Thiago Lontra / Agência O Globo |
Rio - Resfriar a temperatura de bebês que foram privados de oxigênio
durante o nascimento pode reduzir os riscos de sequelas da paralisia
cerebral. Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista
"New England Journal of Medicine", na Inglaterra, nesta quinta-feira.
Desde 2009, os cientistas acompanharam centenas de crianças que
tiveram complicações respiratórias durante os trabalhos de parto.
Destas, 300 passaram pelo processo conhecido como “hipotermia
terapêutica”, no qual a temperatura corporal do bebê é resfriada a 33
graus.
Os resultados vieram anos depois. As crianças que passaram
pelo tratamento demonstraram maiores índices de QI e capacidade
cognitiva. Além disso, os pesquisadores acreditam que a terapia diminui a
produção de substâncias prejudiciais ao cérebro e reduz a taxa de morte
de células cerebrais.
Dos 300 bebês que passaram pela hipotermia
terapêutica, cerca de 45% não tiveram anomalias cerebrais, em comparação
com 28% daqueles que receberam tratamento convencional para casos de
asfixia. Outros 21% do grupo de hipotermia tiveram paralisia cerebral,
bem abaixo dos 36% no grupo de controle.
Ainda não se sabe, no
entanto, por quanto tempo os efeitos benéficos da hipotermia terapêutica
podem durar. Mesmo assim, o experimento é considerado um sucesso. Cerca
de um em 500 recém-nascidos no Reino Unido sofrem de asfixia no momento
do nascimento, o que pode causar a morte gradual de células cerebrais.
Até recentemente, não havia tratamento aprovado por autoridades médicas
que fosse capaz de reduzir os efeitos colaterais da falta de oxigênio no
momento do nascimento.
O Globo
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