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sábado, 20 de dezembro de 2014

Conheça a melatonina, hormônio do sono que regula o relógio biológico e pode prevenir doenças

Substância sinaliza ao corpo sobre quando é dia e quando é noite
 
Dormir bem ajuda a acordar mais disposto e de bom humor e a render melhor durante o dia. Mas se lhe dissessem que uma calma e escura noite de sono também pode ajudar a emagrecer, a reduzir as crises de enxaqueca, a fortalecer o sistema imunológico, a proteger contra alguns tipos de câncer e até combater a queda de cabelo? Pois é isso que pesquisadores ao redor do mundo têm demonstrado ao estudar os efeitos da melatonina, hormônio fabricado naturalmente pelo organismo na ausência de luz.
 
Produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, a melatonina é quem sinaliza ao corpo sobre quando é dia e quando é noite, sendo responsável por regular nosso relógio biológico. Até pouco tempo, acreditava-se que sua única função era regular o sono e, por isso, seu nome era mais difundido entre pilotos e viajantes do que no meio científico. Eles utilizavam cápsulas à base do hormônio para amenizar os efeitos do temido jet lag — mal-estar causado pela mudança no fuso horário. Mas lá pela década de 1970, pesquisadores começaram a notar que o efeito da melatonina poderia ir além, e acabaram se surpreendendo com as descobertas.
 
— Os estudos clínicos de reposição de melatonina são muito recentes, mas já se identificou que esse hormônio pode ajudar o organismo de diferentes maneiras quando produzida naturalmente, e que o nosso estilo de vida tem influenciado negativamente nesse processo — explica a psiquiatra Maria Paz Loayza Hidalgo, do Laboratório de Cronobiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
A substância está sendo produzida sinteticamente em alguns países como os Estados Unidos, que a comercializa como suplemento alimentar para minimizar os efeitos da produção insuficiente do hormônio causada por alguns hábitos da vida moderna.
 
A larga e diversificada lista de benefícios que a melatonina pode trazer tem colocado hábitos que até então pareciam inofensivos — como assistir televisão à noite, usar tablets e celulares na cama, ou até permanecer em ambientes de trabalho com pouca iluminação durante o dia — na lista dos grandes vilões da saúde. Estudos recentes comprovaram que pessoas com turnos de trabalho noturnos ou ainda que se expõem a ambientes iluminados durante a noite apresentam maior risco de desenvolver alguns tipos de câncer, depressão e obesidade. Isso porque os estímulos luminosos artificiais confundem o organismo e colaboram com a redução na produção da melatonina.
 
Influência em diversas áreas do corpo
Ainda que os mecanismos de atuação da melatonina não estejam totalmente desvendados pela ciência, o que já se sabe é que ela tem a capacidade de penetrar em qualquer célula do organismo e, por isso, pode influenciar tantas áreas do corpo. Uma das mais recentes e promissoras descobertas, apresentada no início deste mês no Simpósio Sul-brasileiro de Cronobiologia e 1º Simpósio sobre Glândula Pineal e Melatonina, em Porto Alegre, tem estimulado pesquisadores não apenas a promover uma mudança de hábitos da população, mas também a considerar o uso de medicamentos à base do hormônio para redobrar sua ação.
 
Uma série de estudos realizados pelo Instituto de Ciências Biomédicas e de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) vem analisando o efeito da melatonina sobre o diabetes, e demonstrou que o hormônio pode potencializar a ação da insulina, que é quem possibilita a entrada de glicose nas células. As pesquisas sugerem que a adição de melatonina ao esquema tradicional de terapia possa ser benéfico no controle da doença. Em 2013, uma investigação realizada na Universidade Harvard já havia associado baixos níveis de melatonina durante a noite com um risco maior de diabetes tipo 2 em adultos.
 
Zero Hora

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