Nos EUA, os adultos ultrapassaram as crianças no consumo de medicamentos para essa condição e responderam por 53 por cento das 63 milhões de prescrições de todo o setor para medicamentos contra o TDAH no ano passado, segundo dados compilados pela Shire Plc, que produz o medicamento mais vendido, o Vyvanse. Os dados contrastam com os 39 por cento de 2007, disse a fabricante de medicamentos com sede em Dublin.
A mudança no mercado, que refuta a noção comum de que o TDAH é uma condição pediátrica, ocorreu em parte porque o transtorno persiste na vida adulta, segundo os estudos. Mais pais de crianças com TDAH – que provoca agitação, falta de concentração e comportamento impulsivo – também estão sendo diagnosticados em meio a uma percepção crescente de que o transtorno pode ser herdado.
“Nós adotamos mais esforços no mercado de TDAH adulto, que agora representa mais da metade do mercado geral e tem o crescimento mais elevado”, disse o CEO da Shire, Flemming Ornskov, em uma teleconferência recente com analistas. “Isso está crescendo rapidamente, quase duas vezes tão rapidamente quanto o mercado como um todo”.
O Vyvanse, da Shire, que está aprovado para o tratamento tanto de crianças com idade entre 6 e 17 anos quanto de adultos, dominou metade do mercado de marcas para medicamentos contra o TDAH em todo o mundo no ano passado. Os esforços da empresa para atender esse mercado crescente estão concentrados em fazer os representantes de vendas ensinarem os médicos a respeito dos resultados obtidos em testes clínicos envolvendo adultos.
As vendas do medicamento subiram 18 por cento no ano passado, para US$ 1,4 bilhão, reforçando sua posição de droga mais vendida da Shire. Ultrapassou de longe a renda obtida por seu concorrente de marca mais próximo, o Concerta, da Johnson Johnson, que vendeu US$ 599 milhões, e o Ritalina, da Novartis AG. Ambos os medicamentos perderam a proteção de patente.
Usos mais amplos
O foco nos adultos se soma aos esforços da Shire por extrair mais vendas de sua carteira de TDAH. A empresa reformulou sua droga Adderall, que tem concorrentes genéricos, transformando-a em um tratamento de liberação prolongada que dura 16 horas e planeja buscar aprovação dos reguladores dos EUA até o segundo trimestre de 2017. A Shire também conseguiu autorização para implementar um tratamento de transtorno de compulsão alimentar como um novo uso para o Vyvanse em janeiro.
Na Europa, as crianças ainda são de longe o maior segmento, respondendo por 74 por cento dos pacientes de TDAH em 2014. “É importante notar que o nível de aceitação e diagnóstico e os medicamentos disponíveis para TDAH são mais limitados na Europa do que nos EUA”, disse a Shire, em um comunicado enviado por e-mail.
Isso está começando a mudar, especialmente na Escandinávia e em países como Alemanha e Espanha, segundo Ornskov. “A Suécia é um dos nossos mercados com crescimento mais acelerado, superando até mesmo as referências para os EUA”, disse ele.
UOL
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