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domingo, 13 de julho de 2014

Guerra contra consumo exagerado de refrigerantes nos EUA terá batalha decisiva

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Foto: Reprodução
Moradores de São Francisco e Berkeley vão votar ainda este ano se querem ou não a criação de um imposto extra sobre bebidas açucaradas  

Rio – A guerra contra o consumo exagerado de refrigerantes açucarados nos EUA, apontado como um dos responsáveis pelas crescentes taxas de obesidade no país, terá uma batalha decisiva este ano em duas cidades do estado da Califórnia. Moradores de São Francisco e Berkeley vão votar em novembro se querem ou não a criação de um imposto extra sobre estas bebidas que vai variar de acordo com a quantidade de açúcar contido nelas.

Para os grupos favoráveis à medida, se ela não for aprovada pelos eleitores das duas das cidades, consideradas entre as mais liberais dos EUA, dificilmente iniciativas semelhantes vingarão em outras partes do país, o que está levando os fabricantes a investir pesado em campanha contra o projeto. A ideia por trás da iniciativa é dar a uma lata de Dr. Pepper e seus 64 gramas de açúcar, por exemplo, tratamento tributário semelhante ao dado a um maço de cigarros. Em São Francisco, o projeto propõe a cobrança de dois centavos de dólar por cada onça (cerca de 28 gramas) de açúcar adicionado às bebidas, excluindo leite e sucos de frutas naturalmente adoçados. Já em Berkeley a taxa seria de um centavo por onça.

Se os eleitores das duas cidades aprovarem a medida, elas se tornarão as primeiras a impor uma taxa do tipo nos EUA. Desde 2009, cerca de 30 projetos com o objetivo de reduzir o consumo de refrigerantes açucarados foram apresentados em diversas regiões do país, mas nenhum vingou, seja devido à ação do lobby dos fabricantes ou por questionamentos judiciais por eles apresentados.

É o caso da tentativa do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg de limitar o tamanho dos copos servidos em restaurantes e lojas de fast food em pouco menos de meio litro. No mês passado, a Suprema Corte do estado de Nova York derrubou a medida ao considerar que o conselho de saúde da cidade excedeu sua autoridade ao tentar impor o limite.

- A indústria está realmente motivada a nos vencer aqui – comenta Larry Tramutola, consultor político da campanha a favor da taxa em Berkeley. - Se eles (os fabricantes) conseguirem nos vencer em São Francisco e Berkeley, ninguém mais vai querer enfrentá-los.

E o histórico de tais disputas não é mesmo favorável para os defensores de medidas do tipo. Em outras recentes votações semelhantes em cidades da própria Califórnia elas foram rechaçadas. Segundo os partidários do imposto, os fabricantes usaram estratégias injustas para derrotá-los, como financiamento para criação de grupos com nomes como “Cidadãos Contra a Taxação de Bebidas”, que parecem ter uma origem na própria comunidade, mas que na verdade não têm, para convencer os eleitores. Já para Chris Gindlesperger, porta-voz da Associação Americana de Fabricantes de Bebidas, os fracassos simplesmente mostram que as pessoas não gostam da ideia.

- Em outros lugares, coitados, eles estavam mal preparados para o que seria jogado em cima deles – considera Maggie Muir, consultora contratada pelos vereadores de São Francisco para liderar o comitê político a favor da criação do imposto.

O Globo

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