Angola celebrou nesta sexta (10) um ano sem novos casos de poliomielite (mais conhecida como paralisia infantil).
Isso representa um passo importante para a erradicação da pólio no mundo, já que Angola é um dos últimos países que ainda registravam casos. No mundo todo, foram 650 casos em 2011, contra 350 mil em 1998.
Nigéria, Paquistão e parte do Afeganistão ainda têm a circulação do vírus. No Brasil, o último diagnóstico de paralisia infantil foi feito em 1990. A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a doença definitivamente erradicada das Américas em 1994, e da Europa em 1999.
Depois de um esforço de Angola em deter a transmissão do vírus, o número de casos de poliomielite no país caiu de 33 em 2010 para cinco em 2011. Nenhum caso foi registrado em 2012.
Isso foi conseguido depois de o país aumentar a cobertura das campanhas de vacinação, expandir e melhorar os serviços de imunização e aumentar o acesso a saneamento básico.
As campanhas incluíram vacinação de porta em porta, em avenidas principais e mercados, com o objetivo de atingir todas as crianças com menos de cinco anos. Na campanha de junho e julho deste ano, 95% das crianças-alvo foram vacinadas no país, um feito inédito.
No ano passado, Angola procurou melhorar o controle da circulação do vírus da pólio em reservatórios de água, especialmente em Luanda, Benguela e na fronteira com o Congo.
O resultado tem a participação do Brasil. Desde 2010 o país apoia os esforços de combate a pólio em Angola com envio de 12 técnicos e três epidemiologistas que trabalham em parceria com a OMS.
"A interrupção da circulação do vírus da pólio é significativa, mas não podemos nos permitir ser complacentes", disse em um comunicado o representante da Unicef na Angola, Koenraad Vanormelingen. "Temos o dever de proteger e garantir que todas as crianças nasçam e se desenvolvam em um ambiente livre da pólio, o que significa que não podemos parar até que toda criança seja vacinada."
A nota da Unicef diz ainda que, segundo o representante da OMS em Angola, Jean-Marie Yameogo, o sucesso é resultado da melhora das campanhas de pólio, do envolvimento do governo e das províncias e da implementação de estratégias que levaram a um maior envolvimento de líderes locais, ONGs e igrejas.
Ele afirmou também que o governo no país assumiu o controle do Dias Nacionais da Imunização da Pólio ao aumentar a contribuição financeira aos planos emergenciais contra a pólio desde 2010.
Fonte Folhaonline
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