Eles prometem matar quase 100% dos germes. Mas especialistas dizem que uso só é recomendado para alguns casos
Na embalagem dos sabonetes antibacterianos o destaque “elimina 99,9% dos germes ou das bactérias” chama a atenção. Quem está preocupado com saúde e higiene não hesita em levar o produto para casa, para lavar as mãos ou mesmo usar no banho.
Mas será que eles realmente acabam com esses microorganismos?
"Esses sabonetes contêm triclosan, um efetivo agente anti-séptico. Dependendo dos germes (entre eles o E.Coli e o S. Aureus), os sabonetes podem eliminá-los, sim. Mas a pergunta é: ‘eu preciso eliminar 99,9% dos germes?' E a resposta é não”, diz o infectologista Marcos Antonio Cyrillo, membro diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
“Nossa pele é colonizada por muitos microrganismos, o que não necessariamente é indesejável. Não precisamos eliminar as bactérias da superfície do corpo e nem é possível fazê-lo por completo”, argumenta a dermatologista Suzy Rabello, do Hospital Bandeirantes, de São Paulo.
No dia a dia, segundo os médicos, para tirar o excesso dos germes um sabonete de pH neutro já daria conta do recado.
Apenas em situações especiais esses sabonetes seriam recomendados. Por exemplo, quando a pessoa apresenta lesões ou infecções de pele.
“Esses produtos são muito irritativos e costumam ressecar a pele. Como medida higiênica de uso diário não há indicação. Evite principalmente em bebês, que têm a pele muito mais sensível”, aconselha Suzy.
Outro problema que a utilização excessiva e sem necessidade desses produtos pode causar é a criação de bactérias mais resistentes. “Inclusive resistentes a antibióticos”, alerta Cyrillo.
Até para a higiene íntima eles só devem ser utilizados se recomendados por um médico. “Para as mulheres, o uso de sabonetes específicos é muito mais adequado que os antibacterianos, pois o pH dos sabonetes íntimos já é próprio para manutenção das condições genitais e eles também são menos agressivos, menos irritantes à mucosa. Os genitais masculinos podem ser lavados com sabonetes glicerinados ou comuns, não havendo suscetibilidade da pele e da mucosa às variações de pH que ocorrem para a mulher”, explica a dermatologista.
Agora, caso haja indicação do uso do sabonete antibacteriano, melhor optar pela versão líquida. “Aquela água que fica parada sobre o sabonete em barra ou na saboneteira pode se tornar meio de proliferação de bactérias”, diz o infectologista.
Fonte IG
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