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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tratamentos dermatológicos caseiros são arriscados, diz especialista

Nos últimos anos, popularizou-se, especialmente nos Estados Unidos, a venda de equipamentos conhecidos como home devices, para uso em casa, que dizem oferecer resultados semelhantes aos procedimentos estéticos realizados apenas nos consultórios médicos.



Como toda febre de consumo, a aceitação no mercado norte-americano tem sido grande. No Meeting da Academia Americana de Dermatologia de 2011, por exemplo, um dos lançamentos de destaque foi um aparelho de laser de 1.440 nm, para uso doméstico. Também são coqueluche na América do Norte, os LEDs de baixa intensidade que prometem realizar a bioestimulação para o crescimento de cabelos, rejuvenescimento facial, melhora de celulite e gordura.

Apesar do FDA (Food and Drug Administration) ter aprovado o uso desses equipamentos para tratamentos domiciliares por, em princípio, não envolverem riscos, a questão que se coloca é: será que realmente não existe perigo à saúde dos pacientes e um estímulo sem controle ao autotratamento?

No Brasil, ainda não há equipamentos de laser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas alguns consumidores garantem os seus exemplares em viagens ao exterior.

Limitações dos equipamentos

Para o Dr. Alexandre Filippo, os home devices representam um modismo que, por empregarem energia extremamente baixa, exigem muita disciplina por parte de seus adeptos. “Acredito que, nesse caso, o maior risco é o das pessoas não alcançarem os resultados almejados. Se não forem utilizados regularmente e por tempo prolongado, os aparelhos não trarão qualquer modificação.”

Filippo exemplifica, citando os limites dos LEDs de bioestimulação para crescimento de cabelos para uso em casa. Enquanto o equipamento utilizado nos consultórios tem entre 500 e 1.000 lâmpadas, o home device para esta finalidade conta com, no máximo, nove.

“O paciente precisa utilizar frequentemente o aparelho durante um longo tempo, e dificilmente terá resultados comparáveis aos do consultório. Isso aumenta a chance de abandono e insatisfação”, afirma.
Quanto aos efeitos divulgados pelos fabricantes de home devices, o especialista é enfático ao afirmar que esses produtos não têm como competir com os lasers de consultório.

“Creio que serão um recurso a mais na rotina diária de cuidados com a pele. Podem substituir alguns tratamentos dermocosméticos, mas nunca os procedimentos de consultório, que são mais potentes e contam com o acompanhamento e expertise do dermatologista”.

Disciplina no uso e risco de efeitos indesejados

O dermatologista Dr. Luís Torezan acredita que o uso indiscriminado pode levar a alguns casos de complicações, como irritações oculares e dermatites de contato, e ausência de resultados, da mesma forma que os tratamentos mal executados em clínicas de estética, por profissionais não treinados, que envolvam Luz Intensa Pulsada, epilação ou laser de CO2.

Torezan alerta ainda para possíveis efeitos inesperados dos equipamentos de uso em casa. “Existem home devices que prometem uma remoção temporária dos pelos indesejados. Mas, o uso indevido na face pode induzir a bioestimulação de novos pelos, pois usam baixa energia”, afirma.

Demonstrações em vídeo

As imagens de livre acesso em sites de postagem de vídeos que mostram “Do it Yourself” (em português, “faça você mesmo”) de tratamentos caseiros e home devices são um perigo.

“Cada paciente reage de uma forma diferente aos procedimentos, e há inúmeras ocorrências impossíveis de antecipar ou de explicar, em um vídeo caseiro. Caso reproduza sozinho os procedimentos que aprendeu na Internet, o paciente está muito vulnerável à ocorrência de problemas”, comenta a médica.

Portanto, todo cuidado é pouco. A especialista recomenda que os interessados nestes novos tratamentos procurem informação detalhada sobre o equipamento com seu dermatologista para entender bem como ele funciona e como deverá utilizá-lo.

Os produtos não devem ser utilizados sem supervisão médica. “Mesmo com a evolução das tecnologias para uso doméstico, quem é mais indicado para avaliar esse tipo de procedimento é o médico dermatologista”, finaliza Eliandre.

http://www.band.com.br/jornalismo/saude/conteudo.asp?ID=100000439418

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