Um novo teste menos invasivo pode ajudar os médicos a enxergar com precisão o ponto de origem de arritmias cardíacas, problema de saúde que mata 7 milhões de pessoas no mundo a cada ano.
Pesquisa publicada na quarta-feira na "Science Translatonal Medicine" descreve a técnica, testada em 25 pacientes.
Chamado de eletrocardiografia ou ECGI, o exame soma informações detalhadas de tomografias computadorizadas do torso dos pacientes à gravação de sinais elétricos do coração.
Para a captação desses sinais, o paciente usa um colete com eletrodos capazes de gravar 200 sinais elétricos.
A imagem da tomografia, feita antes do exame em si, dá as coordenadas anatômicas. Assim, os médicos conseguem calcular a atividade elétrica na superfície do coração e criar um mapa 3D para achar a origem da arritmia.
Nos testes, o exame foi preciso em mais de 90% dos pacientes, e os resultados foram confirmados usando o método que é padrão hoje, o estudo de eletrofisiologia --os médicos inserem um cateter pela veia da perna do paciente que vai até o coração e avalia sua estrutura interna.
Segundo a pesquisa, feita por uma equipe da Universidade de Washington e da Cleveland Clinic, o novo exame mapeia a atividade cardíaca tão bem quanto a eletrofisiologia, sem a necessidade de cateter e anestesia. As imagens de alta resolução permitem enxergar melhor os ventrículos. A esperança é que a técnica possa tornar cirurgias cardíacas mais seguras e previsíveis.
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CRÍTICAS
De acordo com o cardiologista Enrique Pachón, do Hospital do Coração, o uso do cateter para diagnóstico das arritmias cardíacas tem a vantagem de permitir também o tratamento das lesões.
"Aproveitamos o mesmo momento do diagnóstico para tratar a arritmia, usando pulsos de radiofrequência."
"Aproveitamos o mesmo momento do diagnóstico para tratar a arritmia, usando pulsos de radiofrequência."
Esses pulsos fazem uma espécie de cauterização das células cardíacas responsáveis pela arritmia. "Elas ficam inativas e não vão mais atrapalhar o ritmo cardíaco."
Pachón diz que o exame proposto na nova pesquisa é interessante, mas ainda tem a desvantagem de precisar da tomografia computadorizada, que requer o uso de contraste para formar a imagem. "Pessoas com problemas renais ou hepáticos muitas vezes não podem fazer esse exame", afirma ele.
Fonte Folhaonline
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