Brasília – Características climáticas típicas do verão, que começou esta
semana, são sinal de alerta para a transmissão da dengue no país. Para o
coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, o
período de chuvas intensas e de maior umidade exige reforço dos cuidados de
prevenção por parte dos gestores municipais e também da própria
população.
O último Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde, mostra que 77 cidades brasileiras estão em situação de risco para a dengue. Dessas, em dez, a situação de risco prevalece desde 2011.
Em entrevista à Agência Brasil, Giovanini Coelho lembrou que
pesquisas recentes demostram que o brasileiro se sente bem informado em relação
à doença e às medidas de prevenção. O grande desafio, segundo ele, é transformar
esse conhecimento em mudança de comportamento. “É fácil prevenir a dengue, mas é
importante que a população efetivamente adote mudanças de comportamento por meio
de ações que ela conhece muito bem”, explicou.
Dados do ministério indicam que, na Região Norte, as principais causas de
criadouros do mosquito são a deficiência no abastecimento de água e na coleta do
lixo. No Nordeste, o abastecimento de água aparece como o principal problema. No
Sudeste, os depósitos domiciliares provocam o aumento da circulação do mosquito.
No Sul, o alerta é para o lixo. Na Região Centro-Oeste, abastecimento de água,
depósitos domiciliares e lixo representam praticamente o mesmo percentual no
agravamento de criadouros.
Segundo o coordenador, municípios que enfrentam problemas com abastecimento
de água devem focar em estratégias como tampar caixas d'água e desobstruir
calhas. Cidades com criadouros em depósitos domiciliares devem focar nas
vistorias das casas, na colocação de areia nos vasos de planta e na eliminação
de recipientes que podem acumular água, como garrafas plásticas e pneus. Já os
gestores que registram problemas com lixo precisam melhorar os serviços de
limpeza urbana e conscientizar a população em relação ao descarte de resíduos em
terrenos baldios, por exemplo.
“O Sistema Único de Saúde (SUS) tem milhares de agentes de saúde treinados
para fazer o trabalho de assessoria, supervisão e visita aos domicílios. É
fundamental que os gestores municipais tenham essa ação como uma prioridade. É
fundamental que as visitas sejam feitas regulamente, que o poder local articule
ações intersetoriais, particularmente voltadas para a manutenção da limpeza
urbana. Esse conjunto de medidas que envolve a participação da população e a
ação do Poder Público são fundamentais para passarmos por esse verão com uma
menor quantidade de dengue possível”, concluiu.
A Campanha Nacional de Combate à Dengue 2012/2013 tem como slogan
Dengue É Fácil Combater, Só Não Pode Esquecer. O objetivo da primeira fase, que
se estende até o final deste mês, é mobilizar a população a adotar medidas
simples de prevenção. Na segunda fase, que começa a partir de janeiro, o foco é
no reconhecimento dos sinais e sintomas da doença e as principais medidas que
devem ser adotadas pelas pessoas em caso de suspeita de dengue.
Fonte Agência Brasil
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