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No Brasil, não há dados nacionais que mostrem os problemas que os erros de prescrição podem causar. Uma lei nacional de 1973 exige que a receita seja escrita de maneira legível. O Código de Ética Médica também veda ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível. Além disso, alguns estados brasileiros, como o Mato Grosso do Sul, obrigam os médicos a digitar e imprimir as receitas.
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Pedro Eduardo Menegasso, a maior vítima dos problemas com as receitas médicas são os pacientes. “Muitas vezes a farmácia não consegue decifrar. Isso causa erros e prejuízos para a saúde dos pacientes. O farmacêutico que não entende a receita precisa tirar a dúvida com o médico. Mas vários não deixam contato nas receitas. Eles se recusam a, por exemplo, deixar o telefone”, afirmou. “Esse problema tem de ser resolvido no Brasil. É preciso uma regulamentação sobre esse assunto”, completou.
Uma das maneiras de resolver esse problema é a implantação do receituário digital. Uma das ferramentas disponíveis no Brasil é o Nexodata, criado pelo médico paulista Antonio Endrigo. O Nexodata trabalha em conjunto com diversos aplicativos de gestão de clínica e possibilita ao médico imprimir a receita ou enviá-la diretamente ao sistema da farmácia. Desta maneira, o paciente nem precisa de papel. Ele pode optar por receber a relação de medicamentos por SMS e solicitar os remédios no balcão da farmácia.
Ao digitar o nome do médico, o farmacêutico ou balconista já tem acesso aos medicamentos solicitados e às doses corretas, com segurança. O aplicativo existe desde janeiro deste ano e, segundo Endrigo, já é utilizado por cerca de 15 mil médicos em todo o país.
“Os erros de prescrição são difíceis de serem computados. O paciente toma remédio porque está doente. Se a doença se agrava, dificilmente vai se considerar que a culpa é do remédio. É uma questão muito séria”, disse. Para ele, as novas tecnologias ajudam a minimizar esse problema ao máximo.
O oftalmologista Rubens Belfort Neto, professor afiliado da Escola Paulista de Medicina, já utiliza o sistema. Para ele, a prescrição eletrônica acaba com o risco de fraudes. “Com a receita em papel, qualquer um pode ir em uma papelaria e mandar fazer o bloco e o carimbo. Agora, com o receituário eletrônico, existe a assinatura digital do médico, certificada pelo Conselho Regional de Medicina. Isso dá uma segurança muito maior ao paciente”, disse.
Uol
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