Os debates fazem parte da vida corporativo, mas é importante ter esses
embates num tom amistoso, para o ambiente não ficar desagradável no
futuro
Por Flávio Emílio Cavalcanti
Não nascemos preparados para debater. Por isso, desenvolver a
habilidade de manejar a contradição, persuadindo em favor de um ponto de
vista, torna-se um valioso diferencial para a carreira.
Infelizmente, muita gente acaba se complicando na hora de discordar
de alguém – o chefe, um colega, um cliente ou mesmo alguém de casa. Via
de regra, as pessoas tendem a se refugiar em duas posições extremas e
desaconselháveis: a passividade e a agressividade.
Passivos
Os passivos fazem tudo
para fugir do embate, evitando possíveis desgastes emocionais, exposição
ou mesmo o risco de desagradar o outro. Baixa autoconfiança e problemas
de autoestima também contribuem para desestimular a propensão a expor
posições discordantes. Muitos até ficam desapontados consigo mesmos,
pois julgam que foram covardes por não terem se posicionado como
deveriam diante de decisões absurdas.
Agressivos
Já os agressivos veem
qualquer situação de debate como uma batalha que precisará ser vencida a
qualquer custo. Quando não há argumentos consistentes, o agressivo
procura cortar o diálogo e parte para o uso da força por meio da
intimidação, do grito como formas de prevalecer e sair vitorioso ao
impor aquilo que considera certo. Para eles, não importa muito o
resultado do debate. O que vale é mostrar supremacia diante do outro.
Dissimulados
Também não podemos nos esquecer
dos dissimulados, que lançam uma “cortina de fumaça” de falsa
passividade para esconder a agressividade. Todos lembramos de gente que
gosta de dizer que “Ótimo. Está tudo bem! Não há problema…” e nos
bastidores manipulam pessoas e situações para sabotar aquilo que
acabaram de concordar ou até assinar?
A exemplo das demais habilidades, alcançar a excelência em gerenciar
situações de contradição requer vontade, dedicação e, fundamentalmente,
treino. Que tal experimentar algumas dicas simples para aprender a
discordar sem entrar em crise?
1. Conheça antecipadamente o perfil do seu interlocutor: Mapeie forças, fraquezas e particularidades da outra parte a fim de evitar surpresas e sustos durante o debate.
2. Mobilize aliados para entrar fortalecido no debate: Contar com a concordância de referências externas dará mais consistência a seus posicionamentos.
3. Mantenha as emoções sob controle. Euforia ou irritação irão bloquear a racionalidade na hora de ouvir e argumentar.
4. Estabeleça uma boa linha de argumentação: Use
argumentos lógicos, éticos, racionais e que tenham um objetivo definido.
Tenha causas, consequências e resultados práticos bem definidos em sua
mente. Eles serão elementos decisivos para defender sua posição.
5. Reúna fatos, documentos e evidências a favor dos seus argumentos: Apresentar elementos concretas dará peso e credibilidade à sua retórica.
6. Defenda seu ponto de vista com entusiasmo e segurança: Acima
de tudo, é preciso aprender a gostar de argumentar. Lembre-se de que o
corpo fala por meio de uma linguagem não verbal que envolve gestos,
expressões faciais e posturas. Use-os para reforçar seu discurso.
7. Ouça com atenção os posicionamentos contrários: Isso
é uma demonstração de respeito ao seu interlocutor, além de
possibilitar o estudo pormenorizado dos argumentos contrários dele, a
fim de articular respostas inteligentes.
8. Seja flexível e busque o acordo: Discordar não
significa se ancorar radicalmente a uma posição. No decorrer do diálogo,
esteja preparado para mostrar-se aberto a fazer concessões em nome da
resolução eficaz da divergência sem subverter seus valores, princípios e
convicções.
9. Não leve a debate para o lado pessoal, nem desqualifique seu oponente: Discorde
de argumentos e pontos de vista, não de pessoas. Conduza o debate na
dimensão técnica, concreta e factual. Quando o contraditório extrapola
para ofensas, ironias ou acusações, não se chegará a um fim proveitoso
para nenhuma das partes envolvidas.
El Hombre
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