Por Dr. João Ricardo Duda Coloproctologista - CRM 22961/PR
A coceira na região anal, cuja terminologia médica denomina prurido anal, é uma queixa muito frequente, sendo descrito desde os mais antigos manuscritos médicos. Acredita-se que a rica inervação na região anal e perianal seja a razão para a sensibilidade aos potenciais irritantes locais.
De maneira geral, o prurido tende a ser mais a noite e é mais frequente nos homens. O atrito na região em decorrência da coceira pode causar ferimentos e piorar ainda mais o sintoma. Muitas vezes não há nenhum dano estrutural ou consequência mais grave por trás da coceira anal. Porém, o sintoma pode ser incrivelmente irritante e levar a considerável perda na qualidade de vida.
De maneira geral, o prurido tende a ser mais a noite e é mais frequente nos homens. O atrito na região em decorrência da coceira pode causar ferimentos e piorar ainda mais o sintoma. Muitas vezes não há nenhum dano estrutural ou consequência mais grave por trás da coceira anal. Porém, o sintoma pode ser incrivelmente irritante e levar a considerável perda na qualidade de vida.
Embora a coceira anal possa ser causada por doenças específicas, como hemorroida, fissura anal, constipação, diarreia e diabetes, a maioria dos pacientes não apresenta alterações significativas, exceto as alterações cutâneas. Exemplos de alterações cutâneas que causam prurido anal são:
- Dermatites alérgicas
- Micose
- Seborreia
- Oxiurose
- Psoríase
- Líquen
- Dermatite actínica
- Dermatite atrófica ou hipertrófica.
Entretanto, o fator mais comum que resulta em prurido anal é a presença de resíduos de fezes na margem anal e no canal anal, fato esse mais comum naqueles que possuem alterações funcionais no esfínter anal, como hipertonia, hipotonia, dissinergia e contrações paradoxais.
Os sinais de alerta para buscar ajuda médica são sangramento, alteração do hábito intestinal e da forma das fezes, emagrecimento, dor anal ou retal e a presença de muco ou pus. Caso perceba alterações na forma e consistência da sua região anal, isso também deve levá-lo a ser avaliado por um especialista. Entretanto, algumas medidas podem ser adotadas para aliviar o desconforto antes de o paciente recorrer a avaliação médica:
- Não use o papel higiênico. Em último caso, use lenços umedecidos sem perfume e sem álcool para higienizar o ânus
- Passe a lavar-se com água após a evacuação
- Seque adequadamente a região anal com toalha macia, sem fricção
- Use roupas íntimas de algodão, evitando tecidos sintéticos
- Use roupas frescas e arejadas em dias quentes
- Caso não melhore, procure um médico coloproctologista.
Os melhores resultados a longo prazo são obtidos com as medidas de higiene e mudanças na dieta:
- Evite café, refrigerantes do tipo cola, leite e derivados, bebidas alcoólicas, tomate e molho de tomate do tipo ketchup, chocolate, castanhas e nozes. Podem ser irritantes locais
- Não fume
- Caso constipado ou normal, alimente-se de fibras e água
- Lave-se com água. Nos casos onde há uma ?sujeidade? persistente mesmo após a higiene, faz-se necessário irrigar o canal anal com água. Você também pode buscar em farmácias um sabonete específico para a região anal
- Quando indicados, há tratamentos tópicos a base de corticoides, antimicóticos e cremes cicatrizantes/de barreira.
Em casos intratáveis, pode-se lançar mão da injeção intradérmica de azul de metileno 0,5%, biofeedback e até hipnose. Já as doenças específicas, como hemorroidas, plicomas, DSTs e diabetes, devem ser tratadas caso a caso como tal.
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