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sábado, 23 de agosto de 2014

9 lições para discordar sem brigar no trabalho

Os debates fazem parte da vida corporativo, mas é importante ter esses embates num tom amistoso, para o ambiente não ficar desagradável no futuro

Por Flávio Emílio Cavalcanti

Não nascemos preparados para debater. Por isso, desenvolver a habilidade de manejar a contradição, persuadindo em favor de um ponto de vista, torna-se um valioso diferencial para a carreira.

Infelizmente, muita gente acaba se complicando na hora de discordar de alguém – o chefe, um colega, um cliente ou mesmo alguém de casa. Via de regra, as pessoas tendem a se refugiar em duas posições extremas e desaconselháveis: a passividade e a agressividade.

Passivos
Os passivos fazem tudo para fugir do embate, evitando possíveis desgastes emocionais, exposição ou mesmo o risco de desagradar o outro. Baixa autoconfiança e problemas de autoestima também contribuem para desestimular a propensão a expor posições discordantes. Muitos até ficam desapontados consigo mesmos, pois julgam que foram covardes por não terem se posicionado como deveriam diante de decisões absurdas. 

Agressivos
Já os agressivos veem qualquer situação de debate como uma batalha que precisará ser vencida a qualquer custo. Quando não há argumentos consistentes, o agressivo procura cortar o diálogo e parte para o uso da força por meio da intimidação, do grito como formas de prevalecer e sair vitorioso ao impor aquilo que considera certo. Para eles, não importa muito o resultado do debate. O que vale é mostrar supremacia diante do outro.

Dissimulados
Também não podemos nos esquecer dos dissimulados, que lançam uma “cortina de fumaça” de falsa passividade para esconder a agressividade. Todos lembramos de gente que gosta de dizer que “Ótimo. Está tudo bem! Não há problema…” e nos bastidores manipulam pessoas e situações para sabotar aquilo que acabaram de concordar ou até assinar?

A exemplo das demais habilidades, alcançar a excelência em gerenciar situações de contradição requer vontade, dedicação e, fundamentalmente, treino. Que tal experimentar algumas dicas simples para aprender a discordar sem entrar em crise?

1. Conheça antecipadamente o perfil do seu interlocutor: Mapeie forças, fraquezas e particularidades da outra parte a fim de evitar surpresas e sustos durante o debate.

2. Mobilize aliados para entrar fortalecido no debate: Contar com a concordância de referências externas dará mais consistência a seus posicionamentos.

3. Mantenha as emoções sob controle. Euforia ou irritação irão bloquear a racionalidade na hora de ouvir e argumentar.

4.  Estabeleça uma boa linha de argumentação: Use argumentos lógicos, éticos, racionais e que tenham um objetivo definido. 
Tenha causas, consequências e resultados práticos bem definidos em sua mente. Eles serão elementos decisivos para defender sua posição.

5. Reúna fatos, documentos e evidências a favor dos seus argumentos: Apresentar elementos concretas dará peso e credibilidade à sua retórica.

6. Defenda seu ponto de vista com entusiasmo e segurança: Acima de tudo, é preciso aprender a gostar de argumentar. Lembre-se de que o corpo fala por meio de uma linguagem não verbal que envolve gestos, expressões faciais e posturas. Use-os para reforçar seu discurso.

7. Ouça com atenção os posicionamentos contrários: Isso é uma demonstração de respeito ao seu interlocutor, além de possibilitar o estudo pormenorizado dos argumentos contrários dele, a fim de articular respostas inteligentes.

8. Seja flexível e busque o acordo: Discordar não significa se ancorar radicalmente a uma posição. No decorrer do diálogo, esteja preparado para mostrar-se aberto a fazer concessões em nome da resolução eficaz da divergência sem subverter seus valores, princípios e convicções.

9. Não leve a debate para o lado pessoal, nem desqualifique seu oponente: Discorde de argumentos e pontos de vista, não de pessoas. Conduza o debate na dimensão técnica, concreta e factual. Quando o contraditório extrapola para ofensas, ironias ou acusações, não se chegará a um fim proveitoso para nenhuma das partes envolvidas.

El Hombre

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