Consulta regular com oftalmologista é importante para identificar problemas na retina |
Um levantamento realizado pelo Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, na capital paulista, mostrou que cerca de 80% dos tratamentos para doenças da retina tratados na unidade são originados pelo diabetes não controlado.
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira no mundo, assim como o glaucoma, entre outras doenças degenerativas da visão. Os especialistas do hospital enfatizam que, mesmo após cirurgias e tratamentos, a doença pode voltar mais agressiva, caso o diabético não adote hábitos saudáveis de vida e não controle seu níveis glicêmicos.
“A doença é silenciosa e o paciente não sente dor. Só consegue perceber quando está com dificuldades para enxergar e, em alguns casos, chega ao especialista quase cego.”, ressalta o oftalmologista André Rodrigues de Castro, do Hospital de Transplantes.
A retina é um tecido do olho responsável pela formação das imagens e objetos visualizados. O diabetes mal controlado pode causar alterações na retina com complicações que levam à cegueira temporária ou permanente. Quando o diabetes está descompensado, acontecem os edemas maculares, popularmente conhecidos como inchaço da retina.
O edema muitas vezes pode ser curado com o rígido controle do diabetes associado aos novos tratamentos à base de injeções intraoculares. O diabético precisa manter sua medicação em dia, além de uma rotina de exercícios físicos diários, horários regulares para alimentação (com orientação de nutricionista), eliminar excesso de doces, refrigerantes, frituras e gorduras de origem animal. É necessário também diminuir o sal, utilizar alimentos diet, controlar o peso e evitar cigarros e bebidas alcoólicas sempre.
O diagnóstico para a retinopatia diabética é realizado com exames oftalmológicos de fundo de olho chamado mapeamento da retina. Além disso, podem ser solicitados exames como tomografia de coerência ótica, além do exame angiofluoresceinografia da retina.
O tratamento consiste em injeções intraoculares de medicamentos, como anti-inflamatórios, agentes anti-VEGF (que agem atenuando o edema da retina), aplicações de laser e, nos casos mais graves, cirurgias (vitrectomia) podem ser necessárias. Os casos mais leves podem ser vistos uma vez por ano e os casos mais avançados precisam ser avaliados entre dois e três meses.
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“O ideal é que o paciente já realize os exames de fundo de olho logo após o diagnóstico de diabetes e que mantenha essa rotina anual de consultas ao oftalmologista, além de manter controlados seus níveis de glicemia para prevenir o aparecimento da doença”, explica Castro.
iG
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