Problema afeta 70% da população economicamente ativa no Brasil
O estresse entre os profissionais aumenta em tempos de carga pesada no ambiente de trabalho, como prazos curtos, sobrecarga de trabalho e pouca autonomia sobre o gerenciamento das tarefas. A opinião é do economista americano Sean Nicholson, considerado um dos maiores especialistas no assunto no mundo. As informações são do jornal "Valor Econômico".
Nicholson, que é professor da Cornell University (EUA), pesquisador associado do National Bureau of Economic Research e diretor de pesquisa da Upstate Health Research Network, diz que, embora não existam dados que comprovem o aumento do estresse relacionado ao ambiente de trabalho na população mundial, há evidências regionais de que isso está acontecendo.
Aqui no Brasil, o problema já afeta 70% da população economicamente ativa, segundo dados da International Stress Management Association (Isma-BR). Desses, 30% sofrem com o nível mais devastador da doença, conhecido como "burnout".
O professor menciona também um estudo realizado no Reino Unido. Lá, 530 mil profissionais procuraram médicos pelo que achavam ser doenças relacionadas ao estresse em 2006. Em 2000, esse índice era de 110 mil pessoas. "Mais profissionais estão sofrendo com estresse associado ao trabalho. Isso acontece porque alguns fatores que causam o problema se tornaram mais comuns", disse Nicholson ao "Valor".
Os profissionais mais suscetíveis ao estresse no Brasil são aqueles com idade entre 35 e 49 anos. Nicholson, no entanto, afirma que a faixa etária varia de acordo com as regiões. Nos Estados Unidos, por exemplo, o pico do estresse acontece por volta dos 30 anos e diminui depois tanto para homens quanto para mulheres.
"Um dos quebra-cabeças nesse assunto é explicar como o estresse atinge as pessoas conforme a idade", diz. "Pessoas na faixa dos trinta e poucos anos normalmente têm filhos. Quando você inclui a paternidade à já existente carga de trabalho, isso cria mais estresse", explica o pesquisador.
Existem maneiras, contudo, de se evitar o aumento do problema. Uma das coisas mais importantes que as empresas podem fazer, na opinião de Nicholson, é dar aos seus funcionários poder de decisão. "É essencial aumentar o controle que eles têm sobre seus trabalhos ou, ao menos, melhorar a percepção que eles têm sobre isso", diz.
O pesquisador esteveno Brasil para participar do 12º Congresso de Stress da Isma-BR, que aconteceu de 19 a 21 de junho, em Porto Alegre.
Fonte diagnosticoweb
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