O diagnóstico precoce levou a 70% de sobrevida após cinco anos |
Para esses pacientes, a chance de sobrevida após cinco anos é menor do que
3%. De acordo com o estudo, enquanto 56% descobriram o câncer de pulmão nesse
estágio mais avançado, só 22,3% tiveram a doença detectada em fase inicial.
O diagnóstico precoce levou a 70% de sobrevida após cinco anos.
Números semelhantes são vistos em outras instituições. Segundo o oncologista
clínico Gilberto de Castro Jr., do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São
Paulo Octavio Frias de Oliveira), entre 2010 e 2011, 71% dos diagnósticos de
câncer de pulmão feitos pela unidade já apresentavam metástase. A sobrevida
média desses pacientes foi de apenas sete meses.
O que colabora para o diagnóstico tardio é o fato de o câncer de pulmão ter
um comportamento agressivo e não provocar sintomas específicos, segundo o
cirurgião oncologista Jefferson Luiz Gross, diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax
do A.C. Camargo, em São Paulo.
"Por ter fumado por muito tempo, a pessoa já tem sintomas como tosse, pigarro
ou falta de ar, por isso é mais difícil de perceber."
Diferentemente de outros tipos de câncer, como o de mama, que tem estratégias
definidas para a detecção precoce, ainda não existe um consenso em relação ao
tumor de pulmão.
Gross observa que um estudo, publicado na revista "New England Journal of
Medicine" em 2011, constatou que a realização de exames de imagem periódicos é
capaz de reduzir a mortalidade pela doença em 20%.
A pesquisa avaliou mais de 53 mil pessoas com alto risco para o câncer de
pulmão.
Nos Estados Unidos, esse trabalho norteou uma recomendação feita pela
Associação Americana de Cirurgia Torácica, segundo a qual pessoas com idades
entre 55 e 79 anos, que tenham fumado o equivalente a um maço ao dia por 30
anos, devem fazer uma tomografia anual.
"Mas o resultado não é aceito de maneira universal. A aplicação seria muito
difícil", diz Gross.
Outra preocupação, de acordo com o médico, é o risco de a pessoa que receber
um resultado bom no exame sentir-se autorizada a continuar fumando.
O pneumologista Ricardo Henrique Meirelles, do Inca (Instituto Nacional de
Câncer), afirma que a medida mais eficaz de prevenção ainda é o controle do
tabagismo. "Em termos de saúde pública, não existem evidências de que o
rastreamento seja eficaz", diz Meirelles.
Sem Tabaco
O levantamento do A.C. Camargo foi lançado por ocasião do Dia Mundial sem
Tabaco", comemorado nesta sexta-feira.
Em São Paulo, o InCor (Instituto do Coração) sedia uma exposição que reúne
informações sobre o impacto do cigarro na saúde (av. Dr. Enéas de Carvalho
Aguiar, 44, das 8h às 22h, até 30 de junho).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Dados de pesquisa do A.C. Camargo mostram
diagnóstico tardio da doença Fonte Folhaonline |
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