O oncologista admitiu que no caso do câncer de pâncreas, em especial, que não tem tratamento clínico, a descoberta de um novo medicamento seria acolhida com satisfação |
O oncologista admitiu que no caso do câncer de pâncreas, em especial, que não
tem tratamento clínico, a descoberta de um novo medicamento seria acolhida com
satisfação. “Claro. É um tipo de câncer no qual a gente não consegue avançar
muito”. Trata-se de um câncer letal que, em geral, responde mal às terapias
feitas por meio de medicamentos, como quimioterapia e radioterapia. Não há
nenhum estudo no Inca sobre câncer de pâncreas, informou.
Para Carlos Gil Ferreira, o medicamento “é algo que merece ser investigado”.
Observou, por outro lado, que embora as experiências efetuadas com ratos tenham
obtido sucesso, existe uma distância muito grande entre o modelo animal e o
humano. “Muitas terapias, às vezes, são fantásticas em pequenos roedores, mas
quando se transfere isso para o [ser] humano, não funciona”.
Ele destacou, porém, que o distanciamento não é motivo para não se seguir em
frente. “Os resultados até agora são consistentes e eles merecem estímulos,
sim”. Ferreira enfatizou que qualquer estudo que venha a auxiliar no tratamento
de câncer de pâncreas “é muito bem-vindo”.
De acordo com dados do Inca, as mortes causadas por câncer de pâncreas no
Brasil somaram 7.440 casos, em 2010. De difícil detecção, esse tipo de câncer
apresenta alta taxa de mortalidade, em função do diagnóstico tardio e de seu
comportamento agressivo. No Brasil, ele responde por cerca de 2% de todos os
tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença.
As pesquisas conduzidas pelo Instituto Butantan vão ganhar financiamento não
reembolsável do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no
valor de R$ 15,2 milhões, conforme anúncio feito esta semana pela instituição. O
oncologista do Inca disse que o estímulo do BNDES a esse tipo de iniciativa é
“super bem-vindo”. Segundo ele, o Brasil só vai alcançar o desenvolvimento em
termos de drogas novas, com o uso de tecnologias avançadas, “com incentivo de
instituições como o BNDES e a Agência Brasileira da Inovação (Finep)”, antiga
Financiadora de Estudos e Projetos.
Fonte Agência Brasil
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