Foto: AFP Photo/Jean Pierre Muller Marie-Océane (centro) participa de coletiva de imprensa com seus pais nesta segunda-feira (25) no escritório de seus advogados |
Uma jovem francesa de 18 anos acusa a vacina contra HPV Gardasil, produzida pela Sanofi Pasteur, de ter provocado graves efeitos colaterais no sistema nervoso central. Ela apresentou uma queixa contra a empresa, que pode resultar em uma investigação criminal.
A jovem Marie-Océane recebeu a vacina Gardasil aos 15 anos, como outros 2,3 milhões de adolescentes franceses que são, dessa forma, protegidos contra alguns tipos de câncer provocados pelo papilomavírus humano (HPV), entre eles o câncer do colo do útero.
A primeira injeção, segundo seu advogado Jean-Christophe Courbris, foi tomada em 11 de outubro de 2010 e a segunda, em 13 de dezembro.
Em meados de fevereiro de 2011, a jovem começou a ter tonturas e vômitos, sintomas que levaram à sua hospitalização. Depois, sofreu perda temporária da visão, passou a ter dificuldades para andar e desenvolveu uma paralisia facial.
De acordo com o advogado, "o diagnóstico de encefalomielite aguda disseminada (uma inflamação do sistema nervoso central) ou esclerose múltipla foi rapidamente colocado".
Foto: AFP Photo/Jean-Pierre Muller Caixa da vacina Gardasil, produzida pela Sanofi Pasteur |
A queixa também visa à Agência Nacional de Medicamentos da França, por acreditar que houve "uma clara violação do dever manifesto de segurança e desconhecimento dos princípios de precaução e prevenção".
A jovem pode se apoiar em uma perícia encomendada pela Comissão Regional para Conciliação e Compensação por Acidentes Médicos de Aquitânia, que encontrou uma "ligação de causalidade" entre a injeção e a reação inflamatória.
A comissão, no entanto, concluiu que a indenização a Marie-Océane fosse de 50% dos danos provocados pela doença, considerando que uma possível vulnerabilidade genética também tenha contribuído para o problema.
Coincidência
A Sanofi Pasterur confirmou a conclusão da comissão, mas a contesta. Segundo o laboratório, ela se apoia "unicamente na constatação de uma coincidência temporal entre os sintomas da doença e a vacinação", sem provar a relação de causalidade.
A Sanofi Pasterur confirmou a conclusão da comissão, mas a contesta. Segundo o laboratório, ela se apoia "unicamente na constatação de uma coincidência temporal entre os sintomas da doença e a vacinação", sem provar a relação de causalidade.
Para questionar a vacina, "devemos verificar se a doença é mais comum em um grupo de meninas vacinadas em comparação a um grupo de meninas não vacinadas", disse à AFP Dahlab André, diretor adjunto de Assuntos Médicos da Sanofi Pasteur.
G1
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