para limpeza, como amaciantes e desinfetantes
— Deixe as janelas do quarto fechadas, preferindo o uso do ar-condicionado para a ventilação e a filtragem de partículas alérgicas
— Não deixe roupas por muito tempo secando no varal
— Lave o cabelo duas vezes por dia para tirar o excesso de pólen
— Use óculos escuros na rua, para evitar conjuntivite alérgica
— Lave o nariz com soro fisiológico diversas vezes ao dia
— Não utilize descongestionantes nasais, pois eles potencializam os efeitos da alergia
Zero Hora
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