Cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram células nervosas que são essenciais para se sentir coceira, mas não são necessárias para detectar dor.
A descoberta, publicada na revista Nature, pode abrir caminho para a criação de novos tratamentos para aliviar coceiras.
Pode até parecer óbvio que uma coceira e uma dor sejam sensações diferentes, mas neurocientistas estavam há tempos tentando encontrar como o sistema nervoso as diferenciava.
A descoberta ocorreu quando os pesquisadores destruíram um conjunto particular de células em ratos de laboratório e descobriram que os animais pararam de se coçar, mesmo quando receberam, por injeções, substâncias químicas que induzem a coceira. Mas eles ainda respondiam, normalmente, a estímulos de dor.
A idéia de separar os circuitos de células nervosas que sentem a coceira e a dor sempre pareceu simples, mas na realidade se tornou difícil de provar. Isso porque o sistema que carrega informações da nossa pele para a medula espinhal responde a múltiplas sensações. Os neurônios que respondiam apenas à dor já haviam sido descobertos na medula, mas os da coceira ainda eram desconhecidos.
Dois artigos de profissionais renomados já haviam dito ter descoberto os neurônios específicos da coceira, mas acabaram sendo apenas alarmes falsos.
No entanto, alguns pesquisadores da área dizem que esta pesquisa comportamental – analisando os ratos de laboratório – não é evidência suficiente.
Para o neurocientista Earl Carstens, da Universidade da Califórnia, as descobertas “fazem uma importante contribuição” por identificar os neurônios que são cruciais para a coceira e não para a dor, mas, disse à revista Nature, “não prova sua especificidade”.
Mesmo assim, para a maioria da comunidade científica, agora, com a descoberta, será mais fácil buscar tratamentos para coceiras como as causadas por picadas de insetos ou alergias e até aliviar coceiras graves causadas por uma série de fatores, como certos tipos de câncer, problemas renais e até o uso de alguns tipos de analgésico.
Fonte Corposaun
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