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sábado, 3 de outubro de 2015

Anvisa quer centralizar rastreamento de remédios

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai propor um novo modelo para administrar os dados gerados a partir da rastreabilidade de medicamentos, medida inicialmente prevista para ser implementada até 2016
 
Conhecido como RG dos remédios, o objetivo do sistema é controlar todo o caminho desses produtos – da indústria às distribuidoras, passando pela farmácias e ao próprio consumidor.
 
Pela proposta aprovada anteriormente, os dados, que permitem saber a localização dos produtos, ficariam de posse dos fabricantes. Agora, a agência irá propor um modelo próprio e centralizado de informações. Neste caso, o governo receberia diretamente das indústrias, distribuidoras e pontos de venda os dados dos medicamentos, sem intermediários.
 
A nova proposta, à qual a Folha teve acesso, seria apresentada em reunião da agência nesta quinta (1º). A medida responde a críticas do setor, especialmente do varejo, que vê riscos no compartilhamento de alguns dados com os laboratórios farmacêuticos.
 
Entidades como a Abrafarma, que representa um terço das farmácias no país, entraram na Justiça contra a Anvisa para evitar o problema. A preocupação é que o acesso às informações poderia ferir a questão de concorrência. Com as reformulações, a agência espera reconciliar o setor sobre a proposta da rastreabilidade e evitar o naufrágio da medida, criada por uma lei federal há seis anos.
 
Com o rastreamento, a Anvisa espera evitar falsificações de remédios, impedir a distribuição de produtos fora da validade e acelerar o recall em caso de problemas, entre outras medidas. O rastreamento é feito por meio da impressão, em cada embalagem, de um código bidimensional e um número de identificação próximos às datas de fabricação e de validade e ao número do lote do medicamento.
 
Prazo
Inicialmente, a meta da Anvisa é que o sistema seja testado a partir do final deste ano –quando a indústria deve apresentar três lotes de medicamentos rastreáveis– e implementado em 2016. O prazo, no entanto, tem dividido o setor.
 
Após propostas no Congresso de adiar a implementação da ferramenta de controle por até uma década, representantes da indústria farmacêutica, do varejo e distribuidores agora pedem que o processo seja implementado em até quatro anos e oito meses.
 
Procurada pela reportagem, a Anvisa diz esperar que o novo modelo para o sistema de controle de medicamentos possa simplificar o processo e acelerar o cumprimento do prazo inicial. A previsão da agência é que o sistema fique pronto em até um ano. O custo é estimado em R$ 10 milhões.
 
Folha de São Paulo

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