Rio de Janeiro - Os casos de dengue podem ser reduzidos no Rio de Janeiro
antes da Copa de 2014, graças a uma técnica que está sendo desenvolvida pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A expectativa é do biólogo Gabriel Sylvestre,
coordenador da equipe de campo da pesquisa, que está sendo realizada em três
bairros do Rio e um de Niterói.
A nova técnica faz parte do Projeto Eliminar a Dengue – Desafio Brasil e
também é desenvolvida em outros quatro países: Austrália, China, Indonésia e
Vietnã. Ela prevê a inoculação de mosquitos Aedes aegypti com a
bactéria Wolbachia, que ao entrar no corpo do inseto bloqueia a
replicação do vírus da dengue.
“A expectativa é que o processo ocorra muito rápido. Na Austrália [onde a
pesquisa também ocorre], eles viram que em poucas semanas os mosquitos [com a
bactéria] são capazes de se introduzirem nos lugares. Então a gente pode assumir
que, em três ou quatro semanas, os mosquitos daquela localidade não vão
transmitir a dengue. Mas como o Rio é uma cidade muito movimentada, é difícil
afirmar que será um processo que terá proporção muito rápida em larga escala. A
gente espera resultados específicos para cada localidade e que, a partir disso,
poderemos ter reduções ao longo do tempo, na medida em que formos introduzindo
os mosquitos”, disse Sylvestre.
O pesquisador disse que a nova técnica se mostra eficiente contra as quatro
cepas da dengue, conhecidas como dengue tipo 1, 2, 3 e 4.
“A bactéria bloqueia a replicação do vírus. Quando o mosquito que tem esta
bactéria suga o sangue de alguém com dengue, o vírus entra no corpo do inseto
mas não consegue se reproduzir e morre”, explicou o biólogo, que é mestre em
biologia parasitária pela Fiocruz.
No momento, a pesquisa está na fase de coleta de mosquitos, por meio de
armadilhas espalhadas em casas de moradores voluntários. No ano que vem, os
mosquitos infectados com a Wolbachia começarão a ser soltos nos bairros
onde a pesquisa ocorre, com a expectativa de que logo contaminem, através da
reprodução, os demais mosquitos da espécie. Segundo Sylvestre, a pesquisa está
sendo feita apenas com o Aedes aegypti, pois o outro mosquito que
também transmite a dengue, o Aedes albopictus, não é considerado vetor
da doença no Brasil.
Fonte Agência Brasil
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