Daniel Iglesias/O Tempo: Alimentos industrializados como os embutidos têm grande teor de sódio |
Salgante em pó brasileiro tem como base o cloreto de potássio
Um produto que promete substituir o sal como tempero alimentar sem os malefícios à saúde provocados pela consumo excessivo de sódio. Essa é a premissa do primeiro salgante produzido e comercializado no Brasil, que está à venda pela internet desde setembro.
Apesar de estranho ao vocabulário nacional, o termo salgante remete a um velho conhecido da gastronomia, e tenta contribuir para a alimentação saudável tanto quanto o adoçante. “O adoçante foi lançado há 30, 40 anos, e beneficiou principalmente os pacientes de diabetes, e foi adotado por muitas pessoas.
Acreditamos que o mais provável é que aconteça o mesmo para pacientes de hipertensão”, explica Nilson Capozzi, diretor da empresa responsável pelo novo produto, a Matrix Health.
Além de comercializar “saleiros” de 100g e negociar com o varejo, o próximo passo da empresa é também fazer um contato com indústrias, e incorporar o salgante a sopas, condimentos e salgadinhos, o que seria bastante positivo, na opinião da nutricionista Carmen Zita Pinto Coelho. “Os produtos industrializados possuem grandes quantidades de sódio.
A pessoa a se acostuma com o sabor e deixa de sentir prazer com os alimentos mais naturais. Ironicamente, as mesmas pessoas que procuram os alimentos industrializados, geralmente tomam refrigerantes quando têm sede. Tendo ainda sódio e açúcar, o refrigerante apenas potencializa a sede e assim se segue o ciclo vicioso. É interessante também notar que o sal aciona o sistema de recompensa e prazer via receptores opióides e dopaminérgicos cerebrais, o que pode levar ao vício pelo sal”.
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Fórmula
O produto foi inspirado em substitutos para o sal de cozinha de países europeus e nos EUA. Os diretores da empresa tiveram a ideia de importar para o Brasil, mas o custo benefício não compensava, segundo Capozzi.
A partir de então, ele e outros dois sócios decidiram elaborar uma nova fórmula produzida aqui, à base de cloreto de potássio e outras substâncias, sem que haja prejuízo no sabor, um projeto encabeçado pelo químico e farmacêutico Massayoshi Yoshida, da Universidade de São Paulo (USP), que durou quase dois anos. “A partir da consolidação da fórmula, passamos a fazer alguns ajustes até encontrar um sabor que salgava mas sem o amargor característico do potássio”, explica o diretor. “Para isso, fizemos alguns testes cegos com um consultor gastronômico, que não conseguiu distinguir o salgante do sal comum”.
A partir de então, ele e outros dois sócios decidiram elaborar uma nova fórmula produzida aqui, à base de cloreto de potássio e outras substâncias, sem que haja prejuízo no sabor, um projeto encabeçado pelo químico e farmacêutico Massayoshi Yoshida, da Universidade de São Paulo (USP), que durou quase dois anos. “A partir da consolidação da fórmula, passamos a fazer alguns ajustes até encontrar um sabor que salgava mas sem o amargor característico do potássio”, explica o diretor. “Para isso, fizemos alguns testes cegos com um consultor gastronômico, que não conseguiu distinguir o salgante do sal comum”.
Além de evitar o aumento da pressão arterial, o novo tempero promete, ao não reter líquidos, reduzir inchaços e o aumento de peso. Ainda assim, quem optar pelo salgante também deve ficar de olho nos excessos, ainda assim prejudiciais, de acordo com a nutricionista Carmen Zita Pinto Coelho. “O cloro também deve ser evitado em excesso por quem sofre de hipertensão e por quem sofre de hipotireoidismo. Mas este produto, contendo potássio, será com certeza muito menos nocivo do que o cloreto de sódio”.
Opção
Outro salgante sem sódio disponível no mercado brasileiro é o Dalsabor. O produto, que é importado, chegou ao Brasil há poucos meses. Assim como o Bio Salgante, pode ser comprado na internet.
O Tempo
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