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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Cientistas identificam composto que pode ser usado em remédios contra malária

Cientistas estão próximos de composto que pode se
transformar em remédio para prevenir a malária
Parasita desenvolveu múltiplas resistências aos medicamentos ao longo dos anos
 
Uma equipe internacional de cientistas identificou um novo e potente composto contra a malária, com um mecanismo de ação inovadora e testado com sucesso em ratos, que poderia se transformar em um remédio para prevenir a doença por meio de uma só dose e com um custo menor que R$ 4. Em artigo publicado na última edição da revista "Nature", os pesquisadores chamaram o composto de DDD107498, afirmando que ele é capaz de atuar em distintas fases da vida do "Plasmodium falciparum", o parasita da malária.
 
A pesquisa é liderada por Ian Gilbert, da Universidade de Dundee, no Reino Unido, com participação de cientistas da Austrália, Espanha, Estados Unidos, Suíça e Holanda. O parasita da malária desenvolveu múltiplas resistências aos medicamentos ao longo dos anos e também começa a resistir ao tratamento atualmente recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
 
Por isso, segundo os autores desse estudo, a doença exige alternativas urgentes, afirma Francisco Javier Gamo, um dos pesquisadores envolvidos no estudo e diretor da Unidade de Malária da companhia GlaxoSmithKline (GSK).
 
— Ele é um antimalárico muito potente e sua principal característica é ser capaz de atuar em distintas fases da vida do parasita, incluindo a de transmissão da doença.
 
A infecção no ser humano não ocorre diretamente no sangue. Quando o mosquito portador do parasita (Anopheles) pica uma pessoa, partes do protozoário se dirigem ao fígado e lá se desenvolvem. No local, um único parasita pode gerar até 10 mil novos protozoários, iniciando assim os sintomas da doença.
 
— Se essa divisão não for controlada pode estourar os vasos sanguíneos, a irrigação e, inclusive, levar a pessoa a morte.
 
Além disso, o composto evita a transmissão do parasita através do mosquito, diminuindo assim novos casos da doença. Os pesquisadores comprovaram a eficácia do composto em ratos, sua potência, solubilidade e estabilidade. Para isso, usaram glóbulos vermelhos de humanos nos animais, reproduziram a doença e administraram o composto até constatar que "os parasitas vão desaparecendo até serem eliminados", revelou Gamo.
 
O próximo passo, já em andamento, é seu desenvolvimento pré-clínico, fase na qual será testada a toxicidade em humanos e sua segurança. Os autores do estudo estimam que o futuro medicamento custará menos de 1 euro, "o que é importante porque a maior parte das pessoas com malária vivem na pobreza".
 
EFE  / R7

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