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domingo, 13 de julho de 2014

Resfriar temperatura de recém-nascidos pode reduzir danos cerebrais da asfixia

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Thiago Lontra / Agência O Globo
Crianças tiveram temperatura corporal reduzida a 33 graus durante três dias

Rio - Resfriar a temperatura de bebês que foram privados de oxigênio durante o nascimento pode reduzir os riscos de sequelas da paralisia cerebral. Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista "New England Journal of Medicine", na Inglaterra, nesta quinta-feira.

Desde 2009, os cientistas acompanharam centenas de crianças que tiveram complicações respiratórias durante os trabalhos de parto. Destas, 300 passaram pelo processo conhecido como “hipotermia terapêutica”, no qual a temperatura corporal do bebê é resfriada a 33 graus.

Os resultados vieram anos depois. As crianças que passaram pelo tratamento demonstraram maiores índices de QI e capacidade cognitiva. Além disso, os pesquisadores acreditam que a terapia diminui a produção de substâncias prejudiciais ao cérebro e reduz a taxa de morte de células cerebrais.

Dos 300 bebês que passaram pela hipotermia terapêutica, cerca de 45% não tiveram anomalias cerebrais, em comparação com 28% daqueles que receberam tratamento convencional para casos de asfixia. Outros 21% do grupo de hipotermia tiveram paralisia cerebral, bem abaixo dos 36% no grupo de controle.

Ainda não se sabe, no entanto, por quanto tempo os efeitos benéficos da hipotermia terapêutica podem durar. Mesmo assim, o experimento é considerado um sucesso. Cerca de um em 500 recém-nascidos no Reino Unido sofrem de asfixia no momento do nascimento, o que pode causar a morte gradual de células cerebrais. Até recentemente, não havia tratamento aprovado por autoridades médicas que fosse capaz de reduzir os efeitos colaterais da falta de oxigênio no momento do nascimento.

O Globo

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