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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Da Logística ao Supply Chain: um capítulo sobre o “óbvio”

Todos nós conhecemos Tomas Edison como inventor da lâmpada. Todavia, o que Edison realmente inventou não foi simplesmente um meio de iluminação, mas sim algo muito maior, um sistema de geração e distribuição de eletricidade. Dentro da Logística, um papel similar foi desempenhado por um caminhoneiro norte-americano chamado Malcom McLean, reconhecido como o o inventor do “navio porta-conteiner”. A idéia partiu de sua experiência pessoal ao entregar cargas no porto de New Jersey, em 1.937. McLean sentia-se frutrado ao ser obrigado a esperar dias para que as cargas fossem carregadas e descarregadas manualmente por estivadores. Foi daí que surgiu a idéia de “içar” uma grande caixa diretamente da carroceria de um caminhão para o “deck” de um navio. Sua idéia, porém, teve que esperar cerca de 20 anos, até a consolidação de seu negócio de transporte, que começou com um caminhão usado comprado por cerca de US$ 120,00 em 1.931, e chegau a uma frota de mais de 1.700 caminhões na década de 50. Na época, haviam basicamente dois tipos de navios comerciais: navios de carga e petroleiros. Seria praticamente impossível levantar e posicionar um conteiner para o “deck” de um navio de carga, porque o pavimento era equipado com os guindastes e os acessos aos porões de carga. Os petroleiros, por sua vez, não levavam nada acima de suas plataformas. Então McLean entrou no negócio de navios petroleiros, comprando a “Waterman Steamship Corporation”. Assim, depois de muitas experiências e muita persistência, em 1.956, McLean desenvolveu uma caixa de transporte medindo cerca de 8 x 8 x 33 pés, adaptando o convés de um de seus navios para receber essas caixas, conseguindo carregar 58 delas nessa ocasião. Estava inaugurada a era dos navios “porta conteiners”. Longe de celebrações e cumprimentos, McLean enfrentou forte reação por parte dos estivadores e seus sindicatos que, obviamente, não viram para si um “futuro promissor” com a evolução potencial de tal idéia. Apesar das dificuldades e dos investimentos, McLean extendeu o negócio de conteiners para a Europa em 1966 e, em seguida, para a Ásia, conseguindo reduzir substancialmente os custos de transporte, o que ao final, foi o fator fundamental para o sucesso de sua idéia. Na década de 60, a guerra do Vietnam troxe a necessidade de transporte mais eficiente, o que um "boom" na utilização dos conteiners. Mais uma vez a guerra teve seu papel na evolução das operações empresariais. As décadas seguintes confirmaram a visão de McLean e a capacidade inicial de 58 conteineres evoluiu para os modernos “porta conteineres”, capazes de transportar milhares de unidades. Malcom McLean não inventou uma caixa e um novo modelo de navio. Ele inventou um novo conceito que visualizou 70 anos atrás, baseado na idéia de padrões e formatos, através da simples dedução de que para manipular e transportar produtos de medidas e formas diferentes de forma eficaz, seria necessário torná-los uniformes, colocando em uma caixa padrão. Para isso, teve que enfrentar um paradigma de arrancar dos navios os guindastes que não agregavam valor, passando a olhar os espaços dos navios como áreas de ocupação de carga a ser explorada ao máximo. Sem dúvida, sua experiência como caminhoneiro obrigado a esperar “inutilmente” com seu veículo parado, o fez refletir sobre o tema, e o levou a uma luta que, aparentemente simples, tomou uma vida de muito esforço em prol de uma idéia. Malcom McLean mudou o mundo, assim como fez Thomas Edison. Edison deu ao mundo um sistema de eletricidade e McLean viabilizou as cadeias de fornecimento globais dentro da realidade econômica atual. McLean morreu em 2.001 aos 87 anos. Um bom exemplo de um homem que lutou uma vida para mostrar algo muitas vezes difícil de se enxergar: o “óbvio”. Publicado no Blog: http://www.thales21.blog.uol.com.br/

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