Em cinco anos, o cadastro de doadores de medula óssea cresceu mais de 500%, mas os transplantes realizados com medulas doadas pelo sistema público de saúde não cresceram nem 15%.
A informação é da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).
Esse foi um dos tópicos da reunião entre a ONG e o ministro da Saúde, realizada no sábado, em São Paulo.
A entidade levou as reivindicações a Alexandre Padilha e apontou falhas no diagnóstico e tratamento de cânceres de sangue (leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e mielodisplasia).
Em relação ao transplante, a Abrale diz que o principal problema não é conseguir doador -o Brasil tem o terceiro maior banco de medula do mundo, com 2 milhões de cadastrados, perdendo só para EUA e Alemanha.
A maior dificuldade é conseguir leito para o transplante. "Temos 122 pacientes que acharam doador compatível, mas não conseguem realizar a operação", diz Merula Steagall, presidente da Abrale.
OUTRO LADO
Segundo Alzira de Oliveira Jorge, diretora de atenção especializada do ministério, o sistema está se organizando para atender a demanda.
"Estamos mapeando os centros capacitados para avaliar onde colocar leitos."
Outra questão levantada pela Abrale é o acompanhamento de doadores. Se os dados não são atualizados, muitos doadores não são localizados na hora em que surge um receptor.
"Começamos a implantar mudanças para não perdermos doadores por falta de atualização de dados", afirma a diretora.
O transplante de medula é a opção de tratamento para pessoas com câncer de sangue que não respondem à quimioterapia, nos casos de leucemia agressiva e de pacientes jovens.
A cada ano, surgem 50 mil casos de câncer de sangue no país, causando 15 mil mortes. A leucemia é o principal câncer em crianças.
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