Com base na inflação de fevereiro, a INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) estima em 4,76% o índice máximo de reajuste para medicamentos
Outras duas faixas inferiores também estão previstas e foram estimadas em 3,06% e 1,36%. A média dos reajustes está novamente abaixo da inflação, fato que se repetiu quase todos os anos desde 2005.
“O reajuste não é totalmente aplicado, na prática, porque a concorrência de mercado resulta em descontos expressivos nas vendas em farmácias. E existem descontos obrigatórios para o governo, além de abatimentos negociados”, ressalta Antônio Britto, presidente-executivo da INTERFARMA.
Os índices de reajuste são calculados com base no IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também entram na equação fatores de produtividade e de concorrência, apontados pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
Ano passado, o índice acabou sendo mais alto, de 12,50%, porque o País passava por um período de alta na inflação. A indústria farmacêutica também havia sido impactada pelas variações do câmbio e pela alta da energia elétrica – todos fatores previstos no cálculo oficial para o índice de reajuste.
Entre 2005 e 2016, a indústria farmacêutica teve permissão para reajustar em até 77% o preço dos medicamentos. Contudo, o IPCA do período foi de 103% — diferença de 26 pontos percentuais. Os planos de saúde, por exemplo, registraram aumento médio de 177% nesses anos, índice acima da inflação e bem acima do índice concedido ao setor farmacêutico.
“É importante para o setor haver segurança jurídica e estabilidade nas regras do jogo, ou seja, ter uma fórmula conhecida e seu calendário respeitado”, afirma Britto.
O governo deve anunciar os índices oficiais de reajuste permitido, a partir de abril, posteriormente à divulgação do IPCA pelo IBGE.
Interfarma
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