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sábado, 21 de dezembro de 2013

Elas não sabem o que falam! Celebridades dão conselhos errados sobre saúde

Reprodução
Gisele Bündchen é contra o protetor solar por ser um produto sintético, opinião
contrária à da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que recomenda o uso
para prevenção do câncer de pele, o mais comum no Brasil
Ao mesmo passo em que os famosos podem arrebanhar multidões em campanhas de saúde pública, eles também podem aconselhar os fãs erroneamente – e prejudicá-los
 
Por serem alvos de admiração (quando não de adoração), tudo o que as celebridades dizem costuma virar lei na cabeça do fã. Muito bom quando o conselho é acertado, mas e quando o que sai da boca do famoso contraria o que a Medicina diz e pode prejudicar a saúde da população?
 
Uma pesquisa publicada nesta semana no periódico British Medical Journal analisou dados de diversos meios eletrônicos e mostrou que, quando se trata de saúde, as celebridades já fizeram participação importantes em campanhas, mas também já cometeram deslizes bem sérios. Alguns até bizarros.
 
O apresentador britânico Michael Parkinson, por exemplo, informou publicamente que a forma de saber que o homem não tem câncer de próstata é conseguir fazer xixi a uma distância de cerca de 60 centímetros de um muro – e atingi-lo. Recomendação sem qualquer embasamento médico, já que o que se recomenda é que todos os homens a partir de 45 anos façam consultas regulares a um urologista.
 
A atriz Suzanne Somers divulga tomar hormônios que previnem o envelhecimento e fazer uma terapia com enzima que combateria o câncer de pâncreas, duas práticas sem qualquer comprovação científica.
 
No Brasil também existem casos célebres: a top model Gisele Bündchen, por exemplo, declarou não usar protetor solar, por não concordar com produtos sintéticos. Acontece que a proteção solar é considerada de suma importância pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e uma das armas na prevenção do câncer de pele. A top diz não se expor ao sol nos horários em que a radiação estaria mais alta, porém, os seguidores desavisados podem não seguir essa regra – que a mantém segura - e serem prejudicados.
 
Outro exemplo é a ex-paquita Andréia Sorvetão, que recentemente fez apologia ao uso da testosterona para melhorar o ânimo, prática que é considerada duvidosa. "A testosterona só pode ser usada se a pessoa tiver deficiência. Caso contrário, é totalmente contraindicado. É um anabolizante totalmente proibido, faz mal para o coração e, no caso da mulher, ela vai começar a ter pelos onde não tinha, aparecer barba, a voz vai mudar, o clitóris vai crescer", explica Henrique Suplicy, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. 
 
Em quem eu confio mais?
Segundo o estudo, as pessoas ficam confusas quando encontram informações que se contradizem entre si – sejam elas de profissionais de saúde, amigos, família ou até mesmo online. Com a confusão, elas naturalmente tendem a se apegar à informação que parece ter mais credibilidade e, é aí, que os conselhos dos famosos ganham crédito. 
 
Daí a importância da participação das celebridades em campanhas organizadas pelos programas de saúde pública e com grande alcance de público. O estudo traz algumas dessas iniciativas. 
 
Um exemplo de divulgação positiva foi quando a jornalista norte-americana Katie Couric televisionou sua própria colonoscopia, atitude que levou ao aumento de 21% da procura pelo exame que detecta câncer colorretal. Na Austrália, a atriz e cantora Kylie Minogue levou a público que estava com câncer de mama e houve um aumento de 40% das mamografias em quatro estados daquele país. 
 
Nos casos dos conselhos equivocados, alerta o estudo, cabe aos profissionais da saúde enxergarem o fato como uma oportunidade de esclarecer e aconselhar o paciente a sempre procurar informações de fontes provenientes da área da saúde.
 
"O ideal não é seguir os conselhos das celebridades, e sim cada pessoa ter um médico de confiança e sempre discutir com ele antes de entrar em qualquer uma dessas modas", explica Fernanda Brandão Uliana Pulzi, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Um caso comum, ela explica, acontece nas academias, em que um vai indicando um produto para o outro, como hormônios de crescimento, testosterona, insulina e outros tantos, com a intenção de aumentar a massa muscular. "Cada paciente tem um risco específico para cada medicação. Alguns vão sofrer ainda mais que os outros", conclui.
 
iG

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