Washington, 3 nov (EFE).- A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) anunciou nesta segunda-feira que está mobilizando equipes de especialistas em alerta e resposta a surtos epidêmicos para colaborar com os países da América Latina e do Caribe e assegurar que estejam preparados para lidar com casos de ebola
As equipes visitarão durante os próximos dois meses 26 países da região a fim de "analisar sua preparação para detectar, tratar e controlar a disseminação de qualquer possível caso importado de ebola", indicou o escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em comunicado.
As missões estarão integradas por pessoal da OPAS e de agências técnicas colaboradoras como os Centros de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o Instituto Carlos III (Espanha), a Rede Mundial de Alerta e Resposta perante Surtos Epidêmicos (GOARN, na sigla em inglês) e a Agência de Saúde Pública do Caribe (CARPHA), entre outras.
Sua incumbência será analisar, em coordenação com as autoridades de saúde nacionais, se há alguma falha na cadeia para identificar os sintomas e tratar pacientes que possam ter contraído a doença e importá-la a algum país da região, e farão recomendações sobre como abordá-las. Neste sentido, no comunicado emitido de sua sede em Washington, a OPAS destacou a importância de que os trabalhadores sanitários estejam familiarizados com as características da doença e saibam quando devam isolar os pacientes. Também têm que saber como proteger-se eles mesmos da exposição ao vírus no curso de seu trabalho, como preparar e enviar amostras para sua análise e conhecer os laboratórios disponíveis para diagnosticar a doença.
A doença se transmite de pessoa a pessoa por meio de sangue ou secreções e os sintomas podem aparecer entre o segundo e o 21º dia depois da exposição ao vírus, que incluem febre, diarreia e vômitos, entre outros. A OPAS e a OMS indicaram que acompanharão e oferecerão cooperação técnica, em função das necessidades dos diferentes países.
Desde que começou o recente surto do vírus do ebola na África Ocidental no último mês de março, a doença causou a morte de quase cinco mil pessoas e mais de 13 mil foram infectadas, principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné, mas também casos isolados na Europa e nos Estados Unidos. Até o momento, não se registrou nenhum caso de ebola na América Latina ou no Caribe, no entanto, "o risco que haja um caso importado na região é real", afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise da Saúde da OPAS.
"É importante que todos os sistemas de saúde de nossos países estejam preparados para responder de maneira rápida a casos de ebola e para assegurar que a doença não se dissemine", declarou Espinal.
Se for identificado um caso importado de ebola em qualquer dos países-membros, serão enviados especialistas da GOARN para colaborar com as autoridades locais na execução de seus planos de resposta para combater a doença.
EFE / R7
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