Thinkstock/Getty Images - Artrite que provoca inchaço e dores nas articulações |
Dor articular intensa com calor e vermelhidão, principalmente no dedão do pé, é uma das principais manifestações da gota,
doença que provoca inflamação nas articulações pela deposição de
cristais de ácido úrico nelas. Mas você sabia que é possível controlar e
até prevenir essa doença por meio da alimentação?
Produto
final do metabolismo das purinas – elas são o resultado da quebra de
aminoácidos presentes nas proteínas do organismo e nos alimentos – o
ácido úrico circula no sangue, está presente nas articulações e é
eliminado predominantemente pelos rins.
Quando há um aumento na
ingestão, na produção ou na diminuição da excreção do ácido úrico que
circula no sangue, ocorre a hiperuricemia – o nível limite de ácido
úrico que dá início à deposição dos cristais nos tecidos é de 6,8 mg/dl.
A
principal consequência da hiperuricemia é a gota, mas nem todas as
pessoas desenvolvem a doença, apesar de terem o ácido úrico aumentado. O
clínico e cardiologista Antônio Carlos Till, do Vita Check-Up Center,
do Rio de Janeiro, explica que algumas condições que favorecem o
aparecimento da doença são a idade, a presença de hipertensão arterial, a obesidade, o colesterol aumentado e o consumo de álcool.
Conheça os sintomas da gota, doença causada pelo excesso de ácido úrico:
- Dores
- Pedra nos rins pode ser um sintoma da gota
- Artrite que provoca inchaço e dores nas articulaçõe
- Dores nas articulações das mãos
- Dores nas articulações dos pés
- Presença de cristais de ácido úrico nas articulações
- Às vezes até a febre pode se apresentar
- Presença alta de ácido úrico no sangue
- Ataque de artrite em somente uma articulação. As mais afetadas são as dos joelhos, tornozelos e dedão do pé
- Dores nas articulações do joelho
“Além das articulações, outro órgão acometido pelo aumento do ácido úrico é o rim, que sofrerá com a formação de cálculos (a famosa pedra no rim) e com uma possível disfunção renal”, complementa Till.
“Trabalhos
recentes têm mostrado também que o aumento do ácido úrico no sangue
pode aumentar a resistência à insulina, determinando um maior risco de
desenvolvimento de diabetes.”
As
causas para a hiperuricemia podem ser de origem genética ou vir do
consumo aumentado de proteínas na dieta. Alimentos como carne vermelha,
peixes e crustáceos em geral, além de cerveja e bebidas ricas em
frutose, contribuem para elevar os níveis de ácido úrico. Já o vinho
parece ter um menor efeito nesta elevação.
Como a hiperuricemia, isoladamente, não produz sinais ou sintomas, manter uma dieta balanceada permanentemente é fundamental na prevenção do aparecimento da gota.
“Nossa dieta colabora com cerca de um terço da produção do
ácido úrico, sendo o restante advindo de forma endógena hepática, ou
seja, o fígado é o responsável pelos dois terços restantes”, explica a
nutricionista Eliane Nardon.
“Uma dieta muito rica em proteína,
sobretudo as de origem animal, pode levar à hiperuricemia e à gota.
Bebidas gaseificadas, inclusive água, e jejuns prolongados (mais que
três horas sem se alimentar) também devem ser evitados”, orienta ela.
Em
linhas gerais, o que se recomenda é uma alimentação equilibrada, com
restrição de bebidas alcoólicas e sem proteínas em excesso. Alguns
alimentos são especialmente ricos em purinas ,
como alguns peixes e frutos do mar, miúdos, algumas aves e determinados
tipos de carne, que devem ser evitados por quem apresentar elevação nos
níveis de ácido úrico no sangue.
Alimentos com teor de purinas
moderado, como leguminosas, carnes, peixes e algumas verduras, só não
devem ser ingeridos na fase aguda de crise de gota. Já os com baixo teor de purinas são permitidos .
O consumo de mais de dois litros de água por dia é extremamente
recomendado, pois contribui para uma maior excreção do ácido úrico.
“Alimentos
que parecem estar relacionados a uma redução dos níveis de ácido úrico
são café, vitamina C e produtos lácteos com conteúdo baixo em gordura”,
acrescenta Till.
iG
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