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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Santa Casa rescinde contrato com terceirizada e fica sem serviço de limpeza

Foto: IG/Anderson Passos
Instituição aguarda resposta a pedido de empréstimo de
R$ 44 milhões para saldar dívidas com servidores e
fornecedores; serviço de limpeza é inexistente
Contratação emergencial de 800 funcionários de limpeza é uma das prioridades para janeiro; entidade depende de liberação de empréstimo bancário
 
Embora o atendimento aos pacientes esteja acontecendo normalmente na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, graças a uma verba extra do governo do Estado de R$ 3 milhões, os serviços de limpeza do hospital não estão sendo realizados.
 
A reportagem esteve na Santa Casa nesta terça-feira (30) e a situação dos banheiros, por exemplo, era crítica. Além do mau cheiro, faltava papel higiênico – só havia papel para enxugar as mãos – e as lixeiras estavam lotadas.
 
A explicação para este quadro de abandono se deve ao término do contrato que a Santa Casa mantinha com uma empresa de asseio e conservação. O mesmo se esgotará no próximo dia 5 de janeiro e a empresa já demitiu todos os 1.150 funcionários, que estão cumprindo aviso prévio.
 
Pela manhã, duas servidoras da limpeza fumavam no pátio. Questionadas pela reportagem sobre a quitação dos salários e a má conservação dos sanitários, uma delas respondeu que estavam ali "de boa".
 
"Infelizmente, parece que eles não estão indo trabalhar", disse um assessor da entidade. A Santa Casa afirma que vai contratar, em regime emergencial, 800 pessoas para cuidar da limpeza.
 
A assessoria de imprensa da entidade informa que a Santa Casa pediu um empréstimo de R$ 44 milhões à Caixa Econômica Federal (CEF) para quitar as dívidas com funcionários e fornecedores. No entanto, o mesmo só deve ser analisado em janeiro pelo banco. Como garantia, a Santa Casa ofereceu um imóvel localizado na Avenida Paulista.
 
A entidade também espera com esse recurso quitar as dívidas salariais e do 13º salário dos 11 mil funcionários da Santa Casa de Misericórdia.
 
'Pede para sair'
O provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, pediu afastamento do cargo por 90 dias no último dia 22, em meio a acusações de má gestão e um endividamento que ultrapassa os R$ 773 milhões, segundo auditoria realizada pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.
 
O vice-provedor Rui Altenfelder responderá pela entidade no período em que Rocha Abdalla estiver ausente. Abdalla, eleito pela terceira vez para o cargo, pediu licença sob alegação de garantir transparência nas denúncias de desvios e de contratos superfaturados pela entidade.
 
No último dia 19, a Santa Casa chegou a suspender consultas e cirurgias, mas um recurso emergencial do governo do Estado está garantindo as consultas e demais procedimentos.
 
A crise na Santa Casa ficou evidente em julho deste ano, quando a emergência do hospital ficou fechada por 28 horas por falta de materiais e medicamentos. Em agosto, o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde protagonizaram uma queda de braço já que o governo federal cobrava explicações da pasta estadual sobre os recursos enviados à Santa Casa. O governo federal afirmava ter liberado R$ 73 milhões para a Santa Casa e encaminhado o recurso à Secretaria Estadual da Saúde. Uma auditoria ainda em curso apura qual o destino desse dinheiro.

iG

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