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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Viva Melhor Sabendo: Saiba mais sobre o teste oral de HIV

Ariane Sena do projeto Viva Melhor Sabendo. Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação
Ariane Sena do projeto Viva Melhor Sabendo
Carnaval é época de diversão, mas também pode ser uma oportunidade de ficar mais tranquilo com a saúde realizando o teste oral de HIV
 
O procedimento para saber se a pessoa tem aids foi desenvolvido pela Fiocruz e tem entre suas vantagens a mobilidade, pois não é necessário ter um espaço laboratorial para a coleta e diagnóstico. O procedimento utiliza fluido extraído da gengiva e da mucosa da bochecha com o auxílio de uma haste coletora e, em aproximadamente 30 minutos, já é possível obter o resultado.
 
Os testes já estavam sendo utilizados dentro do projeto Viva Melhor Sabendo, parceria do Ministério da Saúde com 60 organizações da sociedade civil de todo o país, que tiveram a possibilidade de ir até grupos de risco, que são homens que fazem sexo com homens, gays, transexuais, travestis, profissionais do sexo e pessoas que usam drogas. Agora, para o Carnaval, as ONGs se organizam para realizar saídas em bares, boates e festas durante toda a semana de folia.
 
Ariane Sena, 23 anos, estudante de psicologia, participa do projeto em Salvador, na Bahia, com a Instituição Beneficente Conceição Macêdo (IBCM), uma organização sem fins lucrativos que, desde 1989, atua na prevenção do HIV/AIDS e apoia as pessoas que convivem com o vírus. “O legal do projeto é que a gente vai até o encontro das pessoas, onde quer que elas estejam, então nós vamos em orlas, saunas gays, casas de prostituição e está sendo muito bom. Além de ser um orgulho muito grande trabalhar na instituição, porque, inicialmente, o público alvo do nosso projeto são travestis e transsexuais, que foi ampliado, hoje tem homossexuais, bissexuais e heterossexuais. O orgulho pra mim é ser participante de um projeto que trabalha com pessoas como eu. A gente entende a dificuldade de travestis e transsexuais chegarem a laboratórios, a gente nem sempre é respeitada e nem somos chamadas pelos nossos nomes sociais, como queremos ser chamadas. Às vezes a gente é frustrada e acaba não indo até o posto para fazer o teste”, conta Ariane Sena. Durante o carnaval de Salvador, o projeto fará três saídas na semana das festas passando pela Barra e Circuito Dodô.
 
De acordo com Padre Alfredo Souza Dorea, representante da IBCM, a praticidade do teste atrai um maior número de pessoas que querem se testar. “O teste oral é muito bem recebido. As pessoas perguntam logo se é rápido e se não tem sangue. Então, por ser assim, evita muita recusa. Muitas vezes um profissional do sexo até adia o programa para fazer o teste”, explica o padre.
 
Em casos de teste positivo, as equipes são orientadas a encaminhar os casos aos postos de saúde mais próximos do local, conforme esclarece Padre Alfredo. “O teste rápido permite irmos ao encontro da pessoa onde quer que ela esteja, de forma simples, fácil, porque a pessoa saber a sua condição de sorologia é sempre bom. Eu penso que é uma forma real da gente cessar essa epidemia, fazendo com que as pessoas saibam da sua condição. Quando há casos de soropositividade, a gente indica os postos de saúde mais próximos da comunidade e região. A pessoa pode escolher, conforme a sua necessidade ou conveniência. Temos o cuidado de fazer o contato com o responsável da unidade de saúde, para que a pessoa que vá seja bem recebida”, completa.
 
No Rio de Janeiro, Márcio Villard, gerente da área de Educação e Mobilização Social da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, conta que os barracões das escolas de samba, tanto do primeiro grupo como do grupo de acesso, recebem preservativos e materiais educativos durante todo o ano. Mulheres voluntárias das comunidades trabalham com as escolas Salgueiro, Mangueira, Tijuca e Vila Isabel. Durante o carnaval, as ações são realizadas no Terreirão do Samba e no Sambódobro. “Elas trabalham com material educativo e é muito interessante, porque depois a gente recebe muitas pessoas para darmos encaminhamento ao teste. Então a hashtag da campanha, #partiuteste, funciona muito bem no diálogo com essas pessoas”, explica Márcio Villard.
 
A infecção pelo HIV só pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco, período chamado de janela imunológica. Além do teste oral, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a testagem laboratorial e o teste rápido de forma gratuita e anônima nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
 
Fonte: Ana Beatriz Magalhães / Blog da Saúde

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