A Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur) contesta o prazo estipulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a retirada do mercado das mamadeiras feitas com bisfenol A.
A partir de 2012, está proibida a presença da substância nas mamadeiras fabricadas no país e nas importadas. As empresas terão três meses para retirar os produtos do mercado, a partir da publicação no Diário Oficial da União. Aquelas produzidas nesse período poderão ser vendidas até 31 de dezembro deste ano.
Para o presidente da Abrapur, Synésio da Costa, o recolhimento é “inviável” nesse prazo. Segundo ele, o estoque antigo, dos últimos cinco anos, está no mercado. “A decisão não é viável. A Anvisa não informou como será o reembolso ao fabricante. Foi uma decisão monocrática”, disse, sem especificar a quantidade de produtos antigos.
Costa disse que a entidade não é contrária à proibição do uso do bisfenol A. De acordo com ele, a indústria já não fabrica mamadeiras com a substância desde 2010 e adotou o polipropileno, que não tem bisfenol na composição. O presidente da Abrapur destaca que não há relatórios que provem que a substância coloca em risco a saúde humana, mesmo a de crianças e bebês.
Em nota, a Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos afirma que a entidade acata a decisão da Anvisa. “A indústria fabricante de mamadeiras e produtos afins sempre os produziu seguindo as especificações de segurança da referida agência, que se mostraram adequadas, conforme legislações internacionais, e entendeu serem suficientes para garantir a segurança dos usuários. Apesar disso, toma conhecimento do novo posicionamento e acata a decisão”, diz a organização, que representa os fabricantes de plástico.
A Anvisa decidiu banir o bisfenol por causa do risco à saúde dos bebês. Especialistas dizem que a exposição à substância causa alterações hormonais, podendo causar deficiências físicas e até mesmo câncer. A Anvisa argumenta que outros países, como o Canadá e a União Europeia, já proibiram a substância, mas, no entanto, admite que não há estudos conclusivos sobre os riscos do bisfenol.
Fonte Agência Brasil
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