por Cínthya Dávila
10/05/2011
Instituições devem fazer aquisição de materiais e medicamentos de forma assertiva, pois os gastos com esses itens cresce cada vez mais
Uma das principais questões presentes na rotina hospitalar diz respeito à aquisição de materiais e medicamentos para uso diário. Segundo o economista e gerente Nacional do Grupo Elfa, Roger Vallim, as instituições precisam fazer a aquisição de materiais e medicamentos de forma mais assertiva, pois a porcentagem de gastos com esses itens vem crescendo cada vez mais.
Vallim chamou atenção para uma pesquisa realizada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), em 2005, que mostrou a porcentagem de custos que os materiais e medicamentos representam em instituições de Autogestão. De acordo com a pesquisa, materiais representavam 17,4% do custo e medicamentos 16,5%.
De acordo com o economista, os dados são altos e tendem a continuar crescendo, pois as indústrias farmacêuticas estão investindo em novas moléculas caras, porque, quando perdem a patente, precisam de uma nova molécula para sustentar o negócio.
Segundo ele, o processo de aquisição destes itens deve ser feito de forma conjunta. "É preciso que exista uma decisão compartilhada. Deve haver uma sinergia entre quem prescreve os medicamentos, aqueles que aprovam o investimento e quem realiza o processo", declarou.
E citou que um dos principais problemas existentes dentro dos hospitais é a falta de relacionamento interpessoal e comunicação, que muitas vezes fazem com que as áreas não consigam se entender. "Acredito que existem muitas ferramentas no setor da saúde, mas além de recursos é preciso que exista uma relação entre quem está utilizando esses recursos".
Além disso, é preciso levar em consideração mais do que apenas o preço do remédio, pois nem sempre o remédio mais caro ou mais barato é o mais indicado para a rotina da instituição. Segundo ele, deve considerar o peso que o material e o medicamento possuem dentro do hospital, o público-alvo, critérios técnicos, perfil da instituição.
Estoque
Segundo a farmacêutica e consultora para o segmento de logística hospitalar, Andrea Portella, uma pesquisa da CSC Consulting Group mostrou recentemente que a aquisição e distribuição de insumos médicos representam 41% de todos os custos anuais dos hospitais.
Para ela, é importante o hospital ter noção da quantidade de materiais e medicamentos que necessita, para atender seus pacientes de forma segura. "Não é possível ter a veleidade de deixar falar algum medicamento, é necessário ter itens para salvar a vida das pessoas, declarou.
No entanto, a farmacêutica ressaltou que hospital não é chão de fábrica e não pode haver medicamento em sobra sem que existam lugares adequados para serem armazenados.
Compras
Outro aspecto importante é fazer um planejamento de compras. Para Andrea, as compras emergenciais costumam acarretar mais gastos, o mais indicado é fazer uma aquisição macro que dure para o mês inteiro.
Manter uma boa relação com os fornecedores também é um aspecto que deve ser levado em consideração. "Fornecedores e clientes devem ser parceiros e não se olhar como inimigos. Devem fazer acordos para que ambos saiam ganhando no momento da compra".
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