Boneco simula os efeitos nocivos do fumo ao pulmão |
Segundo o médico Márcio Sousa, coordenador do Comitê de Controle do Tabagismo
da SBC, as crianças são altamente sensíveis à exposição do tabaco. “Não adianta
fumar na varanda, no quintal, no quarto, porque o cigarro está no cabelo, na
pele, na roupa. Então, não é a fumaça apenas que contamina o ambiente, as
partículas são microscópicas”, disse.
Até o final da tarde, cerca de 250 pessoas devem participar do evento. Além
de receberem orientações, elas poderão fazer aferição de pressão arterial,
dosagem de colesterol e glicemia, medição de peso, altura e circunferência
abdominal, além de medição de monóxido de carbono por meio de um 'bafômetro'.
Nesse teste, um resultado com nível abaixo de 5, para moradores da capital
paulista (que respiram a poluição), significa que a pessoa não fuma. Já um
resultado acima de 20 indica um fumante que consome um maço de cigarros ao dia e
que fumou há pelo menos uma hora.
“O fumante ativo tem uma exalação muita alta de monóxido de carbono e a gente
consegue dosar com o bafômetro. Então, isso serve de guia para o fumante
entender o quanto ele está fumando e o quanto ele está exalando de fumaça
tóxica”, explica o médico.
O teste do bafômetro foi feito inclusive em crianças, como forma de aferir se
há contaminação por tabagismo passivo. A sobrinha de Maria Cristina de Carvalho
tem 3 anos de idade e seu exame deu normal, apesar da convivência com a tia que
fuma há oito anos. Maria, que é cuidadora de idosos, começou a fumar com 18 anos
e tentou parar várias vezes. "Tenho dois filhos, um casal. Um de 20 e outra de
14 anos. Meus filhos pedem para eu fumar longe deles. Agora, estou tentando
parar” disse, enquanto fazia os exames.
Manuel Batista Soares, 53 anos, é motorista carreteiro. Por 34 anos foi
fumante passivo, pois inalava a fumaça dos cigarros de um colega de trabalho que
o acompanhava nas viagens que fazia entre Brasil, Bolívia, Chile, Argentina e
Uruguai. “Ele fumava cinco maços por dia, todos os dias. Ele morreu em 2006 de
enfisema pulmonar”, disse.
Márcio Sousa informou que muitos participantes da campanha estavam sendo
orientados sobre como largar o cigarro. “Parar de fumar é um desafio para o
próprio fumante, porque são várias dependências juntas. Você tem a dependência
química da droga, tem a dependência física de ficar segurando alguma coisa”,
disse ele.
O médico disse ainda que, quando bem medicado, o paciente consegue superar de
uma forma melhor a síndrome de abstinência do cigarro. O tratamento indicado
para fumantes é fundamentado em dois pilares, explica ele. Um deles é a terapia
comportamental e o outro é o tratamento medicamentoso, que auxilia na superação
da abstinência. “Hoje, a gente sabe que toda vez que entra com algum
medicamento, a gente dobra a chance de o fumante parar de fumar. Seja com
adesivo, pastilhas e gomas de nicotina, comprimidos”, informou.
Quem deseja parar de fumar pode ligar no telefone 136, do Ministério da
Saúde, e perguntar sobre serviços médicos especializados nesse tipo de
atendimento.
Fonte Agência Brasil
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