por Saúde Business Web 26/01/2011 Operadora terá um ano para apresentar um plano de recuperação à Agência A operadora de plano de saúde Samcil está sob intervenção Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), segundo notificação no Diário Oficial da União na última segunda-feira (24). A empresa está com problemas financeiros e a ANS vai tentar ajudar a administração a sair da crise e evitar a falência. A Samcil - operadora com 244 mil beneficiários na Grande São Paulo - terá um ano para apresentar um plano de recuperação à Agência. Se a crise financeira for sanada, a empresa continuará atuando normalmente. Caso não seja possível recuperar a companhia, a empresa poderá ter de vender ou doar a sua carteira de clientes a outro convênio. A Samcil, até o momento, não se pronunciou sobre a intervenção. http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75302
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ministro planeja criar equipe nacional de resgate
por Verena Souza 28/01/2011 Padilha quer aproveitar a solidariedade do brasileiro e profissionalizar ajuda emergencial O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (28) em cerimônia realizada pelo Sindicado dos Médicos de São Paulo (Simesp), que pretende criar uma equipe nacional de resgate do Sistema Único de Saúde (SUS). Os mais de 4 mil profissionais voluntários que se candidataram para ajudar a região Serrana do Rio de Janeiro - fortemente afetada pelas recentes enchentes - reforçam, segundo Padilha, que uma iniciativa como essas seria bem sucedida. "O povo brasileiro é muito solidário por natureza. Queremos profissionalizar isso e, em breve, aprimoraremos essa ideia de uma equipe nacional de resgate", disse. Durante a cerimônia, o presidente do Simesp, Cid Carvalhaes, reforçou a expectativa que as entidades médicas têm em relação ao governo da Dilma Rousseff juntamente com Padilha. Entre elas, estão: regulamentação da Emenda Constitucional 29, carreira de Estado para médicos, piso salarial definido, orçamento próprio para a saúde, entre outras. Homenagem Durante o encontro entre os representantes da classe médica e os representantes do Ministério da Saúde, Padilha recebeu a Comenda Flamínio Fávero - criada pelo sindicato em reconhecimento aos médicos que se destacaram em sua vida profissional. Alexandre Padilha foi - até o final do mandato do governo Lula - ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Comenda De acordo com o Simesp, Flamínio Fávero foi escolhido por ser considerado um dos maiores médicos legistas do Brasil. Fávero foi professor da Faculdade de Medicina de São Paulo e teve papel fundamental na organização sindical da categoria médica no estado de São Paulo. Foi um dos seus fundadores e o primeiro presidente deste Sindicato. Também ajudou a criar o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, sendo o primeiro presidente da entidade, inaugurando a numeração de identificação profissional, com o CRM número 1. http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75404
Saúde suplementar reduz reembolso ao SUS
por Saúde Business Web 28/01/2011 Segundo as operadoras de saúde, lei que obriga o reembolso é inconstitucional O ressarcimento feito pelas operadoras de saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 31,7% entre 2007 e 2009, passando de R$8,23 milhões para R$5,62 milhões segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo. As operadoras alegam que a lei que obriga os planos de saúde a reembolsarem o SUS, criada em 1998, é inconstitucional, uma vez que o direito de acesso à saúde é garantido pela constituição federa, sendo um direito de todos. Para evitar o pagamento ao governo as operadoras recorrem à justiça e estão movendo uma ação de inconstitucionalidade, ainda não julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No período de 2007 a 2009 os valores cobrados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - que não seriam necessariamente repassados ao SUS - sofreram uma redução de 80%, passando de R$ 64 milhões para R$ 12 milhões. Uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou, também, que nos últimos cinco anos, a ANS deixou de cobrar das organizações cerca de R$ 2,6 bilhões. http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75407
Reembolso ao SUS pela saúde privada é prioridade
por Verena Souza 28/01/2011 Ministro da Saúde defende maior diálogo entre saúde suplementar e pública, inclusive no que se refere ao ressarcimento ao SUS Consolidação do SUS, pedidos prioritários da presidente Dilma Rousseff, integração da saúde pública e privada foram alguns dos assuntos comentados pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (28), durante café da manhã com representantes do setor de todas as esferas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Vamos retomar o diálogo entre a saúde suplementar e a privada para concretizarmos ações complementares entre elas, inclusive o que é garantido por lei como o ressarcimento que tem que ser feito ao Sistema Único de Saúde (SUS)", disse Padilha. http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75412
Saúde: o perigo que vem de fora
por *Antonio Carlos Lopes 31/01/2011 Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica critica política brasileira de revalidação de diplomas de médicos formados no exterior Há alguns anos o Governo Federal tenta criar subterfúgios para revalidar, com facilidades, os diplomas de brasileiros formados em Cuba, na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM). Foram diversas as tentativas de estabelecer privilégios. A cada uma delas a classe médica reagiu firmemente, alertando sobre os riscos que profissionais sem comprovação de formação adequada representariam à vida dos cidadãos. As entidades médicas brasileiras sempre defenderam que os formados no exterior passem por prova para demonstrar que estão de fato aptos para exercer a medicina no Brasil. Trata-se de uma segurança para a população. E a regra deve valer para graduados em quaisquer lugares do mundo, seja nos Estados Unidos, Inglaterra, China, Rússia, França, Japão, Argentina, Cuba e por aí vai. Diante da resistência dos médicos e das denúncias da imprensa, o Governo, de certa forma, recuou. Criou exame especial para os formados em Cuba, uma espécie de avaliação piloto para revalidação de diplomas. Aplicado recentemente, o tal teste teve resultados desastrosos: de 628 médicos, 626 foram reprovados, ou seja, quase 100% deles. O problema é que a lição não foi aprendida. Em vez de acender as luzes de perigo e dar um breque nas fórmulas mágicas para revalidar os diplomas dos brasileiros graduados na ELAM, surge agora a notícia de que a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação pode preparar novo edital para dar a eles mais uma oportunidade, com nota de corte mais baixa; e ainda estudaria fazer com que o teste teórico deixe de ser eliminatório. É lamentável que a cabeça de nossos gestores esteja tão desconectada dos anseios dos brasileiros. No conforto de seus luxuosos gabinetes, bacharéis em medicina que nada sabem, de fato, de medicina, ditam regras esdrúxulas sem ter a mínima noção dos estragos que podem causar. Dessa forma, todos os dias, vemos absurdos diversos, como a abertura indiscriminada de faculdades médicas sem condições de oferecer formação de qualidade. Ganham os empresários da educação, ganham os lobistas, e só quem perde é a população. É assim, com profissionais de formação insuficiente no Brasil e no exterior, que o Governo enche o mercado de "médicos", como se quantidade fosse o remédio para os males de nossa saúde. É o mais puro engodo. Na verdade, precisamos de qualidade, tanto quanto precisamos de responsabilidade e de espírito público de nossos políticos. Será que um dia chegaremos lá? *Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica **As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75431
Estado é condenado a aplicar mínimo de 12% em saúde
por Saúde Business Web 31/01/2011 Média de investimento no setor era de apenas 7%, segundo Ministério Público Federal da Paraíba De acordo com decisão da Justiça Federal da Paraíba, o Estado terá de observar os critérios da Resolução 322/2003, do Conselho Nacional de Saúde, para definir as despesas em ações e serviços que farão parte do piso constitucional de 12% para aplicar no setor. Além disso, o Estado terá que depositar os recursos destinados ao Fundo Estadual de Saúde, diretamente na conta específica do fundo, onde deve permanecer até sua retirada para pagamento de despesas, sem qualquer trânsito ou movimentação em outras contas pertencentes à administração estadual. A Ação Civil Pública foi apresentada pelo Ministério Público Federal da Paraíba, em maio de 2008. Na ação, o MPF argumentou que o Estado não estava investindo o mínimo de 12% da receita em ações e serviços de saúde, de acordo com a obrigação prevista na Constituição, sendo a média de investimento de apenas 7%. O MPF também alertou que, de 2003 a 2008, a Paraíba figurou como um dos Estados que menos investiu em saúde no Brasil. Destacou, ainda, que o governo usava de artifícios para burlar o percentual de 12%, ampliando o conceito do que seriam ações e serviços de saúde com despesas que não tinham a ver com o tema. Um dos artifícios, segundo o órgão, era o repasse de informações erradas, quanto à receita, para o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), diminuindo a base de cálculo para o valor da porcentagem obrigatória. Outro recurso, sustentou o MPF, era incluir como despesa em ações e serviços de saúde os gastos com a Casa Civil do governador, Polícia Militar, Secretaria de Estado da Administração, Secretaria de Estado do Turismo, Secretaria de Estado da Infra-estrutura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca. Também eram indevidamente considerados como despesas do Sistema Único de Saúde os gastos com previdência e atendimento de saúde à clientela fechada, como servidores públicos estaduais, em desacordo com o artigo 198 da Constituição, que só admite na conta as despesas com o SUS referentes à generalidade da população. Para o procurador da República Duciran Farena, que assinou a ação, a decisão "é importante porque o desatendimento da previsão constitucional na Paraíba já deixou grandes marcas, que foram principalmente sentidas pela população carente, dependente da saúde pública, cidadãos esses que sofreram - e continuam sofrendo, a exemplo da atual falta de medicamentos excepcionais - por causa do histórico desinvestimento do governo estadual". Ainda conforme Duciran Farena, "trata-se de uma das poucas ações desta natureza no Brasil que chegou a decisão de mérito". "Espero que a atual administração, que tem afirmado seu compromisso com investimentos na saúde, não recorra, para que o critério da sentença se torne imediatamente obrigação para o atual e todos os futuros governos da Paraíba". http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75436
Metade dos partos em cidade da Grande SP é em adolescentes
Vanessa Selicani, do Metro Metade dos partos realizados no Hospital da Mulher, em Santo André, na Grande São Paulo, foi em garotas entre 12 e 19 anos em 2009. Foram atendidas 2.258 meninas em trabalho de parto na unidade, 968 delas na faixa dos 12 e 17 anos. Os dados de 2009 são os mais recentes sobre o perfil das grávidas que usam o sistema público na cidade. O Hospital da Mulher centraliza hoje os partos da rede pública. O perfil das jovens mães de Santo André, de acordo com a Secretaria de Saúde, são garotas que vivem na periferia e estão na primeira gestação. O Poder Público iniciou no segundo semestre de 2010 um plano emergencial para conter o alto número de gestações na adolescência. A Secretaria de Saúde Municipal criou um grupo formado por médicos e educadores que, além de palestras sobre sexo seguro, distribui camisinhas nas escolas públicas municipais e estaduais. O programa tem apoio da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). “A ordem para este ano é intensificar as ações e circular por todas as unidades. Sabemos que é um trabalho a longo prazo, de que vamos colher o resultado a partir de 2012”, disse o secretário-adjunto de Saúde, Antônio de Giovanni Neto. A intenção é quebrar paradigmas na educação e envolver pais e professores nas discussões. http://www.band.com.br/jornalismo/saude/conteudo.asp?ID=100000394132
Estudo liga pedra no rim a obstrução arterial em jovens
Pesquisa americana aponta que 60% dos pacientes com o problema renal tinham mais chances de desenvolver alterações nas artérias Jovens que tiveram pedra no rim correm mais riscos de desenvolver um quadro de obstrução arterial. De acordo com uma pesquisa publicada no periódico americano Journal of Urology, isso não significa, no entanto, que um problema seja a causa do outro. Para os especialistas, os resultados da pesquisa apontam em outra direção: as duas condições possuem uma causa em comum. Segundo Marshall Stoller, da Universidade da Califórnia e autor do estudo, tende-se a pensar na ocorrência de pedras no rim apenas como um problema urinário. “Mas nós precisamos estar cientes de que o rim tem o papel de filtrar o sangue. Assim, ele pode alertar também para problemas que estão acontecendo nas artérias”, diz Stoller. Das 5.000 pessoas avaliadas durante o estudo, todas entre 18 e 30 anos de idade, menos de 4% tiveram pedras no rim durante os 20 anos de pesquisa. Dessas, cerca de 60% apresentaram mais chances de enfrentar o quadro de obstrução arterial – o afinamento das artérias é o indicador mais comum. Colesterol alto, pressão sanguínea elevada, cigarro e diabetes são fatores de risco já conhecidos que podem levar ao entupimento. Após a obstrução, a interrupção no fluxo sanguíneo pode culminar em ataques cardíacos e derrames. Dúvida científica - Estudos anteriores já haviam relacionado a presença de pedras no rim ao aumento da pressão sanguínea, o que, por consequência, eleva riscos de obstrução arterial. Os cientistas ainda não conseguiram determinar, entretanto, qual dos dois fatores leva ao entupimento arterial: a pressão alta ou as pedras. Para prevenir o surgimento de pedras, os médicos recomendam a ingestão de água e a redução do consumo de sal e carne.
Virose de verão sobe a serra e chega à capital paulista
BRUNO RIBEIRO LAIS CATTASSINI Prontos-socorros de alguns dos principais hospitais de São Paulo registraram, nas primeiras semanas de janeiro, aumento de até 80% em seus atendimentos em razão de doenças intestinais. As ocorrências começaram na sequência dos surtos de virose que atingiram algumas cidades da Baixada Santista, como Guarujá e Praia Grande. Pelo menos quatro unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), uma Unidade Básica de Saúde, todas da rede pública, e cinco hospitais particulares da capital relatam aumento significativo de pacientes com diarreia e vômitos – cerca de um terço dos locais com os quais o Jornal da Tarde fez contato. Em uma dessas unidades, o Hospital Beneficência Portuguesa, o número de pessoas atendidas nas primeiras semanas de 2011 praticamente dobrou com relação ao mesmo período de 2010. Na maior parte desses atendimentos, os pacientes passaram as festas de final de ano e o último feriado em cidades litorâneas. “Depois do feriado prolongado, praticamente 100% de nossos atendimentos foram por causa de viroses”, afirma a pediatra do hospital, Wylma Mariko Hossaka. O clima quente favorece a proliferação de vírus e bactérias nas superfícies e exige também um maior cuidado no manuseio e conservação de alimentos (leia mais ao lado). “Isso costuma acontecer no verão e em épocas mais quentes. O clima é muito propício para o surgimento dessas doenças”, afirma o infectologista Gustavo Johanson, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O aumento das viroses nessa época do ano motivou a Prefeitura a criar uma seção especial no site da Secretaria Municipal de Saúde para alertar a população sobre os cuidados com a alimentação e a higiene. No site www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/, a categoria “É Verão” traz dicas de como comprar peixes, como lavar frutas e legumes e como conservar os alimentos refrigerados. De transmissão oral, as doenças são adquiridas a partir de alimentos, objetos e, principalmente, água contaminada com resíduos de fezes, por exemplo. “Quando o tratamento da água não é adequado, a ingestão da bebida pode transportar um agente para o estômago. Esse agente também pode ser uma bactéria, que causará vômitos e diarreia”, afirma o infectologista do Hospital Igesp, Marcos Antônio Cyrillo. Segundo ele, os atendimentos no pronto-socorro do hospital por conta de doenças estomacais duplicou nas últimas semanas em relação aos meses anteriores. De acordo com a pediatra e infectologista do Hospital Santa Catarina, Claudia Maria Menezes, o rotavírus é o agente mais comum. “A gente nota uma incidência grande nas crianças que foram à praia ou que tiveram contato com quem viajou. Apesar de mais comum em crianças, entretanto, o vírus não é exclusivamente pediátrico”, explica a médica. Para evitar a contaminação é preciso ficar atento à limpeza das mãos dos alimentos. Vítima da virose, a administradora Rebeca Guedes, de 22 anos, teve problemas de saúde nos últimas dias. Ela não sabe se o que provocou a doença foi algo que comeu no litoral ou na Rua 25 de Março, no centro. “Voltei da praia no domingo e na segunda fui à 25. Na terça, já acordei com náuseas”, conta. Desde então, Rebeca tem sofrido com os sintomas da doença, que duram de três a sete dias – além de diarreia e vômito, pode haver febre. “Me disseram que não há nada que possa fazer e que uma hora o organismo mesmo resolve e os sintomas passam”, diz. “É uma doença que chamamos de benigna. A cura é espontânea”, afirma o médico Gustavo Johanson. Segundo ele, para evitar complicações é importante manter o paciente hidratado. http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/virose-de-verao-sobe-a-serra-e-chega-a-capital/
Enfermeira decepa dedo de menina
Camila da Silva Bezerra - Jornal da Tarde SÃO PAULO - Uma menina de 1 ano teve um dedo decepado na manhã de ontem por uma enfermeira do Hospital Estadual do Mandaqui, na zona norte da capital. A criança estava internada no local desde sexta-feira por causa de uma crise provocada por uma anemia falciforme. "Ela estava de alta, era só tirar o esparadrapo da mão dela. Não havia necessidade de usar a tesoura. Mas, em vez de tirar o curativo com cuidado, a enfermeira pegou a tesoura e cortou a metade do dedo da minha filha a sangue frio", afirmou o pai, David Jefferson Bahia Príncipe, de 21 anos. De acordo com testemunhas, tratava-se de uma tesoura escolar, inadequada para uso médico. A enfermeira Maria de Fátima Custódio também não estaria usando luvas cirúrgicas. Os médicos tentaram fazer uma cirurgia corretiva, mas tiveram de amputar a primeira falange do dedo da menina (onde fica a unha). A criança passa bem, mas ficou traumatizada. "Ela não pode ver alguém de branco que já começa a chorar. Está assustada. Depois de um caso desses, quem não fica?", disse o pai. A menina ainda não tem previsão de alta. O caso comoveu outros pacientes e acompanhantes que estavam no hospital. "Ocorreu o início de um tumulto. Para preservar a integridade da enfermeira, nós a retiramos do local escoltada, pois o fato em si causou muita revolta nos demais usuários", disse o soldado Márcio Luiz Lima Oliveira, que controlou a situação com a ajuda do soldado Anderson Pereira. "Havia no mínimo 25 pessoas querendo agredi-la", calcula. Maria de Fátima, enfermeira desde 1994, e o pai da criança foram encaminhados para o 9.º Distrito Policial, no Carandiru, onde fizeram um boletim de ocorrência. A enfermeira prestou depoimento e foi liberada. Ela vai responder por lesão corporal culposa (sem intenção), crime que prevê pena de detenção de seis meses a um ano em regime fechado. Para a família, o hospital público tratou a situação com descaso. "Parecia que tinham arrancado só uma casquinha de ferida. Não parecia que estavam lidando com um caso grave", disse o pai, que pretende processar o hospital, a profissional envolvida no caso e pedir indenização do Estado. Em nota oficial, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que determinou o afastamento temporário da enfermeira e que o caso será informado ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP). Outro caso É o segundo caso de erro cometido por enfermeiras em menos de dois meses. Em dezembro, a estudante Stephane dos Santos Teixeira, de 12 anos, morreu após receber de uma auxiliar de enfermagem vaselina líquida na veia em vez de soro fisiológico. A menina havia sido levada ao Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, no Jaçanã (zona norte), após reclamar de dores no abdômen e diarreia. http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,enfermeira-decepa-dedo-de-menina,673280,0.htm
Novo antidepressivo promete não reduzir desejo sexual
DE SÃO PAULO A FDA, agência que regula o uso de remédios e alimentos nos EUA, aprovou, na última sexta-feira, um novo antidepressivo que promete não reduzir o desejo sexual. O remédio, fabricado pelo laboratório Clinical Data, será vendido sob o nome comercial de Viibyrd, mas ainda não há previsão de lançamento no mercado. O princípio ativo é a vilazodona, que tem o mesmo potencial de antidepressivos como o Prozac na inibição de recaptores da serotonina. Ou seja, impede que grande quantidade de serotonina seja reabsorvida pelo neurônio que a liberou. O remédio também "mimetiza" a serotonina, encaixando-se no neurônio receptor e provocando uma resposta mais rápida. O principal apelo da nova droga, no entanto, é não causar a redução da libido. Um estudo, publicado em 2009 no "Journal of Clinical Psychiatry", comparou os efeitos sobre o desejo sexual entre pessoas que tomaram a nova medicação e pessoas que tomaram placebo. A pesquisa não detectou diferenças entre os grupos. Essa perspectiva é favorável ao novo antidepressivo, já que, segundo o psiquiatra Renério Fráguas, do Hospital das Clínicas, a diminuição do desejo é um efeito colateral comum dessas drogas. "Isso costuma restringir a aderência ao tratamento, quando o paciente começa a melhorar da depressão e sente que o medicamento está atrapalhando a vida sexual." Outros antidepressivos, como a agomelatina, não reduzem a libido, mas não são tão difundidos como os remédios tradicionais. A vilazodona, porém, não é isenta de efeitos colaterais. No estudo, foram relatados casos de diarreia, náusea e sonolência. Assim como em outros antidepressivos, as caixas de Viibyrd terão avisos sobre o risco de comportamentos suicidas para usuários com menos de 24 anos. Fráguas afirma que a eficácia da droga só será confirmada com o uso clínico. http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/867369-novo-antidepressivo-promete-nao-reduzir-desejo-sexual.shtml
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Maioria dos prontuários médicos é mal preenchida, diz pesquisa
MARIANA VERSOLATO DE SÃO PAULO A maioria dos prontuários de pacientes não é preenchida de forma completa pelos médicos, segundo pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) de Pernambuco. Conselho de Medicina vai discutir modelo de prontuário O prontuário é um direito do paciente, segundo o Código de Ética do CFM (Conselho Federal de Medicina). Entre os riscos que o paciente corre quando o prontuário não é bem preenchido estão erros na administração de remédios e falta de continuidade no tratamento. Os próprios médicos podem ser prejudicados, em casos de questionamentos sobre as condutas adotadas e processos jurídicos. A pesquisa analisou 750 prontuários de internação de adultos e crianças em cinco hospitais de Recife. Desses, 60% estavam incompletos, em branco ou ilegíveis, contrariando o que estabelece o CFM. Devem estar no documento informações como identificação do paciente, exames, evolução do caso e procedimentos adotados. O estudo deu notas aos prontuários de acordo com os itens que eles deveriam conter. Para elaborar esses requisitos, o pesquisador se baseou em protocolos das escolas de medicina do país. Dois dos hospitais avaliados eram públicos, dois eram particulares e um era filantrópico (público, mantido por instituição privada). Os nomes das instituições não foram revelados. Os hospitais particulares tiveram o maior número de prontuários péssimos: 68,3% do total. Nos dois hospitais públicos, 60% dos documentos receberam a pior nota. No filantrópico, 59,5% das fichas eram péssimas. MOTIVOS Segundo Adriano Cavalcante Sampaio, professor da Faculdade de Ciências Médicas da UPE e autor da pesquisa, esses números revelam que o problema, já conhecido, é mais profundo do que se imaginava. A pesquisa também entrevistou os médicos para saber os motivos das falhas. Eles alegaram falta de tempo e de cobrança dos hospitais. O presidente da Sociedade Panamericana de Medicina Hospitalar, Guilherme Barcellos, afirma que a visão antiga da medicina não estimulava o compartilhamento das informações, e isso tem mudado só recentemente. O multiemprego piora a situação. "O médico trabalha em dez lugares ao mesmo tempo, mas em nenhum de forma plena, e deixa os prontuários para o final", afirma. Sampaio cita falhas na formação dos profissionais, que não estimula a qualidade ética do atendimento. "Se você respeita o paciente, você respeita o direito dele." Para Antonio Carlos Lopes, professor de clínica médica da Unifesp, muitos médicos têm má vontade. "O prontuário acaba virando uma "colcha de retalhos"." http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/866111-maioria-dos-prontuarios-medicos-e-mal-preenchida-diz-pesquisa.shtml
Farmácias manipulam drogas sem eficácia provada
JULIANA VINES DE SÃO PAULO Algumas das fórmulas mais populares em farmácias de manipulação não deveriam ser vendidas, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Antidepressivo não deveria ser manipulado", diz especialista Um exemplo são os fitoterápicos emagrecedores, como a combinação de faseolamina (farinha de feijão-branco) e laranja amarga (Citrus aurantium) e a pholia magra (porangaba). Essas três plantas, segundo a agência, não têm eficácia comprovada. O problema, de acordo com o farmacêutico Newton Andréo Filho, professor da Unifesp, é que não há uma lista das substâncias que podem ser manipuladas. "Tudo o que entra no país a farmácia acha que tem a condição de manipular. Falta estabelecer quais são os critérios que definem o que pode e o que não pode." A Anvisa tem uma lista, publicada em 2009, com 20 insumos farmacêuticos registrados, todos químicos. Não há lista de insumos fitoterápicos permitidos. "Enquanto a regulamentação da indústria farmacêutica é rígida, não há certeza quanto à segurança e à eficácia dos manipulados", diz a química Ana Célia Pessoa da Silva, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. "O preço dos manipulados é mais baixo, mas a qualidade não é garantida." Segundo Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag (associação das farmácias de manipulação), a falta de uma lista de princípios ativos deixa todas as farmácias em uma situação aparentemente irregular. "Na verdade, não estamos na ilegalidade. O problema é que faltam esclarecimentos." Em geral, substâncias sem eficácia comprovada são aquelas que não são usadas como princípio ativo de medicamentos registrados. O caso mais recente é o da Caralluma fimbriata, planta asiática usada para emagrecimento que teve a importação e comercialização suspensa no dia 21 de dezembro. Para José Luis Miranda Maldonado, assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a Anvisa só informa que essas substâncias são proibidas depois que elas se tornam populares. "Há muita propaganda enganosa de substâncias sem eficácia comprovada, o que deveria ser proibido." OUTRO LADO De acordo com a Anvisa, os "Registros de Insumos Farmacêuticos Ativos" ainda estão em fase de implantação e devem ser ampliados. Para a agência, o problema do setor é o não cumprimento das regras vigentes. Cabe à farmácia pesquisar sobre os insumos e saber se eles podem ser manipulados, com base nos remédios registrados na Anvisa. "As farmácias que insistirem no uso desses insumos sem comprovação estão cometendo infração sanitária." A agência diz que, se o consumidor detectar irregularidades, deve entrar em contato com a Vigilância local ou com a própria Anvisa. http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/866700-farmacias-manipulam-drogas-sem-eficacia-provada.shtml
Anvisa detecta pelo de roedor e interdita chá da Dr. Oetker
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interditou o lote do chá de erva doce da marca Dr. Oetker. A medida foi publicada no "Diário Oficial da União" na quarta-feira (26). Segundo a Vigilância Sanitária, o lote L160T02 do produto --data de validade 01/12/2011-- apresentou resultado insatisfatório no ensaio de pesquisa para matérias macroscópicas e microscópicas que detectou a presença de pêlo de roedor e fragmentos de inseto. A interdição cautelar vale pelo período de 90 dias após a data de publicação. Durante esse tempo, o produto interditado não deve ser consumido e nem comercializado. As pessoas que já adquiriram o produto do lote suspenso devem interromper o consumo http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/866694-anvisa-detecta-pelo-de-roedor-e-interdita-cha-da-dr-oetker.shtml
A saúde dos brasileiros piorou
Uma pesquisa em 27 capitais revela um quadro de obesidade, sedentarismo, má alimentação e abuso de álcool. Você está nessa estatística? Cristiane Segatto e Marcela Buscato Nos últimos quatro anos, a renda média do brasileiro cresceu, mas o dinheiro extra não trouxe mais saúde. O Brasil está mais gordo e sedentário. Abusa mais de álcool. Come menos feijão, frutas e hortaliças. Está mais sujeito à hipertensão e ao diabetes. Esse é o retrato de uma pesquisa anual feita pelo Ministério da Saúde desde 2006, com 54 mil moradores de todas as capitais. Nas próximas páginas, ÉPOCA publica com exclusividade os resultados colhidos em 2009. O levantamento Vigitel capta o estilo de vida da população por meio de extensas entrevistas feitas por telefone. Não traduz o que acontece em todos os cantos do país, mas dá uma boa ideia do comportamento de quem vive nas capitais e tem renda suficiente para ter em casa uma linha telefônica fixa. O trabalho é baseado na metodologia adotada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. É uma das mais importantes ferramentas dos governos para monitorar fatores de risco de doenças crônicas e orientar os gastos com medicamentos. O Vigitel ajuda a prever as bombas que vão estourar nos hospitais nos próximos anos, consumindo vidas e comprometendo o orçamento do sistema de saúde. Pelo que a pesquisa vem mostrando nos últimos anos, o Estado brasileiro pode se preparar para o pior. Em várias áreas. “Os dados mais alarmantes são os índices de sobrepeso e obesidade”, diz Deborah Carvalho Malta, coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde. Entre os entrevistados do sexo masculino, 51% têm excesso de peso (em 2006, eram 47%). Nas mulheres, o índice é de 42% (em 2006, era de 38%). O Brasil está caminhando rapidamente para a situação de países como os Estados Unidos, onde 60% da população tem sobrepeso. “Não acredito que vamos derrubar esses índices. Se conseguirmos estabilizá-los, já será uma vitória”, diz Deborah. Entre as mulheres, ficou claro que o excesso de peso é mais comum entre as mais pobres. No estrato de menor escolaridade (zero a oito anos de estudo), 50% das mulheres têm sobrepeso. Na faixa mais culta (12 anos de estudo ou mais), o índice é de 31%. No sexo masculino, a situação é diferente: a barriga independe da escolaridade. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI148770-15366,00-A+SAUDE+DOS+BRASILEIROS+PIOROU.html
Higiene de meninas pode explicar maior incidência de asma e alergias
Para pesquisadores, maior higiene pode explicar maiores taxas de doenças devido à falta de contato com germes 27 de janeiro de 2011 SÃO PAULO - A diferença de higiene entre meninos e meninas pode contribuir para maiores taxas de doenças como asma, alergias e doenças autoimunes. Nos menos higiênicos certo? Errado. Uma pesquisa da Universidade do Estado de Oregon, Estados Unidos, descobriu uma relação entre a higiene durante a infância das meninas ocidentais com uma maior incidência dessas doenças. Segundo o estudo, publicado na revista Social Science & Medicine, as maiores taxas de doenças como asma e alergias em mulheres são conhecidas há bastante tempo, no entanto os pesquisadores divergem quanto às explicações possíveis para esse fenômeno. Para os pesquisadores, o fator antropológico oferece a melhor explicação possível. Desde a infância, as meninas são instruídas para não se sujarem, brincam mais dentro de casa e se vestem com roupas "que não devem se sujar". Dessa forma, elas são expostas a menos germes que os meninos, o que pode explicar as diferenças em doenças como asma e alergias. No entanto, segundo os pesquisadores, isso não significa que os pais devam mudar a maneira como criam suas filhas. "Estamos apenas apresentando uma nova maneira de olhar os dados", disse Sharyn Clough, responsável pelo estudo. http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,higiene-de-meninas-pode-explicar-maior-incidencia-de-asma-e-alergias-,671863,0.htm
Sexo oral: o alerta do HPV
Estudo relaciona aumento de alguns tipos de câncer à pratica de sexo oral The New York Times Há um aumento preocupante dos casos de alguns tipos de câncer da cabeça e pescoço entre americanos jovens e de meia-idade e especialistas relacionam o fato à popularização do sexo oral nas últimas décadas. Isso vem ocorrendo devido à presença do papiloma vírus humano, o HPV, uma das principais causas destes tipos de câncer, que pode ser transmitido por meio do sexo oral. “Esta relação – de que um aumento de atividades sexuais, principalmente do sexo oral, está relacionado ao aumento de infecções pelo HPV– parece bastante plausível”, disse Greg Harting, professor de otorrinolaringologia cirúrgica da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Segundo William Lydiatt, professor e chefe do departamento de cirurgia otorrino-oncológica do Centro Médico da Universidade de Nebraska, a incidência geral de câncer da cabeça e pescoço está diminuindo, principalmente porque o número de fumante é atualmente menor (o cigarro e o álcool são os principais fatores de risco). Ele diz, porém, que a incidência de câncer nas amígdalas e na base da língua vem aumentando nas últimas décadas. E estes são os tipos com maior probabilidade de revelar testes positivos para HPV. “Chegamos ao ponto em que entre 60% e 70% dos casos de câncer de amígdalas nos Estados Unidos estão relacionados ao HPV”, disse Lydiatt. Especialistas afirmam que, embora a ligação entre o HPV e estes tipos de câncer seja incontestável, a associação entre o sexo oral é forte, porém um pouco mais especulativa. Um estudo publicado em 2007 no New England Journal of Medicine constatou que jovens com câncer da cabeça e pescoço HPV-positivos apresentaram maior probabilidade de ter tipo múltiplos parceiros sexuais ao longo da vida. No estudo, o sexo oral com mais de seis parceiros diferentes ao longo da vida foi relacionado ao risco 3,4 vezes maior de desenvolver um câncer orofaringeal – que se desenvolve na base da língua, garganta e amígdalas. Aqueles já tinham realizado sexo oral com mais de 26 parceiros diferentes tiveram seus riscos triplicados. Os pesquisadores também relataram que a incidência de câncer de amígdalas e língua vem aumentando a cada ano desde 1973. Eles escreveram que “a difusão da prática de sexo oral entre os adolescentes pode ser um fator que contribui para este aumento”. A conclusão do estudo é que o sexo oral está “fortemente associado” ao câncer orofaringeal, mas os pesquisadores observaram que a transmissão por meio do contato “boca a boca”, como no beijo, não poderia ser eliminada. Segundo dados de órgãos federais americanos de saúde, em 90% dos casos de infecção por HPV, o sistema imunológico se livra do vírus naturalmente em cerca de dois anos. Mas, em alguns casos, determinados tipos de HPV podem levar ao câncer cervical ou a outros tipos malignos menos comuns – como o câncer orofaringeral. Uma pesquisa sueca de 2010, de fato, apontou que o aumento do câncer orofaringeal em células escamosas em diversos países “é causado por uma lenta epidemia de cânceres induzidos por infecção através do HPV”. O HPV costuma permanecer em um local específico, explicou Amesh A. Adalja, instrutor adjunto da divisão de doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh. Em outras palavras, o vírus costuma permanecer no primeiro local por onde entrou no organismo, seja na vagina (que em alguns casos pode levar ao câncer cervical), a boca ou a garganta. Sendo assim, seria a maior incidência um indicativo de que as gerações recentes estão praticando mais sexo que seus avós? “O consenso geral é que, como as práticas sexuais foram mudando com o passar do tempo, há um aumento destes tipos de câncer. Eu não sei por que hoje se pratica mais sexo oral, mas o conceito do sexo oral parece ser menos obscuro aos jovens de hoje do que era para seus pais e avós”, disse Hartig. “A ideia é que a geração nascida nos anos 60 e início de 70 provavelmente teve mais liberdade nas relações sexuais em geral, inclusive com o sexo oral”, complementou Bert W. O’Malley Jr, chefe do departamento de otorrinolaringologia da Universidade da Pensilvânia. E, pelo menos em termos de sexo oral, a hipótese parece verdadeira para as gerações anteriores. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos informa que, em 2002, cerca de 90% dos homens e 88% das mulheres, entre os 25 e os 44 anos de idade, relataram já ter realizado sexo oral com um parceiro do sexo oposto. Dados comparativos de 1992 mostraram que aproximadamente 75% dos homens, entre os 20 e os 39 anos, e 70% das mulheres, entre os 18 e os 59 anos, nunca haviam realizado sexo oral. O lado positivo das constatações é que os tipos de câncer da cabeça e pescoço relacionados ao HPV são muito mais tratáveis do que aqueles atribuídos ao cigarro e ao álcool, mesmo sendo geralmente diagnosticados em estágios mais avançados. “É muito mais fácil tratar o câncer de cabeça e pescoço relacionado ao HPV. Pode-se usar radiação de intensidade mais baixa”, explicou D.J. Verret, professor assistente clínico da University of Texas Southwestern Medical School e cirurgião plástico do Texas. Aproximadamente 85% dos não fumantes com tumores HPV-positivos sobrevivem. Tais números caem para 45% ou 50% entre os fumantes HPV-negativos, disse Lydiatt. A ocorrência dos cânceres de amígdalas e língua continua relativamente rara nos Estados Unidos. A outra boa nova – pelo menos para os mais jovens – é que já existe uma nova vacina para a prevenção do HPV. Quem já foi infectado não vai se beneficiar da mesma, mas a vacina certamente pode ajudar quem ainda não foi infectado pelo vírus, disse Verret. Lydiatt diz que, enquanto isso, devemos nos conscientizar de que o cigarro não é o único fator de risco do câncer de cabeça e pescoço. Se surgir um caroço em seu pescoço, mesmo se você só tenha 20 ou 30 anos de idade, “preste atenção nisso”, recomenda Lydiatt. * Por Amanda Gardner http://saude.ig.com.br/minhasaude/sexo+oral+o+perigo+do+hpv/n1237969758991.html
ANVISA: Gerência de Farmacovigilância - Formulário de erro de medicação
Formulário de Erro de Medicação – ANVISA CARTA CIRCULAR Nº. 04 – GFARM/NUVIG/ANVISA/MS Brasília, 28 de maio de 2007.ASSUNTO: Formulário de Erro de Medicação Prezados Senhores, A Anvisa informa aos profissionais de saúde que o formulário de notificação de erro de medicação está disponível em sua página eletrônica, no endereço: http://www.anvisa.gov.br/servicos/form/farmaco/index_prof_erro.htm
O erro de medicação é qualquer evento evitável que possa causar dano ao paciente ou levar a uma utilização inapropriada dos medicamentos. Pode gerar problemas de saúde pública e principalmente causar eventos adversos ao paciente. São exemplos desses erros a administração de medicamento errado, omissão de dose na prescrição, administração de medicamentos não prescritos, via de administração incorreta, erros de técnica de administração, forma farmacêutica incorreta, horário errado de administração, doses impróprias, preparação/manipulação errada, administração de fármacos deteriorados, dentre outros. Neste sentido, a Gerência de Farmacovigilância da Anvisa, vem incentivando as notificações relativas aos erros de medicação com o objetivo de estabelecer ações que visem minimizar as ocorrências destes erros no futuro. Além disso, essas notificações também podem favorecer a geração de alertas, informes ou até mudanças nas medidas regulatórias. Mais informações podem ser encontradas no Informe SNVS/Anvisa/GFARM nº 2, de 16 de abril de 2007 disponível no endereço: http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/informes/2007/informe_2_medicacao.htm
Atenciosamente, Gerência de Farmacovigilância da ANVISA NUVIG/ANVISA/MS
15 assuntos de grande interesse para a profissão Farmacêutica
15 Assuntos de importância para o desenvolvimento do trabalho farmacêutico. 1) RDC 44 de 27/10/2010 – Controle dos antibióticos - link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/10/antibioticos-rdc-44-de-2010-controle.html
1a) RDC 61 de 2010 – Altera a RDC 44 link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/12/rdc-6110-altera-rdc-4410.html
1b) Nota técnica sobre o controle dos antimicrobianos link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/12/nota-tecnica-sobre-rdc-n-442010.html
2) Lei da intercambialidade (Troca do medicamento de referência pelo medicamento Genérico - link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/intercambialidade-qual-o-misterio.html
3) Medicamento de referência – Para fazer a troca, o Farmacêutico precisa saber qual é o medic. referência. Você encontra aqui. link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/medicamentos-de-referencia-consulta.html
3a) Medicamento ético – Existe? link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/11/medicamento-etico-voce-ja-ouviu-isso.html
4) Sibutramina – Você sabe qual é a DCB da Sibutramina para se colocar no relatório mensal? link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/sibutramina-denominacao-comum.html
5) Autorização de funcionamento da ANVISA (AFE). Você sabe consultar a situação da sua empresa? link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/08/anvisa-afe-voce-consultar-situacao-de.html
6) Você tem o Diário Oficial da União na empresa? O Diário Oficial é o documento que comprova sua autorização da ANVISA. É preciso saber a data em que foi publicado no Diário Oficial. http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Autorizacao_farmacia/Consulta_Empresa_Drogaria.asp
Siga os passos: Digite o CNPJ Clique em consultar Clique no número do processo Clique novamente no número do processo Procure pela última situação (Deve informar a data da última publicação) Com a data da publicação, entre no site do Diário Oficial da União – www.in.gov.br Entrou no site da imprensa nacional, clique em “PESQUISA NOS JORNAIS”. Clica em “LEITURA DOS JORNAIS” Em data da publicação, coloque a data desejada e clique em pesquisar. Vai abrir o Diário Oficial da União (Seção 1, 2, 3 e Suplemento da ANVISA) Clique em suplemento da ANVISA e ter paciência para ler e encontrar a razão social da empresa. 7) Porte da empresa junto a ANVISA: Você sabia que é preciso fazer todo ano essa comprovação? Veja: link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/anvisa-comprovacao-de-porte-da-empresa.html
Como fazer a alteração de porte da empresa junto a ANVISA. Veja: link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/anvisa-alteracao-de-porte-da-empresa.html
9) Pagamento de taxa da ANVISA: link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/anvisa-pagamento-de-taxas-de.html
10)Manual de Boas Práticas de Dispensação em drogarias: link: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=18126700&tid=5290070210187169950
11)Quanto vale o seu nome? E sua RT? link:http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/quanto-vale-o-seu-nome-e-sua.html
12)Aumento do Piso salarial do Farmacêutico em farmácia e drogaria: link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/11/novo-piso-salarial-para-farmaceuticos.html
13)Perda de direitos trabalhistas pelos Farmacêuticos: Veja link: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/09/perda-de-direitos-trabalhistas-pelo.html
14)Receita comum vale para antibiótico: Veja: http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/12/receita-comum-vale-para-antibioticos.html
15)Está na hora de rever meus conceitos – Trata de farmácias que não tem medicamentos http://comunidadefarmciabrasileira.blogspot.com/2010/12/esta-na-hora-de-rever-os-meus-conceitos.html
Dependência Medicamentosa
O número de pessoas que consomem substâncias psicoativas que criam dependência está aumentando em quase todo mundo, além disso, os especialistas preocupam-se porque o consumo inicia em uma idade cada vez mais precoce. 50% do consumo total ocorre em uma faixa etária que vai dos 15 aos 30 anos.
O percentual restante divide-se em segmentos cujo os extremos ampliam-se continuamente, pois observa-se que o consumo não somente inicia mais cedo, como também acontece em idades mais avançadas, segundo indica a Dra. Norma Vallejo, chefe do Serviço de Toxicologia do Hospital Fernández, de Buenos Aires. “O uso indevido de drogas é um fenômeno social. A dependência de drogas é uma parte. Primeiro inicia-se o uso, logo o abuso e em um terceiro estágio se produz a dependência, em que as pessoas permanecem atrapadas ao consumo, e as substâncias convertem-se no objetivo de suas vidas”, explica a Dra. Vallejo. As pessoas podem desenvolver dependência psíquica, física ou mista com respeito à uma determinada substância.
Uma pessoa tem dependência física quando ao suprimir o uso da substância ocorrer o que se chama “craving” (busca ansiosa pelo produto). Para que isto se produza deve dar-se um processo de tolerância, que consiste em um estado de adaptação funcional do organismo, fazendo-se necessário aumentar a dose para obter o mesmo resultado, ou seja, se reduz a reação à uma droga depois de administrá-la repetidamente. Ante a supressão da substância, as pessoas fisicamente dependentes sofrem do que se chama de “síndrome de abstinência”, que consiste em um mal estar clinicamente significativo, ou a deterioração das atividades profissional e social.
A síndrome se apresenta ante a supressão brusca da droga ou redução importante da dose, e não ante a redução progressiva. Entre as substâncias que produzem dependência estão os opiáceos como a morfina; os psico-estimulantes como a cocaína e as anfetaminas; a maconha; os inalantes; a nicotina e o tabaco, e os depressores do sistema nervoso central, como as benzodiazepinas, os barbitúricos e o álcool etílico. As benzodiazepinas são administradas como ansiolíticos e sedativos em estado de ansiedade, enquanto os opiáceos tem ação terapêutica como analgésicos no tratamento da dor.
O problema está na continuidade do uso do medicamento, após ao tratamento prescrito pelo médico. Como se origina a dependência Os fatores que incidem na dependência podem ser inerentes à substância, a pessoa ou a fatores ambientais. Em relação à substância, os fatores que influem são a disponibilidade, o custo, assim como a pureza e a sua potência.
Os fatores inerentes à pessoa podem ser determinados pela hereditariedade; por exemplo, uma pessoa pode ter uma tolerância inata ou desenvolvê-la com maior rapidez que outras. Quanto aos fatores ambientais podemos citar o entorno social, a influência dos grupos e pares, ou o tipo de atividade profissional. Por exemplo, observa-se o consumo de certas substâncias em atividades nas quais as pessoas encontram-se submetidas a situações de muito stress. A Dra. Vallejo faz diferença entre pessoas farmacofílicas e farmacofóbicas.
Os primeiros são aqueles com tendência a consumir substâncias, que podem ser medicamentos ou substâncias de comercialização ilegal. Estas pessoas correm o risco de sofrer uma intoxicação por overdose.
A farmacofobia é a resistência ao consumo de medicamentos. Estas pessoas não seguem a prescrição médica e correm o risco de submeter-se a curandeiros, além disso podem utilizar práticas paramédicas com os seus filhos. A Dra. Vallejo comenta que nos últimos 15 anos houve uma mudança no predomínio de determinadas drogas. Em 1984 predominava a maconha e as benzodiazepinas, segundo o registro de pacientes que chegavam nas consultas.
Os opiáceos ocupavam o terceiro lugar, e a cocaína estava em sexto. “No ano seguinte a cocaína passou para o quarto lugar e em 1988, instalou-se em primeiro lugar e se mantém até agora”, indica a Dra. Vallejo, que é professora titular de Toxicologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Ocorreu outra mudança na modalidade de consumo. Na década de 70 havia apenas uma droga. Nos anos 80 começou o consumo de polidrogas.“Pode-se falar de drogas dominantes e drogas associadas”, afirma Dra. Vallejo. As dominantes entram na vida do paciente de forma insubstituível, as associadas por sua vez, podem entrar e sair rapidamente, porque são utilizadas de forma complementar.
A cocaína ocupa o primeiro lugar como droga dominante e o último lugar entre as associadas, o que significa que se um paciente a consome como complemento à outra droga, a dependência que provoca é tão forte que passa a ser dominante. As benzodiazepinas e a maconha podem ser consideradas como drogas associadas.
As drogas “porteiras”, que são a porta de entrada para outras drogas são a maconha, os medicamentos como as benzodiazepinas e o álcool, ainda que também deveríamos incluir neste grupo os solventes voláteis. Com respeito ao uso dos psico-fármacos, as benzodiazepinas ocupam o primeiro lugar, que antes era ocupado pelos barbitúricos. Com respeito a prevalência, o consumo de substâncias que provocam adição, segue sendo maior em homens que em mulheres, entretanto, o consumo em mulheres está aumentando. Copyright © 2000 eHealth Latin America
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3261&ReturnCatID=1786
O percentual restante divide-se em segmentos cujo os extremos ampliam-se continuamente, pois observa-se que o consumo não somente inicia mais cedo, como também acontece em idades mais avançadas, segundo indica a Dra. Norma Vallejo, chefe do Serviço de Toxicologia do Hospital Fernández, de Buenos Aires. “O uso indevido de drogas é um fenômeno social. A dependência de drogas é uma parte. Primeiro inicia-se o uso, logo o abuso e em um terceiro estágio se produz a dependência, em que as pessoas permanecem atrapadas ao consumo, e as substâncias convertem-se no objetivo de suas vidas”, explica a Dra. Vallejo. As pessoas podem desenvolver dependência psíquica, física ou mista com respeito à uma determinada substância.
Uma pessoa tem dependência física quando ao suprimir o uso da substância ocorrer o que se chama “craving” (busca ansiosa pelo produto). Para que isto se produza deve dar-se um processo de tolerância, que consiste em um estado de adaptação funcional do organismo, fazendo-se necessário aumentar a dose para obter o mesmo resultado, ou seja, se reduz a reação à uma droga depois de administrá-la repetidamente. Ante a supressão da substância, as pessoas fisicamente dependentes sofrem do que se chama de “síndrome de abstinência”, que consiste em um mal estar clinicamente significativo, ou a deterioração das atividades profissional e social.
A síndrome se apresenta ante a supressão brusca da droga ou redução importante da dose, e não ante a redução progressiva. Entre as substâncias que produzem dependência estão os opiáceos como a morfina; os psico-estimulantes como a cocaína e as anfetaminas; a maconha; os inalantes; a nicotina e o tabaco, e os depressores do sistema nervoso central, como as benzodiazepinas, os barbitúricos e o álcool etílico. As benzodiazepinas são administradas como ansiolíticos e sedativos em estado de ansiedade, enquanto os opiáceos tem ação terapêutica como analgésicos no tratamento da dor.
O problema está na continuidade do uso do medicamento, após ao tratamento prescrito pelo médico. Como se origina a dependência Os fatores que incidem na dependência podem ser inerentes à substância, a pessoa ou a fatores ambientais. Em relação à substância, os fatores que influem são a disponibilidade, o custo, assim como a pureza e a sua potência.
Os fatores inerentes à pessoa podem ser determinados pela hereditariedade; por exemplo, uma pessoa pode ter uma tolerância inata ou desenvolvê-la com maior rapidez que outras. Quanto aos fatores ambientais podemos citar o entorno social, a influência dos grupos e pares, ou o tipo de atividade profissional. Por exemplo, observa-se o consumo de certas substâncias em atividades nas quais as pessoas encontram-se submetidas a situações de muito stress. A Dra. Vallejo faz diferença entre pessoas farmacofílicas e farmacofóbicas.
Os primeiros são aqueles com tendência a consumir substâncias, que podem ser medicamentos ou substâncias de comercialização ilegal. Estas pessoas correm o risco de sofrer uma intoxicação por overdose.
A farmacofobia é a resistência ao consumo de medicamentos. Estas pessoas não seguem a prescrição médica e correm o risco de submeter-se a curandeiros, além disso podem utilizar práticas paramédicas com os seus filhos. A Dra. Vallejo comenta que nos últimos 15 anos houve uma mudança no predomínio de determinadas drogas. Em 1984 predominava a maconha e as benzodiazepinas, segundo o registro de pacientes que chegavam nas consultas.
Os opiáceos ocupavam o terceiro lugar, e a cocaína estava em sexto. “No ano seguinte a cocaína passou para o quarto lugar e em 1988, instalou-se em primeiro lugar e se mantém até agora”, indica a Dra. Vallejo, que é professora titular de Toxicologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Ocorreu outra mudança na modalidade de consumo. Na década de 70 havia apenas uma droga. Nos anos 80 começou o consumo de polidrogas.“Pode-se falar de drogas dominantes e drogas associadas”, afirma Dra. Vallejo. As dominantes entram na vida do paciente de forma insubstituível, as associadas por sua vez, podem entrar e sair rapidamente, porque são utilizadas de forma complementar.
A cocaína ocupa o primeiro lugar como droga dominante e o último lugar entre as associadas, o que significa que se um paciente a consome como complemento à outra droga, a dependência que provoca é tão forte que passa a ser dominante. As benzodiazepinas e a maconha podem ser consideradas como drogas associadas.
As drogas “porteiras”, que são a porta de entrada para outras drogas são a maconha, os medicamentos como as benzodiazepinas e o álcool, ainda que também deveríamos incluir neste grupo os solventes voláteis. Com respeito ao uso dos psico-fármacos, as benzodiazepinas ocupam o primeiro lugar, que antes era ocupado pelos barbitúricos. Com respeito a prevalência, o consumo de substâncias que provocam adição, segue sendo maior em homens que em mulheres, entretanto, o consumo em mulheres está aumentando. Copyright © 2000 eHealth Latin America
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3261&ReturnCatID=1786
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Vigilância Sanitária, economia e barreiras técnicas
Quem pensa que vigilância sanitária cuida apenas da qualidade, eficiência e segurança de medicamentos acerta em parte, mas não conhece o principal. As funções do órgão de vigilância sanitária (no Brasil a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vão além, pois influenciam a economia, o acesso da população aos medicamentos (disponibilidade e preço) e portanto norteiam a soberania e independência do país na saúde. Exercer barreiras técnicas e comerciais é uma das mais importantes funções desse órgão, a exemplo do que ocorre em todos os países desenvolvidos. Cada país procura conservar o que produz e impedir a entrada de produtos desnecessários e caros. Parece mentira que isso ocorra em saúde, mas sobram exemplos. Para entender barreiras técnicas e comerciais, convém conhecer como o Brasil desenvolveu a Embraer. Foram criadas normas técnicas e altas taxas que impediam pequenos aviões estrangeiros de entrar no Brasil, reservando o mercado à indústria nacional. Entravam os grandes jatos, que a Embraer ainda não conseguia produzir. Dominada a tecnologia dos aviões pequenos, a empresa foi crescendo, fazendo aviões maiores e começando a exportar. Remédios, aviões, alimentos, automóveis, farinha e outros produtos seguem uma mesma regra comercial: é a proteção do produto nacional por barreiras técnicas e comerciais contra a indústria estrangeira: - por que o Brasil tem dificuldade em exportar vários de seus produtos agrícolas? - por que carros americanos são raramente vistos na Europa? - por que o Brasil briga tanto com o Canadá por causa dos aviões? Não seria mais barato importar aviões canadenses da mesma forma que importamos medicamentos embalados? A verdade científica é difícil de apurar, fácil de distorcer, há milhares de produtos a controlar, além de haver muito dinheiro e aliciamento envolvidos. Planejando pesquisas com doses insuficientes ou excessivas de concorrentes, os resultados distorcem a verdade. Esconder resultados negativos e divulgar apenas os positivos é prática antiética, mas muito comum. As “razões científicas convenientes” parecem sérias, iludem técnicos incompetentes, cientistas incautos e população, mas saltam aos olhos quando se compara decisões entre países, por exemplo: - como explicar por que a dipirona não é vendida nos Estados Unidos, mas há décadas é vendida na Europa? - por que o bromato é tão perigoso no Brasil, que utiliza vitamina C como fermento de pão, e nos Estados Unidos vende-se farinha bromatada até para fazer massa caseira? No caso dos medicamentos, a “barreira técnica”, a “barreira comercial” e as “tramas de mercado” têm aspectos típicos. As indústrias farmacêuticas “multinacionais” (americanas e européias) precisam de dois mecanismos para manter sua lucratividade: as “patentes” e o “trade-up”. Para os países produtores, medicamento é produto de investimento, que traz lucro ao país e, com o dinheiro que entra, benefícios à sua sociedade. A indústria não faz pesquisa pelo bem da humanidade, mas sim porque o retorno é bom. Dentre as centenas de novos medicamentos, poucos são o que representam real novidade terapêutica. Sabe-se que a indústria farmacêutica investe entre 10 a 15% em pesquisa e mais de 20% em mercado. Portanto, é óbvio que o mercado é mais importante que a pesquisa. Para que um produto patenteado possa ser vendido é preciso criar mercado: isto se faz antagonizando os concorrentes. É nesse ponto que entra o “trade-up”, ou “troca para cima” de produtos. É o mecanismo de mercado pelo qual um produto antigo, com baixo lucro, é trocado por outro de maior rentabilidade. Isso pode ser feito entre duas empresas diferentes mas é mais comum com os produtos da mesma indústria. Se uma empresa quer retirar seu produto de mercado, como a agência de vigilância sanitária pode negar seu cancelamento? No Brasil, esse jogo do mercado é crime, conhecido há vinte anos, pois existe uma lei brasileira (6360/76) que proíbe parar a produção de medicamentos essenciais. Existem raros exemplos onde foi aplicada. Veja-se o que o mercado farmacêutico está tentando fazer com o fenobarbital (Gardenal®), o medicamento mais utilizado em epilepsias que atinge 0,5% da população. O fenobarbital está em uso desde o início do século, é um excelente anticonvulsivo, eficaz e seguro Sem proteção de patente, genérico, com fácil produção, o custo do tratamento mensal é inferior a R$ 6,00 (menos de seis reais por mês). Os novos anticonvulsivos custam cerca de R$ 150,00 por mês. No preço vinte vezes mais caro; no lucro, provavelmente cem vezes maior. Na indústria, dezenas de cérebros brilhantes procuram distorcer, exagerar meias-verdades e inventar defeitos do concorrente. Cada paciente que abandonar o fenobarbital proporcionará à empresa do novo produto lucro cem vezes maior. Cada vez que uma patente está preste a expirar, já existe um novo medicamento sendo preparado para substituí-lo. O novo não precisa ser melhor, pode até ser um pouco pior que o antigo, mas precisa ter patente. Países como o Canadá, por exemplo, só licenciam novos medicamentos se houver real vantagem terapêutica, se os estudos farmacoeconômicos provarem que o a relação benefício/custo compensa e se a informação técnica for correta. Sem vigilância da informação (indicação etc.): o governo não consegue pagar o uso exagerado e desnecessário dos novos medicamentos; os pacientes não conseguem comprá-los. Peginterferona, anfotericina lipossomal e novos antiinflamatórios (inibidores da cox-2), usados abusiva e desnecessariamente, são exemplos de desperdício. O “trade-up” inclui a batalha de desgaste e retirada do mercado de genéricos. As multinacionais investem na compra de indústrias voltadas aos genéricos e hoje compõem a maioria dos donos dos genéricos. Além disso, iniciaram uma genial guerra e controle de leis para “afogar” os “genéricos”, de modo a evitar que diminuam seus lucros. Citam-se pelo menos quatro grandes vitórias das multinacionais: (1) foi proibido o uso de nome genérico em “similares”, quando bastaria identificar o nome de seu produtor; (2) foi dificultado o registro de “genéricos”, com testes nacionais que, mesmo incompletos, são caríssimos e muitas vezes desnecessários; (3) as indústrias de marca gastaram onze milhões de reais em 1999, através da ABIFARMA (que já fechou) para destruir a credibilidade de concorrentes e (4) abriram se as portas brasileiras à importação e “dumping.” É nesse ponto que deve estar atenta a vigilância sanitária do Brasil. Nos países exportadores de novos medicamentos, a vigilância sanitária ajuda, pois o lucro gerado mantém a qualidade de vida no país. Nos países em desenvolvimento, é vital conservar os bons produtos antigos, sem ser enganado por decisões aparentemente sérias mas subordinadas ao interesse comercial dos exportadores. É função da ANVISA avaliar a relação custo/eficácia/qualidade, impor barreiras técnicas, condicionar registros de equivalentes terapêuticos à sua síntese e produção no país, impedir a entrada de produtos cuja qualidade não é segura, impedir a distorção científica gerada por pesquisa antiética (quando resultados negativos não são publicados), cuidar de informação correta ao médico e ao consumidor e criar condições para o crescimento de uma verdadeira indústria nacional. Não é o que se viu nos últimos anos. A atual estrutura da ANVISA está totalmente inadequada às suas funções na defesa do país: (i) a diretoria tem que ser sempre da confiança do Presidente, portanto não pode ser estável; (ii) ao contrário, os técnicos especialistas em análises farmacológicas, que podem ser demitidos a qualquer tempo pela sua chefia, devem ser tornados estáveis, para que possam opinar livre de pressões. O oposto do que existe hoje. Se o novo governo não fizer a “inversão de estabilidade” e não cuidar da instituição de carreira técnica a vigilância sanitária continuará sendo meio de arrecadação de dinheiro para campanhas políticas. Só existirá síntese e produção de medicamentos no Brasil se o Governo decidir amparar quem investir, seja indústria nacional ou não. Melhor e mais seguro é investir nos laboratórios estatais. E se acontecer uma guerra que prejudique a exportação de medicamentos dos Estados Unidos? E se a exportação for condicionada à participação na guerra? A soberania e real independência do Brasil é proporcional à sua autonomia na síntese e produção de medicamentos. Em resumo, vigilância sanitária - ANVISA - é matéria de segurança nacional e o acesso da população ao tratamento medicamentoso deve depender da efetiva atuação do Senhor Ministro da Saúde, da Economia, do Comércio Exterior, sob supervisão pessoal do Presidente da República. Esses dirigentes devem cuidar de nossa indústria química e farmacêutica, da preservação dos bons produtos antigos, e da real produção e síntese de medicamentos no Brasil. Antonio Carlos Zanini, 64, Editor Médico do Grupo Zanini-Oga, foi Secretário Nacional de Vigilância Sanitária (980-1985) @ → zan@usp.br Outros títulos (se houver interesse) consultor da OMS: membro da Academia de Medicina de São Paulo; Coordenador do Sistema de Informação sobre Medicamentos do HCFMUSP. http://www.farmacologia.com.br/publicacoes/art_05_Barreiras_VigiSanitaria.doc
O placebo e seus efeitos
First, do no harm (Antes de mais nada, não cause danos). Princípio da medicina, atribuído a Hipócrates "A questão do placebo é um dos assuntos que mais fascinam e, ao mesmo tempo, mais causam controvérsias entre a classe científica. Com todo o conhecimento que a ciência hoje possui, o placebo ainda permanece um mistério e todo artigo sobre ele ainda é bastante incompleto. Seu bom ou mau uso pode significar uma vida, principalmente enquanto seus efeitos são pouco conhecidos a fundo e seu funcionamento, isto é, como realmente agem os placebos, ainda é alvo de muitas teorias, inclusive a abordagem psicológica. Para a classe científica, conhecer o placebo, suas possibilidades e seus efeitos é fundamental. E para um leigo, até que ponto é interessante saber que um remédio ao qual ele atribui sua cura não passava, por exemplo, de simples composição de amido com açúcar? Estas e outras questões são apresentadas aqui para reflexão, além da palavra de médicos que falam sobre o efeito placebo". O Que é um Placebo A palavra placebo vem do latim e foi cunhada da Bíblia cristã, após vários erros de tradução, diz o doutor Ben Z. Krentzman. A palavra apareceu em primeiro lugar no salmo 116 e foi adquirindo uma conotação científica nos dicionários ao longo do tempo. Hoje, o placebo é em primeiro lugar definido como uma substância inerte ou inativa, a que se atribui certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem. Muitas pessoas que ingerem, por exemplo, uma pílula contendo nada mais que amido com açúcar, ou um dos dois componentes, revelam melhoras de uma doença, imaginando ter tomado o remédio feito especialmente para essa doença. Mas o placebo não existe apenas em forma de uma substância. Uma ‘cirurgia espiritual’, até que não se prove que ela genuinamente tenha acontecido, pode ser um placebo. A pessoa ‘operada’ sente o corte, sente a sutura e fica ‘curada’ do mal que a afligia sem passar por uma cirurgia convencional. Uma terapia também faz às vezes de um placebo, onde às técnicas dessa terapia se atribui um tipo de cura e isso realmente acontece. As chamadas terapias alternativas, como os florais, os cristais, a radiestesia e muitas vezes a própria psicoterapia ainda são consideradas por uma grande parte da ala científica como um placebo, afirma Dr. Walter Brown, psiquiatra. Mas o uso do placebo não está restrito à área científica ou à área das terapias alternativas. Nossas avós conheciam muito bem os seus efeitos, quando aplicavam suas ‘poções mágicas’, e até mesmo suas histórias na hora de dormir, e curavam as dores de seus filhos, um ensinamento popular que é passado de geração a geração, sem questionamentos. Também nessa categoria se encontram as orações, que promovem os chamados milagres e a conhecida ‘cura pela fé’, pelo menos enquanto para esses milagres e curas não se encontre uma comprovação, agem como um placebo. E por fim, os próprios remédios, mesmo sendo fabricados com uma fórmula teoricamente capaz de combater determinada doença, podem, por erro de fórmula não curar determinada doença, mas tomados para esse fim, podem ainda assim agir como um placebo. Alguns efeitos do placebo estão discutidos na seção a seguir. O Efeito Placebo O efeito placebo é o resultado que se pode observar e mensurar, em uma pessoa ou em um grupo de pessoas, diante de um tratamento onde o placebo foi administrado, de acordo com Dr. Robert T. Carroll, que acrescenta: "Por que uma ‘fake’ (falsa, artificial) substância, cirurgia ou terapia faz efeito, isso ainda não é completamente explicado". Alguns pesquisadores utilizam o procedimento chamado ‘duplo-cego’, em que normalmente existem dois grupos de pessoas, o grupo experimental e o grupo de controle. A um grupo, administra-se a droga ou o tratamento convencional. A outro grupo, aplica-se a droga ou o tratamento do tipo placebo. Dr. Carroll explica que, em um estudo duplo-cego, o pesquisador não sabe qual grupo recebeu a droga indicada para o tratamento e qual grupo recebeu o placebo. Ele só vai saber, diz o médico, quando tiver em mãos os resultados completos, para evitar que o avaliador incorra em distorções de observação e de mensuração durante o estudo. A Teoria de Cura Mente-Corpo A teoria de cura mente-corpo, criada por Milton Erickson, pai da hipnoterapia moderna, e divulgada pelo mundo pelos médicos que foram seus discípulos, reconhece a existência de uma estreita conexão entre a mente, o cérebro e o corpo. Dr. Ernest Lawrence Rossi, médico e psicoterapeuta ericksoniano, diz que a resposta placebo é uma pedra fundamental rejeitada na cura mente-corpo. Ele diz que as histórias de cura espontânea ou considerada ‘milagrosa’ são menosprezadas pela ciência, devido à nossa mente racional, como resultados não confiáveis. Em seu livro A Psicobiologia de Cura Mente-Corpo, Dr. Rossi diz que a premissa da ciência, neste caso, se aproxima de algo como "não é confiável, portanto não é real". Ele explica que, para uma parte da ciência, que tem uma abordagem tradicional, o efeito placebo é simplesmente um "fator aborrecido". A teoria de cura mente-corpo pressupõe que exista uma rede de informações que passa do ambiente à mente do indivíduo, deste para o cérebro e em seguida ao corpo, através do que ele chama de "moléculas mensageiras". Em princípio, diz ele, a informação começa com os genes. As pesquisas de Dr. Rossi incluem o funcionamento do sistema nervoso central de forma detalhada e também o funcionamento do sistema límbico-hipotalâmico. Na teoria ericksoniana, existe uma lista considerável de doenças que se pode curar conhecendo-se o mecanismo de comunicação psicofísico. Com lugar de destaque para o placebo nesta abordagem e também para os fatores que determinam o stress, Dr. Rossi cita alguns casos verídicos e curiosos, que correm os bastidores da comunidade científica e provocam polêmica até hoje. Dois deles estão a seguir. Dois Casos Verídicos Estes e outros casos, registrados por Dr. Rossi, mostram que a resposta placebo pode se manifestar em doença ou cura. O primeiro caso é relatado por Dr. Rossi como um caso de "vida e morte vodu", ou como "o complexo de desistência no sistema nervoso autônomo", onde um médico da Fundação Rockfeller, a serviço em uma missão no Pacifico Ocidental, convivia com nativos convertidos e não convertidos. O caso envolveu o padre da missão, seu assistente de serviços gerais, um nativo chamado Rob e um feiticeiro de nome Nebo. Certo dia, o padre veio até o médico depois de constatar que o nativo Rob estava muito doente. O médico examinou o nativo e não encontrou sinais de febre, nem queixas de dores, nem sinais evidentes de doença, mas, ao mesmo tempo, ficou impressionado ao constatar que o nativo estava extremamente fraco e doente. Por meio do missionário, o médico soube que o feiticeiro Nebo havia apontado um osso para Rob e o nativo se convenceu que iria morrer. O médico e o missionário foram até Nebo e o intimaram a ver Rob, caso contrário seu suprimento de comida, fornecido pela missão, seria cortado. O feiticeiro foi com eles até o nativo e, lá chegando, aproximou-se de Rob dizendo que tudo havia sido uma brincadeira, um engano. O médico (cujo relatório na íntegra foi publicado no livro de Dr. Rossi e nos artigos do fisiologista Walter Cannon) ficou estupefato ante a metamorfose. De uma fase de pré-coma o nativo passou imediatamente a uma fase saudável, com total força física, e na mesma tarde estava perambulando pela missão. Dr. Rossi relata, mostrando artigos de outros pesquisadores como Cannon e Engel, que a morte vodu, muito comum naquela região, é devida a uma exposição intensa e prolongada ao stress emocional e à crença dos nativos de que estavam sob o poder do médico feiticeiro. A causa ‘real’, na verdade, era um sistema nervoso simpático superativado. Em outro caso semelhante, um nativo veio a falecer diante de um agudo completo "desiste-retoma" e de um poderoso agente sugestionador, que acabou se revertendo em tempo no caso do nativo Rob. O segundo caso, descrito ainda por Dr. Rossi em seu livro, é do Sr. Wright, o qual estava acometido de mal generalizado e avançado envolvendo os nodos linfáticos, linfossarcoma. O Sr. Wright desenvolveu uma resistência a todos os tratamentos paliativos conhecidos e sua anemia o impedia de esforços com raios-X ou tratamento quimioterápico. Massas tumorais do tamanho de uma laranja já existiam no pescoço, axilas, virilha, peito e abdômen. O baço e o fígado estavam enormes e o duto torácico obstruído. A impressão, diz Dr. Philip West que acompanhou pessoalmente o caso, é de que ele estava em estado terminal e não-tratável. Contrariando isso tudo, o Sr. Wright se encontrava menos desesperançado que seus médicos e pediu para ser incluído em um grupo de pesquisa que iria testar uma nova droga, o Krebiozen (que depois se demonstrou ser uma preparação inócua e sem utilidade). Os médicos não o consideraram qualificado para o experimento, já que não contavam que seu câncer pudesse regredir, depois de tudo já ter sido tentado. Sua expectativa de vida era de duas semanas, não mais que isto. Mas o Sr. Wright havia lido nos jornais que a clínica estava pesquisando o Krebiozen e implorou para ser colocado entre os que iriam receber a droga. Ele mostrou enorme entusiasmo ao chegar a droga e implorou tanto que, contra todas as regras, seu médico acabou concordando em incluí-lo. Dr. West, então, permitiu que ele recebesse injeções da droga, sendo que a primeira foi numa sexta feira, quando o médico, segundo conta Dr. Rossi em seu livro, foi para casa imaginando que na segunda feira, com quase toda certeza, infelizmente encontraria o paciente já sem vida. Mas, para surpresa de Dr. West, o Sr. Wright estava à sua espera. Sem febre, nada abatido, andando normalmente. Nenhuma mudança para pior foi observada. As massas de tumor haviam desaparecido, mostrando uma regressão mais rápida que o médico pudesse até mesmo entender. O Sr. Wright teve alta e foi para casa, quando saiu novamente nos jornais que o Krebiozen era inócuo. O homem teve uma recaída e retornou ao hospital. Desta vez, porém, foi o médico quem propôs que ele retomasse as injeções de Krebiozen, alegando que a droga surtia efeito e que o que saíra no jornal era referente a um lote da droga com validade ultrapassada. Dr. West fez isso porque sabia que seu paciente saíra do estado terminal para voltar para casa são, graças à esperança que ele depositava na nova droga, e sabia também que nada mais poderia ajudá-lo. Novamente, a doença do Sr. Wright regrediu, diante das injeções. A recuperação, segundo o médico, foi ainda mais intrigante, pois as massas tumorais se dissolveram, o fluido no peito se extinguiu e ele voltou a andar. O caso do Sr. Wright teve um final menos auspicioso que o do nativo Rob, pois ele acabou falecendo, semanas depois de ter novamente sido veiculado no jornal – que ele tomou conhecimento – de que o Krebiozen realmente não tinha função alguma. No entanto, o caso se tornou clássico para o eterno dilema da resposta placebo até mesmo em doenças graves como o câncer. O que todos os médicos do Sr. Wright concordaram foi que seu poder de otimismo, de alguma forma, havia influído nas várias fases de "desiste-retoma", em que o paciente atribuiu ao placebo uma qualidade salvadora, daí seu tempo de vida ter sido pelo menos prolongado e com evidentes manifestações de cura. Quando um Placebo é Benéfico Um placebo pode ser especialmente benéfico quando algumas situações abaixo acontecem: 1. O médico, por observação clínica, tem de início um pré-diagnóstico da possível doença do paciente mas não deseja administrar uma droga química, devido aos efeitos colaterais indesejáveis, e então aplica um ‘remédio’ que na verdade não tem a função de curar aquela doença. O paciente toma e, acreditando estar tomando um remédio poderoso, fica livre da doença ou pelo menos dos sintomas. 2. O paciente deseja sinceramente se ver livre de alguma doença ou problema físico e não só deposita esperança no remédio que está tomando, mas também permite que o remédio faça efeito. 3. O indivíduo, mesmo sabendo que está tomando um placebo, ainda assim deseja se livrar do desconforto físico e o próprio indivíduo, atribuem qualidades de cura ao ‘remédio’ e permite também que esse faça o efeito. 4. A simples ida ao médico, que compreende a presença do médico diante do paciente, o ritual da anamnese (coleta de dados) e da observação clínica, o toque da mão do médico na pessoa, a atenção, a roupa branca do médico, esse aparato, por si só, é passível de provocar o efeito placebo, quando o paciente manifesta melhoras, porque confia em seu médico, segundo Dr. Brown. 5. Um placebo pode ser benéfico nos casos em que, ingerido em lugar de uma droga química, não provoca os efeitos colaterais que a droga provocaria. Existem pacientes que são sensíveis ou alérgicos a certos medicamentos, e o placebo, como uma substância inerte, não provoca efeitos colaterais. 6. Principalmente, um placebo é benéfico quando promove a cura, a melhora ou o alívio da doença. 7. Segundo Dr. Brown e Dr. Rossi, existem casos comprovados de melhora nas questões do stress e em pessoas com úlceras gástricas, verrugas, artrites e outras deficiências relacionadas ao sistema imunológico. Quando um Placebo Causa Danos Existem riscos para o uso indiscriminado dos placebos, alerta Dr. Brown quando diz que seu uso acaba evocando também a questão da ética. Ele questiona que, por um lado, o médico não deve enganar o indivíduo, e, por outro lado, não pode furtar-se em aliviar suas dores. Aqui, alguns exemplos dos efeitos não benéficos do placebo: 1. Quando o paciente toma um placebo e sente melhora dos sintomas, mas na realidade a doença continua avançando e pode ser fatal. 2. Quando, diante de uma droga química comprovadamente eficaz para determinada, o médico opta por um placebo. 3. Alguns pacientes, relata o Dr. Brown, apresentam efeitos colaterais mesmo com um placebo. Ele não cita, porém, que efeitos seriam estes. 4. Na automedicação, quando um placebo é recomendado por um amigo ou comprado por conta própria na farmácia. 5. Quando a pessoa despende seu tempo, sua vida e suas economias com um tratamento tipo placebo que não é a melhor indicação para o seu caso. 6. Na visão de Dr. Brown, o placebo não funciona para doenças mais sérias como o câncer, para a qual seria mais indicado o tratamento tradicional. A Expectativa de Cura Dr. Ernest Rossi afirma que a expectativa positiva de cura por parte de um paciente é 50% do caminho para sua recuperação. Nesses casos, o organismo, entre outras coisas, libera endorfina, que promove o relaxamento do estado de ansiedade provocado pelo pânico de uma doença. A expectativa de cura é hoje muito mais reconhecida pelos médicos como um dos fatores benéficos decisivos, muito mais que 30 anos atrás quando se deu o caso do Sr. Wright. Se ela realmente tem um papel fundamental no desempenho dos sistemas simpático, parassimpático e nos outros sistemas do organismo, a expectativa de cura pode ser considerada como uma espécie de ‘certificado de garantia’ para o funcionamento do corpo, no entendimento do médico. De acordo com a teoria ericksoniana, o locus de cura está dentro do organismo do próprio indivíduo, bastando ver que algumas doenças, mesmo sem remédio, também se curam espontaneamente. Essa abordagem, ainda pouco conhecida na América Latina, utiliza vários recursos antes de desistir e entregar o paciente à própria sorte. E, em meio a esses recursos, a resposta placebo é uma delas. Copyright © 2004 Bibliomed, Inc. http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3861&ReturnCatID=1786
Bactéria encontrada no queijo pode causar doença cardíaca
Pessoas com problemas pré-existentes correm mais riscos Variedades da bactéria Listeria monocytogenes, bacilo normalmente encontrado no queijo e em comidas prontas e conhecido por causar infecções alimentares, podem causar doenças cardíacas. De acordo com estudo realizado por três universidades americanas e publicado no periódico Journal of Medical Microbiology, as diversas variedades de bactérias do gênero listeria, encontrada nesses alimentos, são mais prejudiciais às pessoas com problemas cardíacos pré-existentes ou àquelas que tiveram válvulas cardíacas substituídas. Segundo os pesquisadores, ratos que ingeriram comida contaminada e foram infestados por essas variedades tinham uma concentração até 15% maior das bactérias no coração. Com uma capacidade incomum de se desenvolver em temperaturas baixas, o bacilo pode ser encontrado em queijos, alimentos congelados, vegetais crus, peixes, saladas e em leite não-pasteurizado. Normalmente, ele vive de maneira inofensiva no intestino de pelo menos 5% das pessoas consideradas saudáveis. A mesma pesquisa explica que as bactérias possuem uma proteína em sua superfície capaz de causar sérios problemas cardíacos. Bactérias do gênero listeria costumam atacar principalmente o sistema nervoso de pacientes que estão com o sistema imunológico comprometido, embora entre 7% e 10% delas infectem o coração. Por isso elas oferecem maior risco em pessoas que sofreram transplantes cardíacos. Risco às gestantes – Infecções por listeria podem causar desde sintomas comuns de uma gripe acompanhada de irritação estomacal a doenças sérias no sangue e sistema nervoso. Já se sabia, no entanto, que mulheres grávidas são especialmente suscetíveis a essa bactéria. Após infectadas, as gestantes correm sérios riscos de perder o bebê. http://veja.abril.com.br/noticia/saude/bacteria-encontrada-no-queijo-pode-causar-doenca-cardiaca
Novo código de processo civil e o acesso à saúde
por Renata Vilhena Silva* 07/01/2011 Segundo a advogada Renada Silva, o novo CPC traz esperança aos doentes e aos advogados da saúde Apesar de a Constituição Federal garantir o acesso universal à saúde, no direito processual repousa a esperança do cumprimento efetivo do preceito constitucional. Isso porque hoje, no Brasil, ocorre o fenômeno da judicialização da saúde, ou seja, o cidadão consegue amparo e dignidade mediante a propositura de ações judiciais. Quer ficar por dentro sobre tudo o que acontece no setor de saúde? Assine gratuitamente a nossa newsletter diária e receba os destaques em sua caixa de e-mail. No Estado de São Paulo, os números assustam. Em recente matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, o então governador José Serra disse que "há uma indústria de ações judiciais" e chamou a operação de "ponta de um barbante de um nó que precisa ser desatado". Em 2009 a secretaria afirma ter investido R$ 1,3 bilhão em remédios, cerca de R$ 400 milhões para cumprir medidas judiciais. Enquanto as ações judiciais estavam garantindo o cumprimento do texto constitucional, a situação estava sob controle. Pelo menos os que procuravam a Justiça tinham a dignidade garantida. Todavia, estamos experimentando um período dramático, pois nem as decisões judiciais estão merecendo respeito dos governantes. Coincidentemente, a escassez de medicamentos e vagas em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) se agravou nesta época de campanha eleitoral. Advogar para doentes e enfrentar situações como essa gera uma condição de impotência arrebatadora. Presenciar e acompanhar o agravamento da saúde dessas pessoas causa revolta e indignação. O novo Código de Processo Civil (CPC) traz esperança aos doentes e aos advogados da saúde. Um dos preceitos no código são celeridade e segurança jurídica. O projeto pretende introduzir, no sistema processual, mecanismos com vistas a garantir celeridade e segurança na prestação jurisdicional, atribuindo efetividade às decisões, ou seja, pretende garantir que a ordem do juiz realmente surtirá efeito. Mudanças importantes foram propostas para que as decisões sejam cumpridas com agilidade. Também há previsão de corte significativo dos recursos, serão excluídos do novo código, por exemplo, os Embargos Infringentes e o Agravo Retido. No entanto, deve-se prestar atenção à necessária busca por uma Justiça mais rápida e eficiente, que não poderá violar o exercício das garantias e dos princípios constitucionais, como a ampla defesa e o contraditório, igualmente importantes para os operadores do direito e para os jurisdicionados. Conforme a proposta, a unificação dos prazos processuais - seja para interposição de recursos, seja para defesas - passará para 15 dias. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sugeriu a estipulação de prazos para os juízes, cujo cumprimento seria requisito para futura promoção destes, o que privilegiaria os magistrados comprometidos com a adequada prestação jurisdicional. Esses são apenas alguns pontos importantes trazidos pelo anteprojeto do Código de Processo Civil. Já é possível concluir que a discussão em torno de um novo CPC é, de fato, um marco importante para o judiciário brasileiro, porquanto a morosidade judicial constitui um dos principais motivos para a sensação de impunidade sentida por toda a população. O novo código vem com a promessa de otimizar a realização da justiça. Dessa maneira, esperamos que promova a justiça atemporal e apolítica, garantindo o efetivo acesso à saúde e o cumprimento ao princípio da dignidade da pessoa humana. * Renata Vilhena Silva é sócia-fundadora do Vilhena Silva Advogados, especializado em Direito à Saúde, e autora da publicação "Planos de Saúde: Questões atuais no Tribunal de Justiça de São Paulo". http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=74804
A era dos dados
por Edgar Santos* 26/01/2011 Especialista mostra qual é o maior desafio da área de atendimento à saúde Imagine se o seu médico pudesse lhe apresentar os resultados de seus exames em minutos, ao invés de em dias ou semanas. Atualmente já existem tecnologias que permitem esta agilidade. Porém, para que isto se torne realidade, o setor de atendimento à saúde precisa reconhecer que tem um grande desafio. O desafio dos dados. Todo os dias, grandes redes formadas por médicos, especialistas, pacientes, farmácias, seguradores e hospitais trocam milhões de formulários, diagnósticos, imagens, receitas, indicações e pesquisa médica. A tecnologia disponível hoje já permite que todos estes dados sejam armazenados digitalmente. Apesar disso, muitos ainda permanecem em papel. De acordo com um recente relatório da Thomson Reuters, maior agência internacional de notícias e multimídia do mundo, mais de US$ 850 bilhões são desperdiçados a cada ano em testes de laboratório duplicados. Isto acontece devido ao uso de sistemas ineficientes, baseados em papel. Os benefícios do compartilhamento eletrônico rápido de registros médicos são tão significativos que o governo do Presidente Barack Obama alocou US$ 36 bilhões provenientes de estímulo federal nesta área. O objetivo é acelerar a adoção da infraestrutura eletrônica necessária para controlar custos e aprimorar o fornecimento de serviços. À medida que o setor de atendimento à saúde migra de registros médicos em papel para eletrônicos, começa a surgir um novo desafio: como armazenar e gerenciar todos aqueles "uns e zeros"? Este desafio não surge exclusivamente no setor de saúde. Segundo a empresa de pesquisas IDC, os dados no mundo hoje já excedem o espaço de armazenamento disponível - e a demanda por capacidade de armazenamento continuará a crescer a uma taxa anual acima de 43% nos próximos três anos. A natureza dos dados está mudando - de formulários "estruturados", como números, à informação "desestruturada", como vídeo, e-mail e fotos. Estima-se que, em breve, existirá 1 trilhão de dispositivos conectados à Internet no mundo. Todos os dias, 15 petabytes de novas informações são geradas - oito vezes mais que a informação de todas as bibliotecas dos Estados Unidos. Apenas em 2010 estima-se que o volume de informação digital gerada atinja 988 exabytes. Se todos estes dados estivessem em papel, teríamos livros suficientes para serem empilhados do Sol até Plutão. Provedores de atendimento à saúde, por exemplo, já podem se beneficiar de uma solução que seleciona os registros de atendimento mais urgentes e encaminha para mecanismos rápidos (discos, memória flash, etc), enquanto enviam o resto das informações (como as que precisam ser arquivadas de acordo com regulamentações governamentais) para armazenamento em fita de maneira mais econômica. À medida que os provedores de atendimento à saúde adotarem essas inovações, o usuário não precisará mais esperar muito tempo para obter os resultados do laboratório. E a conta a ser paga por ele pode ser menor. Agora imagine esta mesma tecnologia sendo aplicada a outros segmentos de mercado - de mídia e entretenimento até varejo e serviços financeiro. Os resultados seriam serviços aprimorados de forma a aumentar a qualidade dos serviços e também a qualidade de vida da população. Somente o setor de mídia e entretenimento precisará aumentar em 10 vezes a sua capacidade de armazenamento anual até 2015, segundo a Coughlin Associates. Até então, a única forma de capturar e processar conteúdo digital para crescentes volumes de dados era usando cassetes de videotape e outras mídias removíveis - um processo longo e caro. O novo método abrange formas mais simples e baratas de gerenciar os grandes arquivos criados por essa classe de informação. Isso exige melhores meios de armazenar dados, priorizá-los e eliminar redundâncias. A boa notícia é que tecnologias para agilizar estes processos já existem e estão se tornando mais sofisticadas e, ao mesmo tempo, mais acessíveis. Empresas de todos os segmentos de mercado têm agora a capacidade de comprimir ou compactar dados, reduzindo assim a necessidade de espaço físico de armazenamento. Assim, é possível eliminar dados duplicados ao mesmo tempo em que se aumentar a eficiência no uso destas informações. * Edgar Santos é executivo de Storage da IBM Brasil http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=75051
O tráfico de medicamentos controlados
A eterna disputa entre o Estado e o Setor da Saúde O consumo de entorpecentes e psicotrópicos tem sido, desde há muito, assunto debatido exaustivamente e tem sido considerado atualmente como um dos grandes problemas do século XXI. Por um lado tem se observado que existe um poder curativo de substâncias naturais. Por outro lado a eficiência destes elementos devem-se a princípios ativos que atuam no sistema nervoso central e por conseqüência podem causar dependência como afirma o farmacêutico Ignacio Leal. Desde o início do século XIX, o consumo de algumas substâncias, especialmente os derivados do ópio em sua forma crua, despertou toda sorte de disputas entre os boticários e o governo a respeito de qual seria o enfoque de sua distribuição. Países como os EUA, Reino Unido e as Filipinas empenharam-se em estabelecer políticas para restringir a liberdade da venda destes produtos. O Doutor David Musto, professor de Psiquiatria da Universidade de Yale é um dos maiores conhecedores da história da restrição da venda de medicamentos, sustenta que ao contrário das crenças históricas da comunidade internacional, os EUA foram um dos países com maior tolerância da distribuição de substâncias derivadas do ópio e da coca, até a primeira década do século XX. Sem o embargo, revelou Musto, incluindo na época da Lei Seca onde ocorreu proibição de venda de bebidas alcóolicas, alguns estados da confederação como Nova Iorque, autorizava a distribuição (incluindo por médicos particulares) de substâncias a quase 13.000 viciados, recorde histórico de "viciados legais" em qualquer país ocidental. Vai passar mais de oitenta anos que as autoridades, especialmente as dos Estados Unidos, têm gastado importantes recursos públicos e privados para o controle das substâncias que causavam dependência. Em dólares de 1983, os EUA gastaram em 1920 pouco menos de 11 milhões de dólares, ao passo que no ano de 83 esta cifra subiu para 890 milhões, segundo dosdos do investigador Ronald Hamowy, especialista em legislação médica de Nova Iorque. Estas cifras foram crescendo de maneira considerável, não somente como a inversão dos EUA em controlar a distribuição para seus estados, como nos países onde apenas se produzem. Somente na Colômbia, o congresso em Washington aprovou ajudas para políticas antidrogas de Bogotá por um valor superior ao de 600 milhões de dólares para os anos de 2000 e 2001. Em que se consiste o debate? Sem o embargo, em virtude das necessidades humanas, especialmente no que se refere à dor, já tem sido feito o indispensável que é a distribuição de tal maneira que se garantissee com o mínimo de suprimento as necessidades reais dos enfermos, cuja qualidade de vida estaria profundamente afetada se não houvesse tais medicamentos. O desembaraço político para com este tema, tem sido articulado nos EUA através de organizações governamentais que ditam as políticas de controle do tráfico de medicamentos. Neste sentido, Jorge Jaramillo, diretor do Fundo Nacional de Entorpecentes da Colômbia, uma das nações que é mais afetada por este problema, sustenta que pela ótica do castigo e da repressão do uso de substâncias que produzem dependência, afetando de maneira inicial o conjunto de saúde da população, colocou três entidades a debater suas posições: os fabricantes e boticários, a classe médica e as autoridades governamentais. A indústria farmacêutica que empregou como boticários e farmacistas, iniciou seu negócio desta maneira, vendendo drogas como o Cânhamo (maconha), a "dormideira", o Peyote (derivado de um cactus) e outras classes de opióides caseiros. Os médicos por sua vez participaram determinando quais medicamentos são admissíveis para cada caso. O Estado se empenhou na sua parte controlando, proibindo e determinando quais dos medicamentos deveriam ser considerados como "veneno" e quais outros deveriam ser ascessíveis à população. Assim as discussões evoluíram a um ponto em que a ciência médica realiza estudos sobre os efeitos de substâncias que causam dependência e o Estado estabelece regras nesta área. Por fora do debate, estariam os consumidores e os doentes que necessitam da medicação e os seus direitos acabam dependendo de decisões da justiça. Havia um consenso Somente no século XX é que se estabeleceram as regras que gerenciavam as questões de responsabilidades legais (internas e externas) a Convenção das Nações Unidas (1961), principal elemento jurídico sobre entorpecentes, cuja filosofia fundamental era manter o direito de se produzir e distribuir medicamentos perigosos, contando que não existissem desvios ou usos indevidos. O problema era que a Convenção da ONU havia planejado que este controle seria infalível. Para Jaramillo, "é muito difícil exercer um controle da venda de produtos e drogas como estimulantes e calmantes, porque nenhum Estado poderia restringir e ter um agente do governo trabalhando em cada caso de envio de drogas para exercer tal controle. O boticário e o farmacêutico por sua vez têm que confiar na idoniedade do médico ao receber uma receita". A psiquiatra colombiana Blanca López, chefe do departamento de doentes mentais na região de Bogotá, tem uma razão muito clara sobre a formulação e determinação das doses desses medicamentos. Para López a droga não proporciona mais que pouco tempo de ilusão de paz, de tranquilidade, de invulnerabilidade e de prazer. Cada vez precisa-se de uma maior quantidade do tóxico para satisfazer as necessidades acima descritas. Este aumento, diz a especialista, contribui para a degradação mental, moral e física, sobretudo nos toxicómonos de drogas clássicas como a morfina. O que será do futuro, ainda continua em aberto no debate. Mesmo que países como a Holanda apostem numa política que os viciados acabam sendo considerados pacientes que requerem tratamento e observação médica, os EUA têm reforçado a política proibicionista em que se penaliza a produção, o tráfico, a venda e o consumo de alguns medicamentos, considerando que o viciado seja um criminoso. A participação da ONU como instituição internacional, sustenta Jaramillo, continuará sendo fundamental para regular as diversas posições de um debate que não foi ainda concluído. Copyright © 2000 eHealth Latin America
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