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domingo, 8 de setembro de 2013

Quando se atrasar para compromissos se torna um problema médico

Jim Dunbar
Um homem que chegou atrasado a todo e qualquer compromisso da sua vida – de funerais a encontros românticos – teve sua demora crônica diagnosticada como uma condição médica.
 
Jim Dunbar sempre tem se atrasado para o trabalho, em férias, para refeições com amigos, já deixou muitas mulheres à espera por ele em encontros e até teve de se esgueirar em funerais muito tempo depois de terem começado.
 
O homem de 57 anos conta que sua impressionantemente baixa pontualidade foi diagnosticada como uma condição médica em uma consulta no Hospital Ninewells em Dundee, na Escócia – para a qual ele chegou 20 minutos atrasado. Dunbar, habitante da cidadezinha escocesa de Forfar, ainda luta para chegar na hora de seus compromissos, apesar de seu diagnóstico de atraso crônico.
 
Acredita-se que a condição é causada pela mesma parte do cérebro afetada por aqueles que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), o que significa que Dunbar não consegue avaliar corretamente quanto tempo ele leva para concluir suas atividades. Consequentemente, o escocês se atrapalha com os horários e não é capaz de chegar no momento certo nunca.
 
“A razão pela qual eu quero que divulgar isso é porque eu tenho certeza que existem outras pessoas com o mesmo problema que eu e eu quero que eles percebam que a culpa não é deles”, conta. “Eu costumava me culpar e pensava ‘Por que não consigo chegar nunca a tempo?’. Eu já perdi um monte de empregos. Posso entender a reação das pessoas e por que não acreditam em mim”, lamenta-se.
 
Alguns psicólogos acreditam que o atraso crônico pode ser um sintoma de um transtorno de humor subjacente, como a depressão. De fato, muitas pessoas que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção reclamam que lutam diariamente para se manter no horário de seus compromissos.
 
Um estudo recente com mais de 200 pessoas, realizado pela Universidade Estadual de San Francisco, Califórnia, Estados Unidos, mostrou que 17% das pessoas pesquisadas eram atrasadas crônicas. Aqueles que não conseguem ser pontuais apresentam padrões semelhantes de comportamento de quem tem TDA, incluindo problemas de ansiedade e de autocontrole. Porém, uma boa notícia: os pesquisadores dizem que o problema, que afeta tanto o lado pessoal quanto a parte profissional, não é irreversível.
 
Psicólogos recomendam que as pessoas afetadas se forcem a trabalhar com prazos não negociáveis, monitorem o tempo que levam para executar determinadas tarefas e sempre planejar chegar um considerável tempo mais cedo nos lugares.
 
Dunbar recentemente tentou ir ao cinema e sabendo que poderia ser um problema chegar no horário da sessão das 19 horas, ele se deu 11 horas de antecipação. Mesmo assim, conseguiu chegar 20 minutos atrasado.
 
“Levantei-me às 8h15 para ir ver o filme do David Bowie em Dundee, que começava às sete da noite. Eu sabia que horas deveria estar lá. Isso me desanima muito e sei que é chato para os outros quando você chega atrasado”.
 
O ex-funcionário público tem um relógio especial em sua sala de estar, que utiliza frequências de rádio sintonizadas com um transmissor nacional para se certificar de que o tempo exibido é sempre o correto (até os segundos), mas nem isso ajuda. Ele alega já ter tentado usar relógio de pulso, atrasar os demais relógios da casa, mas ainda não encontrou uma solução.
 
Dunbar relata que teve de viver com esta condição durante toda a sua vida. Desde a época em que ia para a escola (ele consegue se lembrar de estar atrasado para a aula quando tinha cinco anos de idade), até o diagnóstico no ano passado, Dunbar diz que culpou a si mesmo. “Minha família não acredita em mim e acha que eu estou inventando desculpas”.
 
“Eu estive atrasado para funerais, tive que entrar escondido e ficar no fundo da sala. Eu combinei com um amigo de passar pegá-lo num determinado dia para viajarmos. Deveria estar lá ao meio-dia para irmos, mas cheguei com quatro horas de atraso. Ele ficou furioso porque tínhamos reservas e tudo mais. Outra vez, um amigo me convidou para uma refeição e acabei me encontrando com ele mais de três horas depois do combinado. Isso tem afetado toda a minha vida”, lembra.
 
No entanto, alguns especialistas são céticos quanto ao diagnóstico de Dunbar. “A condição não consta no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, então eu não tenho certeza de que você pode realmente chamá-la de uma condição médica”, afirma Sheri Jacobson, psicoterapeuta e diretora da Clínica Terapêutica Harley, em Londres, Grã Bretanha.
 
“O atraso repetido geralmente é um sintoma de uma doença subjacente, como o TDA ou a depressão, mas também pode ser apenas um hábito. “Eu acho desaconselhável fazer de todo comportamento humano cotidiano uma condição médica”, opina.

Daily Mail

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