Mulheres que estão expostas a altos níveis de fumo — seja através de si mesmas ou passivamente — podem experimentar a menopausa um ou dois anos mais cedo do que aquelas que nunca fumaram ou que nunca foram expostas a tabagismo passivo.
Segundo o “Daily Mail”, um estudo apontou que atuais ou ex-fumantes têm 14% mais risco de infertilidade, enquanto fumantes passivas — expostas a níveis mais elevados de fumo — são 18% mais propensas a ter problemas para engravidar do que não-fumantes. A pesquisa foi publicada on-line na revista “Tobacco Control”.
Os pesquisadores analisaram dados de 79,690 mulheres, na faixa etária dos 50 aos 79 anos, que participaram da pesquisa WHI OS (Women’s Health Initiative Observational Study) e tiveram menopausa “natural”. Por natural leia-se que já não menstruavam há 12 meses consecutivos e não tinham se submetido a cirurgia de remoção de ovários. Elas forneceram informações sobre seus hábitos de fumar ao longo da vida, problemas de fertilidade, e a idade em que chegaram à menopausa natural.
Perguntou-se a atuais e ex-fumantes quantos cigarros fumavam diariamente, a idade em que tinham começado a fumar (desde menos de 15 até mais de 30), e quantos anos haviam fumado. Às mulheres que nunca fumaram foi perguntado se tinham vivido com um fumante quando criança, quando adulta, e se tinham trabalhado em ambiente de fumo permitido.
Dados de fertilidade estavam disponíveis para 13.621 mulheres, e 15,4% delas relataram problemas para engravidar durante pelo menos 12 meses. A exposição ao tabaco foi claramente associada com um risco aumentado de infertilidade e de chegar à menopausa mais cedo, os pesquisadores descobriram. Em comparação com pessoas que nunca fumaram, atuais ou ex-fumantes estavam ligadas a um maior risco de 14% de infertilidade. A condição também foi associada com um risco 26% maior de chegar à menopausa antes de 50 anos de idade.
A idade média no início da menopausa foi significativamente menor entre as fumantes do que entre as não fumantes e que não tinham sido expostas a fumaça “por tabela”. E as mulheres não fumantes, mas que haviam sido expostas ao tabagismo passivo, também estavam em risco. Aquelas que haviam sido expostas a níveis mais elevados de fumaça do tabaco eram 18% mais propensas a ter problemas de infertilidade do que as mulheres que nunca haviam sido expostas ao tabagismo passivo.
Este grupo era composto por mulheres que tinham morado durante dez anos ou mais com um fumante quando crianças, 20 anos ou mais com um parceiro que fumava em casa, e 10 anos ou mais num ambiente de trabalho em que os colegas fumavam. Para este grupo, a menopausa chegou 13 meses mais cedo do que para as mulheres que não tinham sido expostas ao tabagismo passivo.
As descobertas se mantiveram válidas mesmo levando em conta fatores como índice de massa corporal (IMC) aos 18 anos, educação, consumo de álcool, níveis de exercício, exposição a inseticidas, uso de contraceptivos orais, e a idade em que a mulher teve sua primeira menstruação. Os pesquisadores dizem que o significado de chegar à menopausa mais cedo não é claro, mas outros estudos têm ligado o fato a um risco aumentado de morte prematura por qualquer causa.
Sabe-se que as toxinas encontradas no tabaco são conhecidas por terem efeitos nocivos sobre o sistema reprodutivo e por interromper a produção e atividade dos hormônios ligados à fertilidade, explicaram. Os pesquisadores concluíram que: “Este é um dos primeiros estudos desse tamanho e poder estatístico para investigar e quantificar tabagismo ativo e passivo e os problemas de saúde das mulheres. “A pesquisa fortalece as evidências atuais de que todas as mulheres precisam ser protegidas do fumo ativo e passivo”.
O Globo
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