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domingo, 2 de outubro de 2011

Intervenções e medidas de prevenção e controle da resistência bacteriana

Introdução


1. Definição do problema
Um dos mais graves problemas que atingem os hospitais brasileiros, principalmente os universitários, é a emergência de microrganismos resistentes a diversas classes de antimicrobianos: chamados de multirresistentes.

Em 2006, mais de 50% das cepas de S. aureus isolados de pacientes em unidades de terapia intensiva de hospitais da cidade de São Paulo eram resistentes à oxacilina. Além do S. aureus, também temos observado o aumento da incidência de infecções por Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a cefalosporinas, carbapenens, quinolonas e aminoglicosídeos.


Reflexão
No Brasil, existem grandes diferenças regionais relacionadas com a prevenção e o controle das infecções relacionadas com microrganismos multirresistentes.
Essas diferenças são econômicas, sociais e culturais e afetam diretamente a qualidade dos serviços de saúde, especialmente os programas de controle de infecção.

Como é a sua realidade??
Quais são os fatores que mais preocupam??

Diversos estudos demonstram a eficácia das medidas de prevenção e controle da resistência microbiana:
  • Vigilância de pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes;
  • Higienização das mãos;
  • Instituição de precauções de contato para pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes;
  • Controle do uso de antimicrobianos.


As bactérias multirresistentes são definidas como microorganismos que são resistentes a várias classes de antimicrobianos. Os principais patógenos caracterizados como multirresistentes são:
- Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii resistentes aos carbapenêmicos;
- Enterobactérias produtoras de ESBL (beta-lactamase de espectro ampliado);
- Enterococcus spp. resistente a vancomicina (VRE);
- Staphylococcus aureus resistente a oxacilina ou metilcilina (MRSA);
- Identificação de patógenos com novos mecanismos de resistência, não encontrados na microbiota da instituição.


Cada Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deverá estabelecer sua política de controle dos patógenos multirresistentes, adaptados a sua realidade, começando pela definição destes em cada instituição.





Reflexão
A transmissão de microrganismos multirresistentes de paciente para paciente, usualmente por meio das mãos dos profissionais de saúde ou de equipamentos contaminados, tem sido o maior fator para o aumento na incidência destas bactérias.
E em sua instituição?
Existem recomendações para a higienização das mãos?



Na maioria das vezes, a infecção por patógeno multirresistente tem manifestação clínica similar e virulência comparável à infecção por patógeno sensível, entretanto, estudos recentes mostram uma associação de infecções por bactérias multirresistentes e o aumento de morbidade e mortalidade, notadamente com MRSA.

Os microrganismos multirresistentes são introduzidos nas instituições de duas formas principais:
  • Por pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes;
  • Devido à pressão seletiva ocasionada pelo uso de antimicrobianos.
Os patógenos gram-positivos (MRSA e VRE) são mais relacionados à presença de pacientes colonizados/infectados, enquanto os bacilos gram-negativos (Klebsiella spp., Pseudomonas spp., Acinetobacter spp.) são mais associados à pressão seletiva pelo uso de antimicrobianos, apesar da transmissão entre pacientes também ocorrer e estar relacionada a surtos no ambiente hospitalar.



A combinação de pacientes susceptíveis devido à doença de base e uso de procedimentos invasivos, com a utilização prolongada e abusiva de antimicrobianos, juntamente com a ocorrência da transmissão cruzada de microrganismos entre pacientes tem sido a fórmula ideal para o surgimento das infecções por bactérias multirresistentes.
Sugere-se que o problema da resistência aos antimicrobianos teria duas causas principais:
  • Emergência de microrganismos resistentes;
  • Disseminação dessa resistência.
A associação entre o uso dos antimicrobianos e o desenvolvimento da resistência tem sido repetidamente demonstrada por vários pesquisadores. Dessa forma, o uso prudente dos antimicrobianos, juntamente com as medidas de prevenção e controle, associado ao treinamento das equipes de saúde são os instrumentos disponíveis para evitar e retardar a disseminação da resistência bacteriana aos antimicrobianos.

Certamente não poderemos evitar totalmente a emergência da resistência entre os microrganismos, pois isso faz parte de evolução natural destes. Entretanto, muito pode ser feito para postergar essa emergência e, sobretudo, para evitar sua disseminação.


Fonte http://www.damedpel.com/CDD/4oAno/CGA/Antimicrobianos%20MS%20-%202008/opas_web/modulo5/def_introducao6.htm

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