A Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) está convidada a observar as negociações para garantir a transparência no processo de compra e servir como intermediária na transferência, de modo que se evite pagar altos juros
Os países do Mercosul negociaram nesta quarta-feira com fabricantes de remédios a compra conjunta de produtos de alto custo, como antirretrovirais e remédios para pacientes oncológicos, como forma de baratear seus preços, um dos temas que serão tratados na sexta-feira na reunião de ministros de Saúde do bloco.
O objetivo consiste em adquirir dos laboratórios remédios em grande escala para, além de baratear seus custos, facilitar o acesso dos pacientes a tratamentos de última geração difíceis de obter em países pequenos como o Paraguai, segundo informou o Ministério da Saúde Pública (MSP) desse país.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) está convidada a observar as negociações para garantir a transparência no processo de compra e servir como intermediária na transferência, de modo que se evite pagar altos juros.
Por enquanto se negocia a compra de quatro remédios antirretrovirais, utilizados, entre outros tratamentos, para doenças como o HIV/aids.
Em uma segunda rodada se pactuará sobre a aquisição de remédios oncológicos “de última geração”, disse a diretora-geral de Relações Internacionais do MSP, María Antonieta Gamarra.
“Sabemos o que é o câncer para nosso país e para qualquer pessoa. Estes remédios vão ser incluídos em muitos dos tratamentos em Saúde Pública, coisa inédita, porque geralmente a seguridade social é quem compra estes remédios, já que escapa a nosso sistema financeiro”, declarou Gamarra.
Em preparação das negociações com os laboratórios, Paraguai e Brasil compilaram os dados de número de pacientes beneficiados e preços de remédios dos membros do Mercosul e Estados associados, e detectaram “grandes assimetrias” nos custos de um país a outro, afirmou Gamarra.
A negociações são prévias à reunião de ministros de Saúde do Mercosul que será realizada na sexta-feira em Assunção, com a presença das autoridades sanitárias do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), assim como de países associados como Chile e Peru.
Na reunião será apresentada, além disso, a proposta de unificar os temas tratados no âmbito do Mercosul Saúde com os da agenda sanitária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a fim de otimizar o tempo, economizar despesas em viagens e ter uma maior produção de resultados.
Quase metade das pessoas infectadas com HIV na América Latina recebe tratamento médico, o que faz com que seja uma das regiões em vias de desenvolvimento mais avançadas do mundo no acesso a antirretrovirais, segundo dados da ONU.
EFE Saúde
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