Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo: Parente dos camelos, as lhamas são mamíferos típicos da América do Sul |
Rio - Os esforços no combate ao vírus HIV ganharam um novo reforço no mínimo inusitado: os lhamas. É que, de acordo com um novo estudo publicado na revista “PLOS Pathogens”, o sangue do mamífero originário da América do Sul contém ao menos quatro raros anticorpos que atacam de forma coordenada o vírus.
A descoberta alimenta as esperanças de que uma nova vacina possa ser produzida no futuro contra a Aids, embora especialistas admitam que tentativas de desenvolver uma injeção eficaz contra o vírus tenham sido “decepcionantes” até o momento.
A maioria das pesquisas anteriores se concentrou em tentar direcionar o sistema imunológico humano para detectar o vírus e atacá-lo antes que ele se alastrasse e a Aids se desenvolvesse. Os primeiros sintomas da doença são dores nas articulações, inchaço dos gânglios e febre.
Mas o novo estudo, liderado pela University College London (UCL), mostrou que o lhama, um membro da família do camelo, produz “anticorpos neutralizantes” não encontrados em seres humanos que se mostraram eficazes no aniquilamento do vírus.
Os especialistas descobriram que uma combinação de quatro anticorpos do mamífero pode destruir uma grande variedade de HIV devido à maneira como os agentes se anexam ao vírus e o desarmam.
Cientistas já haviam descoberto um dos anticorpos, mas o novo estudo descobriu os outros três. Todos têm como alvo diferentes regiões do vírus, e é esse “trabalho em equipe” que se torna tão eficaz.
No entanto, ensaios com os lhamas mostraram que os anticorpos só apareceram após várias rodadas de imunização e, mesmo assim, permaneceram em baixas concentrações.
Isso significava que a resposta ainda não atingiu os níveis de concentração de anticorpos que cientistas esperavam para produzir vacinas.
O Globo
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