Brasília – O avanço de doenças crônicas, sobretudo do diabetes e da
hipertensão, tem provocado um aumento no número de pacientes com problemas nos
rins.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que o número de
doentes renais no Brasil dobrou na última década. Estima-se que 10 milhões de
brasileiros sofram de alguma disfunção renal. Atualmente, entre 90 mil e 100 mil
pessoas passam por diálise no país.
Outro alerta é que mais de 70% dos pacientes que iniciam a diálise descobrem
a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos. O presidente da
entidade, Daniel Rinaldi, lembrou que os profissionais de saúde da atenção
básica devem estar atentos aos chamados pacientes de risco – diabéticos,
hipertensos, idosos e pessoas com casos de doença renal na família.
Segundo ele, para esses grupos, devem ser prescritos exames simples e de
baixo custo, como a creatinina (sangue) e a perda de albumina (urina). Caso o
resultado indique possível doença renal, o paciente deve ser encaminhado para um
nefrologista.
O vice-presidente da sociedade médica, Roberto Tecoits, acredita que falta
comunicação entre os próprios profissionais de saúde. Um dos principais
problemas, continuou Tecoits, é a ausência de um protocolo de atendimento
específico para doenças renais a ser adotado pelos médicos, desde a atenção
primária.
“Falta uma estruturação da rede. Esse paciente, se acompanhado pelo
especialista desde o início, pode não precisar de diálise ou de um transplante”,
disse. “A doença renal crônica não apresenta sinais e sintomas em fase precoce.
Os médicos precisam estar atentos aos grupos de risco”, completou.
A expectativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia é que uma reunião com
representantes do Ministério da Saúde, agendada para janeiro de 2013, possa ser
o pontapé inicial para a criação de uma rede de atendimento a doentes
renais.
A doença renal crônica significa uma perda lenta, progressiva e irreversível
da função dos rins. Até o paciente perder quase metade da capacidade de
funcionamento dos órgãos, a doença, praticamente, não é percebida. A partir daí,
começam a surgir os primeiros sintomas, como inchaço, pressão alta e anemia. Os
principais fatores de risco para uma doença renal são o sobrepeso, o tabagismo e
idade acima de 50 anos, além da hipertensão arterial, do diabetes e do histórico
familiar.
Fonte Agência Brasil
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