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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mec distorce informação, diz Cremesp

Entidade denuncia que o Mec distorce informações ao propor o fechamento de 33 vagas e autoriza a abertura de 220 novos cursos de medicina em São Paulo

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) divulgou nesta quarta-feira (23) comunicado que repudia a manobra do Ministério da Educação na abertura de três novos cursos de Medicina no Estado de São Paulo.


Confira parecer na íntegra:

O MEC distorceu a informação, ao fazer divulgar que irá suspender provisoriamente 33 vagas em um curso mal avaliado de São Paulo, ao mesmo tempo em que autorizou a abertura definitiva de outras 220 vagas em três novas escolas.

Em novembro de 2009, parecer da Secretaria de Educação Superior do MEC, publicado no Diário Oficial da União, indeferiu o pedido de autorização de um novo curso em São Paulo, que também recebeu parecer desfavorável do Conselho Nacional de Saúde, diante da ausência de necessidade social e do excesso de escolas médicas no estado. Dois anos depois, inexplicavelmente, a mesma escola é agora aprovada.

Com isso, em 2012, estarão em atividade em São Paulo, 34 cursos de Medicina que oferecerão mais de 3.000 vagas por ano. Em dez anos – de 2002 a 2011 – foram autorizadas 900 vagas em onze novos cursos. São Paulo já conta com 2,6 médicos por 1.000 habitantes, uma das maiores concentrações do mundo.

Muitos dos cursos são altamente lucrativos – cobram até R$ 5.400,00 a mensalidade -, não têm sequer hospital-escola, não têm corpo docente qualificado e não estão integrados ao Sistema Único de Saúde.

O Cremesp recebe mais de 3.500 denúncias contra médicos por ano e os processos éticos por má prática não param de crescer. O Exame do Cremesp avaliou, em sete anos, aproximadamente 5.000 formandos de escolas médicas paulistas. Desses, 2.250 (46,6%) foram reprovados, o que revela deficiência em algumas escolas já existentes, além de uma situação que coloca em risco a saúde e a vida da população.

O MEC pode e deve cumprir seu papel, fechando escolas e cursos sem qualidade e diminuindo vagas naquelas ineficientes e, aí sim, se necessário, autorizar a abertura de escolas públicas de qualidade e com docentes comprovadamente capacitados.

O governo federal e o MEC devem explicações à sociedade sobre a omissão diante da péssima qualidade do ensino médico e sobre os reais interesses que movem a abertura desenfreada de cursos de Medicina.

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

Fonte SaudeWeb

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