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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Bike é o veículo que torna as pessoas mais felizes, diz estudo

Os métodos da pesquisa são um tanto questionáveis, mas o resultado não
De acordo com uma pesquisa americana, os ciclistas têm melhor humor do que aqueles que andam de carro, de ônibus, de metrô ou mesmo a pé

O interesse por bicicletas aumentou muito no Brasil nos últimos anos. As cidades, ainda que de forma lenta, vão se equipando com ciclovias visando promover o meio de transporte mais cool do momento. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura anunciou que construirá 400 km de vias exclusivas para bicicletas na capital até o final do mandado de Fernando Haddad.

Isso é ótimo para as cidades. As bicicletas são um meio de transporte muito mais interessante para a comunidade do que os outros veículos particulares. Poupa-se espaço, neutraliza a emissão de gases tóxicos na atmosfera e promove a saúde.

Além disso, as pessoas que optam pela magrela são mais felizes do que aquelas que escolhem outros meios de transporte. Pelo menos é o que indica um estudo recente publicado no jornal Transportation.

A pesquisa foi realizada na Universidade de Clemson e utilizou dados da American Time Use Survey, que mede a quantidade de tempo em que as pessoas passam nas mais diversas atividades. A ideia era determinar como as pessoas se sentem ao se transportarem em diferentes meios de locomoção. 

Segundo Eric Morris, principal autor do estudo, “as pessoas ficam mais bem humoradas quando estão andando de bicicleta do que em qualquer outro meio de transporte”. Depois dos usuários de bicicleta, os mais felizes são os passageiros de carros.

Esse resultado, no entanto, é bastante discutível diante de uma análise científica. Primeiro porque a característica das pessoas que utilizam os diversos transportes não são as mesmas. Segundo o próprio Morris, quem anda de bicicleta costuma ser mais saudável do que as outras, e pessoas mais saudáveis são mais felizes de acordo com outro estudo.

Além disso, essas conclusões também podem ser atribuídas ao fato de que aqueles que andam de metrô e ônibus geralmente estão indo trabalhar, enquanto muitos que estão pedalando estão a lazer.

Essas condições realmente anulam a credibilidade do estudo. Contudo, não da discussão.

Como ciclista do cotidiano, posso dizer com tranquilidade que os resultados seriam os mesmos se os métodos científicos fossem aplicados com rigorosidade na pesquisa. É claro que baseado em minha própria experiência.

Não conheço um amigo que dirige que não reclame do trânsito infernal de São Paulo. E não conheço uma pessoa que use a bicicleta como meio de transporte que se queixe do veículo. Nesse caso, os queixumes são das condições que a cidade oferece. Mas aí a questão é outra.

Não há malefícios em andar de bicicleta. E para isso me proponho a analisar alguns fatores:

Tempo
Num percurso que eu faço frequentemente de 10km na hora do rush (do Butantã ao Campo Belo), levo cerca de 40 minutos para chegar ao destino de bicicleta. De ônibus nesse mesmo percurso, eu levaria algo em torno de 30 minutos dentro do veículo, sem contar a caminhada até o ponto e do ponto de chegada até o local, além da espera pelo ônibus (calculo, ao todo, cerca de 50 minutos pela viagem). De carro, na hora do rush, eu levaria no mínimo 1h10. Chutando baixo. 

Dinheiro
A fim de provar o que vale mais a pena, nem é preciso perder tempo comparando bicicleta e carro/moto quando o assunto é dinheiro. Além do valor de compra ser absolutamente diferente, o custo de manutenção também difere muito.

Agora, poderíamos querer comparar bicicleta com transporte público. Calculando o mínimo possível, gastamos R$ 6 por dia de transporte público, o que dá R$ 180 por mês ou R$ 2160 por ano (em São Paulo). É difícil saber quanto se gasta exatamente na manutenção da bicicleta, pois você vai trocando as peças conforme a necessidade. Mas certamente o valor é bastante inferior. Se você souber mexer na bicicleta, então, o custo cai ainda mais. 

Saúde
Ainda que o ar das capitais não seja ideal para a saúde de nossos pulmões, andar de bicicleta traz diversos benefícios ao nosso organismo. Além de favorecer a manutenção da boa saúde, você ainda dá uma torneada nas pernas e mantém a barriga em dia. Mas, nesse ponto, creio que seja dispensável qualquer esforço para provar que a magrela está na frente dos outros meios de transporte. 

Praticidade
Andar de bicicleta é muito mais prático do que usar ônibus e metrô. Com a magrela você consegue calcular quanto tempo vai demorar para chegar nos lugares com uma margem de erro bem pequena. Basta pegar o veículo e sair pedalando. Já usando transporte público a realidade muda e é preciso sair sempre um pouco mais cedo para garantir algum atraso. Além disso, você não precisa ficar se espremendo no meio de dezenas de pessoas.

Já o carro é mais prático e confortável do que a magrela, nos permitindo, inclusive, levar volumes grandes conosco. Mas isso apenas quando o trânsito está livre. Quando as ruas estão tomadas por outros automóveis a praticidade do carro cai drasticamente.

Mas a bicicleta não se mostra muito prática para algumas situações. O suor e a vestimenta são problemas reais para ciclistas, principalmente porque são raros os estabelecimentos que oferecem possibilidades deles se trocarem. Por conta disso não é nada prático ir a uma balada ou a reuniões de bike. A chuva é outro problema – quando chove é um terror para o ciclista -, além das grandes distâncias. Se a distância passa de 15km, a praticidade da bike em relação aos outros meios de transporte é colocada em cheque. 

Segurança
E aqui temos o fator que mais afasta as pessoas da bicicleta. Por conta dos diversos acidentes – alguns fatais – que acontecem com ciclistas, muitos desistem de aderir à magrela nas grandes cidades. Como ciclista, realmente eu não posso negar que o perigo existe. Contudo, ao menos para mim, essa realidade não se traduz em dados. Eu participei de mais acidentes quando dirigia (período de 3 anos) do que quando pedalei (5 anos). É verdade que o único acidente em que sofri alguma lesão física foi na queda de bicicleta.

Aqui a questão é muito pessoal. O risco vai variar de como você pedala (agressivo ou passivo) e de seu domínio sobre o veículo. Eu me sinto bastante seguro e raramente tenho problemas com motoristas. A dica é simples: seja educado, mesmo que os outros não sejam. 

Imagem
Você certamente vai ser muito mais admirado se optar pela bicicleta do que por qualquer outro meio de transporte, pode acreditar. Agindo assim você está representando um estilo de vida que vem se alastrando pelo mundo e que é benéfico a todos. 

Sustentabilidade
Podemos seguir adiante, não?

Além dos pontos negativos citado no fator “praticidade”, para mim, a única questão que não favorece a bicicleta é que pedalando não é possível aproveitar o tempo para ouvir um som ou ler um livro – coisas que não dá para fazer ao dirigir, mas dá para fazer no ônibus e metrô.

Ah, sim, você também não pode ser preguiçoso. É muito fácil desencanar de ir de bicicleta para ir de carro ou de ônibus/metrô. Você precisa esquecer que existe outras possibilidades além da bike. Só opte por carro ou transporte público quando as condições realmente complicarem a pedalada. E sem desculpas, ok?

Por esses motivos eu realmente acredito que as pessoas que andam de bicicleta são mais felizes com relação a sua opção de locomoção do que as outras.

El Hombre

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